Quem está seguindo as recomendações da ciência e tem o privilégio de passar mais tempo em casa na pandemia passou a sentir falta de serviços que não sentia tanta falta antes. As pessoas notaram mais a necessidade de poder contar com o auxílio de profissionais para resolver problemas corriqueiros, como um chaveiro para abrir a porta à noite, o eletricista para consertar o chuveiro que queimou na madrugada ou o encanador para arrumar o cano que estourou de repente. Para isso, o seguro residencial é um aliado.
O home office fez a busca pela proteção saltar 42% entre março e outubro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a corretora online Minuto Seguros. Apesar de ainda só 14% dos domicílios brasileiros estarem cobertos por esse serviço, essa indústria arrecadou R$ 2,4 bilhões entre janeiro e setembro de 2020, 2,8% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Tanto seguradoras quanto entidades de defesa do consumidor e planejadores financeiros recomendam ter seguro residencial. Apesar de ser um custo a mais, o produto pode ser um aliado do planejamento financeiro, já que poucas pessoas têm reserva financeira suficiente para restabelecer rapidamente suas necessidades se acontecer um imprevisto em casa.
Especialistas afirmam que o serviço é muito barato em relação ao seu benefício. Às vezes, uma única visita de um chaveiro ou eletricista, por exemplo, pode custar o mesmo valor da apólice inteira. Isso sem falar em um evento mais grave, como um incêndio ou um raio. Já pensou quanto você gastaria para repor o que tem dentro de casa e para reformar o imóvel?
O seguro residencial custa, em média, R$ 456 por ano, de acordo com um levantamento da associação de consumidores Proteste. Porém, dependendo das coberturas e da seguradora, o preço pode ser bem menor ou bem maior. Por isso é importante pesquisar muito bem valores e assistências incluídas, e também as excluídas, aquelas que podem aparecer nos asteriscos do contrato, antes de escolher o serviço, para não acabar pagando por coberturas que não vai usar.
O seguro residencial pode ser contratado pelo proprietário que mora no imóvel, pelo dono que não reside, mas aluga, ou por quem é somente inquilino. O serviço pode cobrir o valor do imóvel, tudo que tem dentro dele ou os dois. Se você mora em um condomínio que já tem seguro, só precisa contratar coberturas para danos ocorridos dentro da casa ou apartamento, como móveis e eletrodomésticos.
A cobertura básica do seguro residencial é de incêndio, raio e explosão, mas há inúmeras coberturas adicionais, como de alagamento, furto e roubo e vendaval. Há ainda diversas assistências 24 horas que podem estar incluídas, como reparos de eletrodomésticos ou atendimento de emergência a bichos de estimação.
Entre as coberturas adicionais, o professor José Varanda, coordenador de cursos de graduação da Escola Nacional de Seguros (ENS) recomenda contratar responsabilidade civil familiar, que cobre danos causados por membros da família, empregados e animais domésticos, e também pagamento de aluguel, que cobre a moradia em algum lugar se acontecer um acidente. Varanda aconselha, ainda contratar a cobertura de ruptura de tubulações, que cobre alagamentos no apartamento quando há um problema no prédio.
Faça um inventário de tudo que você tem em casa e uma lista dos riscos que pode correr. Isso pode ajudar na tarefa de escolher as coberturas necessárias e o valor das indenizações.
Seguros residenciais não têm carência, aquele período no qual você não tem direito a ser ressarcido. Alguns têm franquia, a parte do prejuízo que será paga por você caso ocorra algum acidente. A franquia reduz o preço do seguro, mas pode aumentar seu gasto na hora do acidente. Leve isso em conta também na hora de escolher o seguro.
Em sites como Minuto Seguros, Bidu e ComparaOnline, você consegue comparar preços e contratar os produtos das principais seguradoras. Chamados de marketplaces de seguros, esses sites ajudam você a escolher o seguro mais adequado às suas necessidades, evitando custos desnecessários.
Antes de contratar, leia com atenção o contrato e tire todas as suas dúvidas com a seguradora, para evitar de descobrir na hora do acidente que o serviço não cobre o que você pensou que cobria. Também não esqueça de perguntar sobre as exclusões de coberturas e de guardar uma via do contrato com você.
“Não deixe de olhar as cláusulas de riscos excluídos com cuidado. Hoje as companhias de seguros colocam em letras maiores, em negrito, o Código de Defesa do Consumidor obriga. Para você, todos os bens podem estar cobertos, mas pode não ser bem assim. E se tiver dúvidas, pergunte antes de fechar contrato”, aconselha Varanda.
* Fonte: Valor Investe