Minha trajetória profissional começou exatamente no dia 19 de março de 1962, data do meu primeiro emprego, aos 12 anos, numa concessionária de automóveis na zona Sul da capital Paulista. Para iniciar no mercado de trabalho nessa idade, eu, pequeno e franzino, precisei convencer o juiz de menores, Dr. Aldo, o nome eu jamais esqueci, de que essa era realmente a minha intenção.
No escritório da oficina, conheci melhor a atividade das seguradoras, porque havia intenso relacionamento no atendimento aos sinistros de automóveis. Trabalhei lá até os 18 anos, foi um excelente aprendizado com magnânimos mestres.
Depois, passei a trabalhar como propagandista-vendedor na Kibon. Na empresa descobri minha aptidão para a área comercial, conquistando uma rápida ascensão profissional, passando por diversas funções: promotor de vendas, vendedor, supervisor de canais especiais, supervisor de equipe.
Por volta de 1971, conheci o importante corretor de seguros Milton Maccori, que viu a chance de aproveitar a minha experiência e relacionamento com comerciantes e varejistas para aumentar a sua carteira. Atendendo o convite dele, passei a indicar clientes para seguros de vida e acidentes pessoais. Essa importante experiência ampliou os meus conhecimentos nessa área de atuação.
Neste período comandei equipes de venda, casei-me, entrei na faculdade e tive três filhos, nesta ordem. Nessa época, vi o anúncio no jornal de uma vaga de gerente comercial em uma seguradora. Fábio de Almeida, selecionador da Companhia Internacional de Seguros (CIS), considerou que minha experiência comandando pessoas era perfeita para o cargo, tendo em vista tratar-se de inovadora proposta de comercialização.
A CIS havia assumido a administração da Companhia Internacional de Capitalização e decidiu formar equipes de vendas, oferecendo treinamento e motivação. Assim, passei a atuar na área de capitalização, com a missão de “reinventar” o produto. Naquele tempo, vendia-se capitalização por causa do sorteio e não do produto. A empresa resolveu mudar esse conceito, vendendo o produto como uma poupança programada de título de capitalização, que além dos rendimentos oferecia sorteio.
Venci o desafio. Quem vende produto alimentício, vende barco, vende avião, vende capitalização. A ideia era usar o meu conhecimento e experiência na venda de um produto revolucionário, garantido por uma grande empresa. Sem modéstia, digo que foi fácil.
Com a venda da Internacional de Capitalização para o grupo Haspa, passei a atuar na área de seguro de vida. Junto com Ronald Kaufmann e Osmar Bertacini, recebi novo desafio: comandar o Intergrupo, um importante produto de vida para seguros individuais e pequenos grupos. Posteriormente, assumi a gerência comercial do interior de SP e MT e, finalmente, a gerência comercial da Sucursal São Paulo.
Mas, em 1984, dois anos depois de a empresa ser vendida ao investidor Naji Nahas, decidi sair. Sem dúvida alguma, os melhores profissionais do mercado passaram pela CIS, reconhecida pelo mercado como muito técnica e profissional. Tive mestres e amigos valiosos.
Em seguida, a Generali do Brasil que estava em fase de expansão, ofereceu-me a gerência comercial da Sucursal São Paulo e também importante trabalho junto às demais sucursais de todo Brasil. Trabalho este que participei ao lado do vice-presidente Camilo Marina. Alem do nosso trabalho junto as sucursais, por seis anos, percorremos as 70 agências no país do banco Sudameris, então parceiro da seguradora, para treinar os gerentes.
Era um trabalho de conscientização, nada comparado à voracidade dos bancos, hoje em dia. Foi um período de muitas conquistas e conhecimentos, contando com a colaboração de colegas experientes e grandes profissionais, aliados ao conhecimento internacional de um dos maiores grupos seguradores do mundo.
Em 1989, decidi fazer voos mais audaciosos. Com meu amigo e companheiro Osmar Bertacini criamos a Humana Seguros,com dois focos principais. Um era a apólice de vida em grupo para contratação individual e pequenos grupos, aproveitando a expertise do Osmar e contando com a importante participação da nossa diretora em Minas Gerais, Edna Damasceno.
Outro foco era a criação de uma assessoria para corretores, oferecendo apoio comercial, treinamento, potencialização de negócios e melhor relacionamento com as seguradoras. Esse tratamento mais próximo e acolhedor permitiu um aproveitamento extraordinário do potencial dos corretores que se juntaram a nós. Esse trabalho revelou-se muito interessante para seguradores e corretores, tanto que as assessorias representam, hoje, um importante canal de negócios em todo Brasil.
A Humana foi construída passo a passo, à custa de muita dedicação, esforço e investimento. Mas, valeu muito a pena e faria tudo de novo. Atualmente, ela é uma das maiores assessorias do país.
Quando encerrei minha participação na Humana, em 1997, decidi me dedicar integralmente, junto com os filhos amados, à nossa corretora de seguros, fundada em 1986. A habilitação na profissão eu havia adquirido muito tempo antes, no início da década de 80, quando também passei a ministrar aulas na Funenseg. Até hoje, estamos firmes e fortes na Progetto Administradora e Corretora de Seguros, que é nossa bandeira de negócios e relacionamento.
Importante destacar as oportunidades oferecidas pelo mercado. Atualmente, faço parte do corpo docente do MBA da nossa ENS, desde o início do curso. Ao mestre e amigo Dr. Fontana agradeço a oportunidade, confiança e prestigio.
Sou membro da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), da Sociedade Brasileira de Ciências do Seguro (SBCS), fundador e ex-vice-presidente da Câmara dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Camaracor), membro do Clube de Vida em Grupo São Paulo (CVG-SP) e membro do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), no qual fui mentor em duas gestões.
Tenho participação ativa no Sincor-SP desde 1992, nas gestões Leôncio Arruda, e nas seguintes. Sou membro da comissão editorial do JCS do Sincor-SP e, atualmente, presidente em exercício da Câmara de Mediação e Conciliação do Sincor-SP (CamaraSin).
A importância na participação política da nossa atividade me permitiu relacionamentos que muito me engrandeceram, além de amizades de uma vida inteira. Estamos na terceira geração de clientes na Corretora, o que indica que o caminho é correto.
A conquista de grandes amigos, companheiros leais, clientes, alunos e autoridades nos fortaleceram e permitiram chegar até aqui.
* Por Adevaldo Calegari, corretor de seguros