Ultima atualização 15 de fevereiro

Reforma da previdência tem apoio de quase 50% dos brasileiros

Número que sobe para 63% entre os que se dizem bem informados; 54% dos entrevistados avaliam como bom/ótimo o início do Governo Bolsonaro
(Foto: Evaristo Sa/AFP)
(Foto: Evaristo Sa/AFP)

Ao iniciar um governo com 54% de avaliações ótimo e bom, o presidente Jair Bolsonaro tem também forte apoio para implementar a reforma da previdência. De acordo com o Estudo CVA Solutions sobre Política e Previdência, 49% dos entrevistados apoiam a reforma, sendo que o número sobe para 63% entre os que se dizem bem informados e para 64% entre os apoiadores do presidente.

O estudo foi realizado entre os dias 14 e 25 de janeiro, com 2.500 entrevistas em todo o Brasil, realizadas em painel online. A metodologia da CVA confere 95% de confiança no resultado, com margem de erro de 1,96%.

“Com boa aprovação popular, este é o momento certo do presidente Bolsonaro enviar para votação a reforma da previdência. A aprovação deve gerar confiança e ativará o círculo virtuoso da economia, já que o governo se inicia com inflação baixa, taxas de juros baixas e reservas internacionais altas. Porém, será necessário e urgente o governo iniciar já um esforço de comunicação para explicar o tema da previdência para a população”, observa Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA Solutions.

Política Nacional

De acordo com a pesquisa, 54% dos entrevistados avaliam como bom/ótimo o início do Governo Bolsonaro. A melhor avaliação está entre os homens (61%), profissionais liberais (60%), evangélicos (65%), moradores do interior (58%), nas regiões Sul (59%) e Centro-Oeste (61%), com maior renda (57%), e os mais velhos (64%).

Avaliação de temas e problemas

Os assuntos mais bem avaliados pela população neste início de governo são os assuntos relacionados ao Ministério da Economia (Paulo Guedes) e da Justiça (Sergio Moro). O percentual de notas ótimo e bom por assunto são: Economia (53%), Combate à Corrupção (52%), Relações Internacionais (50%) e Segurança Pública (50%).

O grau de confiança nas instituições (% ótimo/bom) é alta quando se fala em Polícia Federal (66%), Forças Armadas / Militares (65%), Operação Lava Jato (60%) e Presidente Jair Bolsonaro (58%). Ao contrário, a confiança no Congresso Nacional e nos Partidos Políticos é baixa: respectivamente 23% e 19%.

A pesquisa também avaliou a opinião sobre temas comentados durante a campanha. Os que avaliam bem (ótimo/bom) o início do governo Bolsonaro são favoráveis à escola sem ideologia política (71%), querem avaliação dos funcionários públicos por meritocracia (78%), que o foco do estado deve ser educação, saúde e segurança pública (84%) e apoiam a posse de arma (73%). Em relação ao porte de arma, 56% são contrários. Acreditam que as privatizações reduzem a corrupção nas estatais (61%), apoiam a atuação do exército na segurança de cidades muito violentas (74%).

Outro destaque da pesquisa foi sobre a maneira como a população se informa sobre política e economia. 59% responderam que buscam informação em sites de notícias na internet, 51% em telejornais e 32% em redes sociais. A TV Globo é a emissora mais assistida em notícias (31%), seguida por TV a cabo (25%) e TV Record (19%). O Facebook é a rede social mais utilizada (87%), seguida por YouTube (75%), Instagram (65%) e Twitter (27%). Durante as eleições os entrevistados afirmam ter acompanhado as propostas de Bolsonaro na TV (48%), no Facebook (42%), em Sites de Notícias (40%) e no Whatsapp (29%).

Reforma da previdência

Entre os entrevistados, 49% são favoráveis à reforma, 19% são neutros, 25% são contra e 7% não sabem.

Metade dos entrevistados afirmam estar informados sobre a reforma da previdência e 57% consideram o assunto um problema a ser resolvido. Mas o conhecimento da conjuntura econômica e social, que fundamenta a necessidade de uma reforma da previdência é mediano. Conforme o conceito testado, o conhecimento varia de 43% a 73%. Por exemplo: sobre cortar privilégios e igualar o teto da aposentadoria para todos, 73% concordam. Já sobre a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens devido ao aumento da longevidade, apenas 43% concordam.

Opinião por segmento

Os mais favoráveis à reforma da previdência são os homens (58%), moradores da região Sul (55%), com mais de 54 anos (59%), com maior escolaridade (54%) e que ganham mais de cinco salários mínimos (58%). Os menos favoráveis são as mulheres (41%), moradores da região Nordeste (43%), jovens (42%), com menor escolaridade (44%) e com renda de até cinco salários (44%).

A CVA Solutions também possui resultados para outros cruzamentos e segmentos. Os que dizem ser espíritas são os mais favoráveis à reforma da Previdência (55%), assim como os que assistem à TV Bandeirantes (60%) e os que leem jornais e revistas impressos (57%). Os menos favoráveis são os sem religião (42%), os que não assistem noticiário de TV (31%) e os que se informam em conversas com amigos e família (40%).

“Quanto mais informado, mais o indivíduo apoia a reforma da Previdência. É necessário e urgente começar a explicar para a população os conceitos de longevidade, empregados que contribuem versus aposentados e equidade da reforma”, explica Sandro Cimatti, lembrando que dentro do grupo favorável à reforma, os que consideram o tema “um grande problema” são 71%, são favoráveis à idade mínima de 62 para mulheres e 65 anos para homens (60%), apoiam o mesmo teto salarial para todos (81%), e querem as mesmas regras de idade para funcionários públicos e privados (86%).

Outras opiniões sobre a situação do país e da previdência também são mais apoiadas pelos mais informados. Entre os favoráveis à reforma da Previdência, 65% concordam que o país gasta mais dinheiro para cobrir as despesas com a previdência social e que dessa forma sobra menos recursos para Saúde, Educação e Segurança; 74% concordam que é injusto gastar quase todo o dinheiro dos impostos com a previdência; 74% concordam que a reforma da previdência deve ser gradual; 64% concordam que a idade mínima deve ser de 62 para mulheres e 65 anos para homens; 82% concordam que para a reforma da previdência social ser justa é preciso cortar os privilégios, igualar o teto de aposentadoria para todos brasileiros, inclusive funcionários públicos, políticos, juízes e militares; e 78% concordam que antes do governo mexer nas regras da aposentadoria das pessoas comuns deveria fazer uma reforma da previdência de funcionários públicos, políticos, juízes e militares.

Para Sandro Cimatti, o governo deve adotar um discurso com argumentos eficazes sempre enfatizando o combate aos privilégios e combate às injustiças, para conquistar o apoio da população e dos políticos à reforma da previdência.

M.S.
Revista Apólice

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