A Braspen (Sociedade Brasileira Nutrição Parenteral Enteral) abriu uma cruzada contra a desnutrição hospitalar, para mostrar os perigos e custos desta condição, que deixa os pacientes vulneráveis para uma série de patologias.
A divulgação da campanha “Diga não à desnutrição hospitalar” está sendo realizada por meio de aulas ao vivo e online, chamadas de posts e teasers na fanpage, site e workplace da Braspen, utilizando a logomarca da campanha.
A desnutrição é frequentemente encontrada no ambiente hospitalar. Muitas vezes
negligenciada, apesar de afetar desfavoravelmente a saúde da população, a desnutrição
apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de
cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de
desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de
mortalidade. Fora isso, acarreta considerável aumento dos custos hospitalares. A taxa de
desnutrição varia entre 20 e 50% em adultos hospitalizados e durante a hospitalização esta
condição piora progressivamente principalmente em idosos e pacientes críticos. Em 1998 o
inquérito brasileiro, conhecido como IBRANUTRI avaliou 4 mil pacientes internados na rede
pública hospitalar de vários estados brasileiros confirmando a prevalência da desnutrição em 48,1% dos pacientes. Há vinte anos estes dados foram publicados e o cenário permanece imutável até os dias atuais, pois em 2016, um outro estudo (com aproximadamente 30.000 pacientes) corroborou a manutenção da alta prevalência de desnutrição em pacientes hospitalizados.
“A identificação precoce de desnutrição, bem como o manejo, por meio de ferramentas
recomendadas, possibilita estabelecer conduta nutricional mais apropriada e melhora do
desfecho nestes pacientes”, explica Diogo Toledo, médico nutrólogo e presidente da Braspen.
A campanha mostra onze passos que podem contribuir para a queda dos índices de desnutrição hospitalar, em método mnemônico para ajudar a memorização dos profissionais de saúde:
Determine o risco e realize a avaliação nutricional
Estabeleça as necessidades calóricas e proteicas
Saiba a perda de peso e acompanhe o peso a cada 7 dias
Não negligencie o jejum
Utilize métodos para avaliar e acompanhar a adequação nutricional ingerida vs estimada
Tente avaliar a massa e função muscular
Reabilite e mobilize precocemente
Implemente pelo menos dois Indicadores de Qualidade
Continuidade no cuidado intrahospitalar e registro dos dados em prontuário
Acolha e engaje o paciente e/ou familiares no tratamento
Oriente a alta hospitalar
Kelly Lubiato
Revista Apólice