EXCLUSIVO – Os altos custos médicos continuam a ser uma grande preocupação para empresas no Brasil, especialmente em relação aos reajustes anuais dos planos de saúde empresariais, que cresceram, em média, 12% ao ano. Esse aumento, bem acima da inflação, é impulsionado por fatores como o envelhecimento da população, aumento de doenças crônicas e a necessidade de coberturas mais abrangentes.
Rodrigo Pedroni, diretor executivo da Genoa Seguros, corretora especializada em seguros corporativos, explica que os reajustes dos planos são inevitáveis, em grande parte devido ao aumento dos custos médicos e frequência de uso. As empresas enfrentam um desafio real para manter o nível de cobertura sem sobrecarregar os orçamentos. O impacto direto nos custos das apólices é resultado, entre outras coisas, do aumento de sinistralidades, frequentemente causado por internações e procedimentos fora da rede credenciada.
Uma solução tem sido a contenção de gastos, o incentivo ao uso da rede credenciada e a redução de reembolsos. “A segunda opinião médica, por exemplo, é uma prática que pode evitar cirurgias desnecessárias, oferecendo alternativas menos invasivas e mais eficientes para os colaboradores”, diz Pedroni.
Segundo uma pesquisa global de tendências de custos de saúde para 2024, realizada por uma consultoria internacional, os planos de saúde são impactados pela inflação, pelos avanços tecnológicos e pelo uso frequente dos serviços, além da transferência de custos de programas públicos subfinanciados. A previsão é que esses fatores continuem pressionando o setor no Brasil, onde a inflação e a volatilidade aumentam conforme as demandas por cuidados especializados.
Além disso, o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas, como diabetes, câncer e transtorno do espectro autista (TEA), aumentam a frequência de exames e internações, encarecendo os planos. Pedroni reforça a importância de iniciativas preventivas para mitigar esses custos. “Programas de saúde preventiva são fundamentais para reduzir a incidência de doenças e internações, ao mesmo tempo que ajudam a controlar os custos médicos”, pontua.
Investir em saúde preventiva traz benefícios não apenas para os orçamentos das empresas, mas também para a produtividade e o engajamento dos colaboradores. De acordo com ele, empresas que cuidam da saúde de seus funcionários antes do surgimento de problemas observam melhorias na produtividade e no ambiente organizacional, além de uma redução no uso excessivo do plano de saúde.
Pedroni também aponta a importância de oferecer benefícios que realmente impactem a qualidade de vida dos colaboradores, como planos de saúde ajustados para cada região e coparticipação, incentivando o uso consciente dos serviços. “A coparticipação é uma medida que ajuda na conscientização, promovendo um uso mais responsável do plano”, finaliza.