Ultima atualização 10 de julho

Setor de dispositivos médicos cresce 3,4% no 1º trimestre

Segunda alta consecutiva já significa uma retomada do setor com emprego, também em recuperação, informa ABIIS

O índice de consumo de dispositivos médicos – que inclui materiais, suprimentos, equipamentos para o setor de saúde, além de reagentes, próteses e implantes e reflete o comportamento do mercado brasileiro de produtos para a saúde – teve crescimento de 3,4%, no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2017. Os dados são do Boletim Econômico trimestral da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acabam de ser tabulados e analisados.

O consumo dos produtos para diagnóstico in vitro teve elevação de 1,0% e o de Próteses e Implantes alta de 8,38%, os dois são segmentos do setor de saúde, pesquisados pelos técnicos que produzem o Boletim ABIIS. O estudo começou a ser produzido em 2012 e, fazendo um paralelo com os dados médios levantados naquele período, constata-se que a atividade do setor encontra-se em patamar de 3,3% inferior ao verificado naquele ano, apesar do aquecimento de dois trimestres consecutivos. “Tivemos fortes quedas em 2015 e 2016 e ter índices positivos seguidos significa viés de alta, o que nos deixa bastante otimistas para os próximos trimestres”, avalia o presidente da ABIIS, Walban Damasceno de Souza.

Outro sinal positivo é o aumento das importações de equipamentos de diagnóstico por imagem e insumos, com alta de 18%, no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2017. “É uma possível retomada nos investimentos para a abertura de novas unidades prestadoras de serviços de diagnóstico”, avalia a nota técnica do Boletim ABIIS. As importações totais de Dispositivos Médicos totalizaram o valor de US$ 2,4 bilhões, no período analisado, com um crescimento geral de 5,9%, em relação a 2017.

Emprego também em recuperação

A elevação também se refletiu no mercado de trabalho, com alta de 1,9%, no primeiro trimestre, em relação ao trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2017). O Boletim ABIIS constatou a abertura de 2.522 novas vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de Dispositivos Médicos. O total de trabalhadores nessa atividade foi de 133.924, em março deste ano. Em 2017, eram 131.402 empregados. Entre os segmentos, destaca-se a criação de 1.212 vagas na indústria de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e de artigos óticos e outros 667 postos de trabalho no comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico e odontológico.

SUS x saúde suplementar – exemplos

O Boletim ABIIS avaliou ainda a realização de exames de diagnóstico ao longo de 2016 (dados disponíveis) por planos de saúde, em comparação com os feitos no SUS. Os planos de tinham 47,7 milhões de beneficiários, enquanto que a população usuária do SUS estava em 160 milhões de pessoas. Em 2016, foram realizados no país 94,2 milhões de exames de radiologia, sendo que o SUS fez 59,8 milhões (ou 374/1.000) e o sistema suplementar 34,4 milhões (ou 722/1.000). “Os planos de saúde realizaram o dobro dos exames de radiologia por usuário, tendo uma população três vezes menor. Isso revela uma das tantas distorções do sistema de saúde do Brasil”, lembra o presidente da ABIIS, Walban Souza.

Já em relação a exames de Ressonância Magnética, o SUS fez, em 2016, 1,1 milhão (ou 6,7/1.000), enquanto que os planos de saúde realizaram 7,1 milhões (ou 148,6/1.000). No tocante aos exames de diagnóstico in vitro, foram realizados no país 11,2 milhões de exames de citopatologia, sendo a proporção de 29,2 exames por 1.000 beneficiários no SUS e de 138,7 exames por 1.000 beneficiários no sistema suplementar.

L.S.
Revista Apólice

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