EXCLUSIVO – A democratização do acesso da população brasileira ao seguro é algo que o mercado segurador ainda deve trabalhar, levando informações sobre a importância desse benefício e, assim, conquistando mais clientes. Apesar de representar um pouco mais de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a participação do setor na economia é pequena quando comparada com países como a Coréia do Sul, Holanda e Reino Unido, os quais ultrapassam a média de 12% de penetração.
Segundo Alfeo Marchi, diretor de Mercado da MAG Seguros, um dos desafios que o mercado enfrenta é cultura de que o seguro é um serviço cujo valor é alto, principalmente pela falta de conhecimento sobre a solução. “É só examinarmos a taxa de penetração do seguro de vida individual no Brasil, que é, infelizmente, muito baixa. Há ainda uma percepção equivocada de que o benefício é para ricos. Nós como representantes dessa indústria temos o dever de elaborar ações que facilitem o acesso de grande parte da população ao nosso setor”.
De acordo com Fabiano Lima, diretor Executivo de Vida, Previdência e Capitalização da Zurich no Brasil, a tecnologia aprimora os serviços e isto consequentemente acaba refletindo nos preços das apólices, modelos de distribuição e nas coberturas ofertadas pelas seguradoras. “A inovação é um dos nossos pilares estratégicos, e buscamos aplicá-la constantemente em todos os aspectos do negócio, como, por exemplo, incluindo assistências e serviços que possam facilitar o dia a dia do cliente, desenvolvendo ferramentas que permitam a contratação dos seguros de maneira ágil e oferecendo ofertas customizadas de acordo com o perfil de cada segurado”.
Para Marcelo Goldman, diretor Executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine, é necessário que o mercado esteja ativo e consciente de que o consumidor está cada vez mais exigente e conectado, ávido por soluções inovadoras e que atendam às necessidades que a tecnologia cria. “Precisamos ficar atentos ao enorme leque de oportunidades que surgem a partir das mudanças provocadas pelas tecnologias emergentes. De nossa parte, temos trabalhado diariamente para se adequar a esta nova realidade por meio da eliminação de papel, desburocratização dos serviços e a simplificação dos produtos, o que pode atrair novos players e fazer com que mais pessoas no mundo estejam protegidas”.
Na opinião de Renato Pedroso, presidente da Previsul Seguradora, ao ampliar o acesso ao seguro, a sociedade é beneficiada através da disseminação do bem estar social. “Esse bem estar social pode ser traduzido, por exemplo, na manutenção do padrão de vida de um segurado que foi desligado de seu emprego e conta com a cobertura de desemprego involuntário ou, ainda, no recebimento em vida do capital equivalente a morte natural, no caso do diagnóstico de doença grave, propiciando a utilização do valor para custear o tratamento médico”. O executivo afirma também que há uma tendência de que os corretores de seguros tenham mais autonomia na gestão da sua carteira e na precificação de produtos, aumentando as chances da categoria alavancar seus negócios.