Você já deve ter escutado que a saúde começa pela boca, o que é justificável ao entendermos que a ausência de cuidados simples e diários podem acarretar em uma série de danos irreversíveis. Cárie, mau hálito, gengivite, placa bacteriana e tártaro ainda são alguns dos problemas mais comuns relatados nos consultórios odontológicos. As infecções bacterianas da boca podem, ainda, causar outras complicações na saúde e terem relação até com doenças no coração, como a periodontite cardíaca.
O fato é que esses cuidados já estão sendo colocados em prática, pois a saúde bucal no Brasil deu um salto qualitativo nas últimas décadas. Principalmente no que diz respeito à prevenção. Analisando o índice CPO-D (sigla para dentes cariados, perdidos ou obturados), que avalia a prevalência da cárie dentária em diversos países, o Brasil em 2010 teve o índice de 2,1, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda como ideal um valor médio menor do que 1,1.
Embora não tenhamos alcançado o recomendável, o Brasil entrou no grupo de países com baixa prevalência de cárie. Em comparação com o ano de 2003, tivemos uma redução expressiva de 25%, quando o índice era de 2,8. O maior acesso da população aos serviços odontológicos e o aumento das ações de promoção e de prevenção em saúde bucal têm sido os principais fatores para essas mudanças.
Neste contexto, o papel da odontologia suplementar é um fator decisivo à melhoria e acesso da saúde bucal pela população. A importância do setor vai além da relação custo x benefício, uma vez que oferece atendimento em todo território nacional, por meio da capilaridade das operadoras com seus prestadores. Ou seja, todos os planos odontológicos e redes credenciadas preveem a cobertura de consultas regulares ao cirurgião-dentista e de tratamentos preventivos relacionados à atenção primária.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aproximadamente 400 operadoras exclusivamente odontológicas beneficiam cerca de 23 milhões de pessoas no Brasil. Neste cenário, compomos mais de 50% do mercado da odontologia suplementar, o que representa cerca de 12% da população brasileira.
A prevenção pode ser entendida como o primeiro nível de atenção dos sistemas assistenciais voltada à promoção da saúde, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção. Ela ganha cada vez mais importância para os planos odontológicos, sendo fundamental compreender que a prevenção só ocorre quando há conscientização, tornando-se um instrumento de transformação social.
Ações simples no que diz respeito a higienização oral diminuem a possibilidade de sérias doenças bucais. A ANS, inclusive, impõe a cobertura de todos os procedimentos odontológicos de atenção primária como obrigatórios pelos planos, entre eles destacam-se: a consulta inicial e controle de placa bacteriana.
É evidente que a odontologia suplementar e suas redes credenciadas ainda têm muito a crescer e precisa fortalecer o seu papel social, por meio de informações e serviços relevantes, que facilitem o acesso à saúde bucal.
O Sinog, como representante legítimo das operadoras de odontologia de grupo, compreende que o crescimento e fortalecimento das operadoras odontológicas estão intrinsicamente atrelados ao seu papel social em promover acesso de qualidade à saúde bucal para a população. Neste contexto, temos um mercado muito promissor, visto que há aproximadamente 208 milhões de pessoas no Brasil e, em algum momento, elas necessitarão dos serviços de um cirurgião-dentista.
Sobre o autor
Geraldo Almeida Lima é presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog)