Ultima atualização 06 de outubro

CONEC 2023: Corretor deve atuar como agente de bem-estar social

Executivos de seguradoras se reuniram no segundo dia de evento para comentarem sobre o novo cenário de seguros no Brasil, destacando o papel do corretor

EXCLUSIVO – A tecnologia nunca irá substituir o atendimento e conhecimento do corretor. Na manhã desta sexta-feira (06), presidentes de grandes seguradoras participaram da plenária de abertura do segundo dia do CONEC 2023. Os executivos comentaram sobre o novo cenário de seguros no Brasil, a importância dos corretores para a operação do setor e como a mudança nos hábitos de consumo trazem novas oportunidades para a indústria. O debate foi mediado por Marcos Abarca e Fernando Alvarez, da diretoria do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo”.

Patrícia Chacon, CEO da Liberty Seguros, abriu o painel falando sobre o papel das lideranças na renovação do mercado e como acompanhar as preferências dos clientes. ”Como gestores e líderes do setor, nosso papel é reinventar o negócio a cada ciclo. O consumidor está mudando suas preferências, e isso demanda que estejamos conectados na personalização da oferta. Assim como o cliente está evoluindo e mudando, vemos transformação na forma de atendimento. Isso abre um mar de oportunidades para o nosso segmento, trazendo a possibilidade de uma maior parcela da população brasileira estar segurada”.

Questionada sobre a necessidade do mercado de seguros investir em campanhas de comunicação e publicidade, Patrícia afirmou que o segredo para a expansão do setor está na entrega daquilo que as seguradoras se comprometem e na oferta qualificada. ”O cliente compra o seguro, e quando ele usa uma assistência ou tem um sinistro é a hora que comprovamos a importância daquilo que ele contratou. Quando falamos de portfólio, os corretores são a voz do cliente e eles que nos trazem as demandas dos segurados, para que possamos desenvolver produtos e serviços que atendam as necessidades do consumidor”.

Eduardo Dal Ri, CEO da HDI Seguros, comentou sobre a recente compra da operação da Liberty na América Latina pela HDI. Em julho, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a aquisição, que ainda aguarda o aval da Susep (Superintendência de Seguros Privados). Até lá, cada empresa segue operando de forma independente. Segundo o executivo, com a junção das marcas, o engajamento dos corretores e a transição de talentos de uma companhia para outra são os pilares estratégicos desta operação.

”Já tive experiências anteriores neste tipo de aquisição, e acredito que o apoio dos corretores é a chave para o sucesso. A HDI e a Liberty são duas companhias que têm no DNA a co-criação de produtos junto aos parceiros. Nosso principal objetivo é transmitir a reputação da Liberty para uma nova marca”, disse Dal Ri.

O diretor executivo de Operações, Tecnologia e Sinistros da Tokio Marine, Adilson Lavrador, representando o presidente da companhia, José Adalberto Ferrara, falou sobre a evolução tecnológica e o seu impacto no negócio dos corretores. Para Lavrador, a pandemia de Covid-19 serviu para mostrar o quanto o mercado de seguros amadureceu em termos de tecnologia. “No lock down, colocamos rapidamente nosso colaboradores em home-office e passamos a nossa operação totalmente para o digital. Isso trouxe para a indústria um novo tipo de consumidor, que passou a experimentar nossos serviços de forma online, o que nos obrigou a aprimorar nossos canais de atendimento”.

Lavrador ressaltou que, apesar da digitalização, é fundamental a humanização durante o atendimento. ”E só quem oferece isso é o corretor. Apesar do crescimento sustentável do setor passar pela tecnologia, o corretor é quem tem o cliente na mão, ele é quem contrói o elo entre o segurado e a seguradora. Temos uma base muito grande, alimentada principalmente por esses parceiros, e devemos usá-la para desenhar novas coberturas securitárias”.

Edson Franco, CEO da Zurich, afirmou durante a sua apresentação que discutir o futuro do corretor é um falso dilema. ”Há 25 anos escuto que o corretor ia acabar. Atualmente, com a chegada do Open Insurance, muito se fala do papel desse profissional no nosso mercado. Não existe ameaça ao papel do corretor, pois ele é parte da cultura do nosso setor, e nada irá substituir sua força na distribuição de seguros no Brasil”.

O executivo apresentou alguns dados que chamaram a atenção da platéia. De acordo com Franco, menos 25% da frota de veículos no Brasil é segurada, apenas 17% das residências contam com uma apólice e 7% dos brasileiros contrataram o seguro de vida. ”Nenhuma ‘ suposta ameaça é maior do que esta oportunidade. A tecnologia vem para ajudar a nossa operação, facilitando no momento da venda dos produtos. Se colocarmos na cabeça que, a partir de uma missão social temos uma oportunidade de negócios, poderemos tornar o Brasil o maior mercado de seguros do mundo”.

Segundo a Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros), existem cerca de 130 mil corretores ativos no Brasil. Felipe Nascimento, CEO de Seguros da Mapfre no Brasil, reforçou que com o aumento do nível da sensibilidade ao risco da população, o protagonismo do corretor aumentou. ”Nossa missão é aumentar a parcela da sociedade coberta pelo seguro e faze-lá entender a importância de estar protegida. Com o nível da qualidade da gestão de portfólio que o corretor de seguros oferece, é praticamente impossível que outro agente faça da mesma forma”.

Já o presidente do Grupo Bradesco Seguros, Ivan Gontijo, disse que o papel das seguradoras é ouvir seus parceiros, trazendo novas ideais e aperfeiçoando os serviços oferecidos pelo segmento. ”Atualmente, o produto seguro deve ser o mais personalizável possível, sendo quase um taylor made. Quando falamos de comunicação para o mercado de seguros, o que devemos ressaltar não é o aumento do ganho das seguradoras, mas sim a proteção que oferecemos e o quanto retornamos à sociedade através de indenizações”.

Gontijo anunciou que a Bradesco Seguros espera alcançar R$ 100 bilhões em faturamento neste ano. ”90% dessa arrecadação vem dos corretores. O nosso mercado virou um ecossistema, e é dentro desse ecossistema que o corretor tem um papel determinante para que possamos aumentar a penetração do seguro no Brasil. Quanto melhor a aceitação e a subscrição, melhor iremos atender o cliente no momento em que ele mais precisa da gente, além de oferecermos melhores ferramentas aos nossos parceiros”.

Encerrando a plenária, Alexandre Camillo, corretor de seguros, ex-presidente do Sincor-SP e ex-superintendente da Susep, comentou sobre a sua visão do setor e o que o mercado pode esperar para o futuro. ”Através da minha experiência, pude estar em diversos balcões e ter uma visão privilegiada da nossa indústria, e posso afirmar que o nosso futuro construimos no presente. Estamos em um momento de mudança social, o que abre porta para novos riscos, como os riscos cibernéticos e até mesmo os climáticos. O produto seguro supre essa demanda de maneira incomparável, e atuando como um agente de bem-estar social, o corretor continuará sendo o canal preferido do cliente”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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