Ultima atualização 11 de abril

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Número de corretores Pessoa Física cresce 27% entre 2019 e 2023

Especialistas do setor comentam sobre o crescimento da profissão e dão dicas para quem deseja vender seguros

EXCLUSIVO – Desde antes da pandemia de Covid-19, a profissão de corretor de seguros já estava em alta no Brasil. De acordo com dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados), o número de corretores cadastrados na entidade como Pessoa Física cresceu 27% entre 2019 e 2023. Só em 2020, foram 9.336 novos registros contra 6.122 em 2019, um crescimento de 52%.

Segundo especialistas do setor, a profissão vem ganhando destaque devido à maior conscientização dos brasileiros sobre a importância do seguro. “Por exemplo, segundo dados da CNseg, o mercado registrou um aumento de 12,3% na procura pelo seguro de vida entre janeiro e outubro de 2023. Além disso, a própria pandemia também colaborou para o crescimento da categoria. As pessoas tiveram mais tempo disponível, puderam fazer os seus cursos de habilitação online e sem dúvida nenhuma isso facilita, principalmente nas cidades mais distantes”, afirma Boris Ber, presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo).

Ber afirma que, para as seguradoras, é fundamental que o número de profissionais continue crescendo, pois através da distribuição dos produtos via corretor é possível evitar uma série de problemas, tendo também um contato mais próximo com o cliente. “O corretor passa a ter um diferencial na elaboração de uma apólice, seja de dano patrimonial, seja em uma frota de automóvel, plano de saúde e etc. Tudo o que o cliente não quer ouvir é: “o valor da cobertura contra terceiros estava baixa, você terá que pagar a diferença”, “você só contratou o carro reserva por sete dias” ou “eu não sabia que não cobria esse hospital”. No momento do atendimento ao cliente, o olhar desse profissional deve ser como o de um médico ou dentista experiente, para que ele possa atender as necessidades do segurado”.

O presidente do Sincor-SP acredita que, para ter sucesso na profissão, o corretor deve trabalhar o cross-selling. “Quando fechar o seguro de alguma pessoa, verifique se ela tem plano de saúde, se é dona de um negócio ou conta com um plano de previdência privada. Esse é o primeiro grande passo, que na correria no dia a dia fica prejudicado. Entretanto, temos muitos recursos de divulgação, como os posts nas redes sociais, pois muitas vezes o cliente não sabe que o corretor vende seguro de vida, consórcio e etc. É preciso trabalhar a comunicação para conquistar o consumidor”.

O vice-presidente de Comunicação da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), Carlos Valle, reforça a importância da capacitação constante do corretor para que ele possa expandir seus negócios. “O corretor é um profissional multifunção, pois ele tem que conhecer as tendências do mercado, produtos, regulamentação, regras de cobranças e pagamentos de banco e diversos outros temas. Ele age como um verdadeiro administrador, mesmo que seja um corretor Pessoa Física, além de atuar como um consultor de proteção financeira. Atualmente, temos muitas seguradoras se unindo às instituições de ensino para oferecer cursos aos seus parceiros, e isso é fundamental para que o setor siga crescendo no Brasil, pois o corretor é o maior disseminador da cultura do seguro”.

Álvaro Fonseca, mentor do CCS-SP (Clube dos Corretores de São Paulo), dá dicas para quem está entrando no mercado ou deseja se tornar um corretor:

“Se o corretor fizer o mesmo do que todo mundo faz, ele não vai se encantar com a profissão. Todo mundo está disputando o mesmo pedaço do bolo, então aprenda a criar a sua própria receita para poder ganhar mais”, afirma Fonseca.

“Ofereça ao seu cliente além dos produtos mais conhecidos, como o seguro automóvel, residencial e até o plano de saúde. O mercado evoluiu e desenvolveu diversos seguros para todos os tipos de risco, como, por exemplo, o seguro para celular, riscos cibernéticos, PIX e tantos outros. Isso vai ajudar a ampliar a carteira e criar oportunidades de negócios”, diz o mentor do CCS-SP.

“Frequente sindicatos, clubes e associações. A troca de experiência e conhecimento que existe nesses ambientes é fundamental para o crescimento profissional. Os corretores mais antigos no setor vão compartilhar sua trajetória com quem está entrando agora, ajudando os mais novos em qualquer situação que o novo corretor não tem tanta familiaridade. Além disso, essas entidades dão todo o suporte para os seus membros e conseguem ter um contato mais próximo com as seguradoras”, reforça Fonseca.

“As pessoas têm a ilusão de ver um parente, amigo ou conhecido que é corretor de seguros e tem uma condição financeira confortável, e pensar que vão melhorar a renda de um dia para o outro. O corretor que entrar para o mercado agora tem que ter a consciência que para lucrar vendendo seguros é preciso ter resiliência, paciência e foco. Pode levar um tempo para ele construir uma boa carteira de clientes, mas ao se estabilizar na profissão o negócio vai fluir de maneira mais fácil”, ressalta o especialista. 

Nicole Fraga
Revista Apólice

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