Ter uma nova ideia e seguir em frente com um projeto de um novo negócio pode ser algo simples de executar, porém desenvolver uma ideia inovadora e que possa ser a base de um negócio de sucesso é mais complicado. É nesse ponto que surgem as startups, cada vez mais presentes no mundo dos negócios. E elas existem para desafiar os modelos de negócio tradicionais e criar condições para que possamos analisar e buscar melhorias constantemente.
Geralmente a ideia começa com a intenção de resolver um problema para o qual ainda não existe uma solução eficiente. O problema deve ser extremamente bem definido e, principalmente, que a solução desenhada seja a desejada pelos clientes potenciais. Entre os desafios, enfatiza-se a importância de testar a solução encontrada com esses clientes, antes que seja detalhada e efetivamente desenvolvida.
E também existem as startups que não conseguem sobreviver, porque criaram uma solução que não existe para o mercado, ou seja, não há nenhum cliente potencial para o seu produto ou serviço. Essa é uma das razões mais comuns de fracasso das startups.
Não adianta os fundadores serem apaixonados pela solução encontrada se não existir um problema claro e bem definido a ser solucionado. No segmento de assistência, o processo de acionamento de uma rede de prestadores de serviços é um dos problemas existentes. Selecionar o melhor prestador que possa executar, por exemplo, um serviço de reboque, numa determinada localidade, requer uma jornada que começa com a identificação da localização geográfica e pessoal do cliente e do prestador, a definição do tempo estimado de atendimento e, principalmente, a execução do serviço com eficiência, no menor tempo, no menor custo e com a maior qualidade possível.
As oportunidades para esse processo surgem da etapa de atendimento, que pode ser feito por agentes virtuais, da execução de sistemas automatizados para seleção dos prestadores e da conexão sistêmica com a rede der prestadores de serviços. Atualmente, são várias as perspectivas para a criação de startups apenas nesse processo de acionamento.
O segmento de assistência é um setor rico de possibilidades para o surgimento de startups que possam gerar uma mudança radical na maneira como essas empresas operam. Cabe aos gestores a iniciativa de abrir a companhia para o trabalho integrado com as startups no mercado. Uma das iniciativas chave para isso é a organização de eventos, como hackathon, espaço para a discussão de problemas e busca de soluções. Isso pode gerar uma ponte entre a empresa e o ecossistema de startups, que cresce constantemente.
A integração com as startups é necessária não somente para que a empresa possa desenvolver e explorar novas soluções e serviços, mas também para garantir a sua sobrevivência e o crescimento almejado.
A empresa não precisa necessariamente ter uma área de inovação para conduzir esse tipo de iniciativa, mas deve ser esta uma meta dos gestores, pois, especificamente para o setor de assistência, a empresa que existe hoje poderá não existir num futuro próximo.
Algumas companhias do setor criaram células independentes de inovação que promovem este tipo de integração. É uma forma de organização que funciona bem, porém não se pode esquecer que uma inovação ou uma nova ideia pode ser necessária para resolver problemas básicos, como a simples tarefa de acionar um prestador de serviços. O foco é estar sempre atento a todas as oportunidades e aberto para o mundo das startups.
Sobre o autor
Jorge Cordenonsi, CIO da Europ Assistance Brasil