Ultima atualização 04 de maio

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Risco político é o que mais preocupa multinacionais

Relatório global da corretora Marsh indicou países com maior instabilidade. Brasil aparece em segundo lugar no ranking da América Latina
Crédito: Contee
Crédito: Contee

O atual cenário político brasileiro e a realização de eleições em 2018 trouxeram uma instabilidade política de curto prazo para o Brasil. É o que mostra o mais recente relatório Political Risk Map 2018 da consultoria de risco e corretora de seguros Marsh, produzido em parceria com a BMI Research, empresa de análise independente de riscos políticos, macroeconômicos, financeiros e industriais.

Para medir o grau de risco político do País, a consultoria estabelece uma nota de 1 a 100 considerando três categorias de riscos: político, econômico e operacional. As pontuações abaixo de 60 representam alguma instabilidade. Este ano, o Brasil ficou com nota 57.5, tendência já verificada em 2017, quando a nota do País foi 57.2.

“Instabilidade social e ações governamentais adversas estão entre os riscos políticos mais comuns que as organizações multinacionais enfrentam quando negociam ou investem em países estrangeiros. Embora estes tipos de riscos não sejam controláveis, muitos casos podem ser mitigados por meio de seguros de risco político e seguro de crédito, que trazem maior segurança nas decisões de investimentos”, afirma Marcelo Elias, diretor executivo de Risk Management & Specialties da Marsh Brasil.

Outros países da América Latina, como Peru e Equador, também apresentam uma tendência de instabilidade próxima à do Brasil, com pontuações abaixo de 60.

Ranking de instabilidade por países da América Latina:

Peru (59.6)
Brasil (57.5)
México (56.9)
Guiana (56.3)
Equador (52.5)
Bolívia (51.5)
El Salvador (48.5)
Paraguai (48.1)
Suriname (46.5)
Honduras (43.5)
Guatemala (40.8)
Venezuela (30.6)

O relatório analisa o cenário político em mais de 200 países. De acordo com o mapa, a ameaça de terrorismo continua sendo uma preocupação, evidenciada pelos ataques na Europa, África, Ásia e outros lugares em 2017, criando assim uma instabilidade em alguns países das regiões. “As ameaças de ataques terroristas também estão entre os riscos políticos mais comuns que impactam diretamente nos negócios das empresas multinacionais”, explica.

O relatório também mostra que gigantes do comércio, como os Estados Unidos, buscarão novas restrições em 2018, após uma breve diminuição na implementação de tais medidas em 2017.

Gestão de riscos políticos

Historicamente, organizações multinacionais adquiriram seguro contra violência política e/ou terrorismo porque as taxas eram tipicamente menores do que as de seguro de risco político. Mas as empresas devem ter em mente que esta estratégia tem o potencial de deixar lacunas significativas. Se for uma política de seguro de terrorismo ou terrorismo que responde a um sinistro, muitas vezes depende da forma como as seguradoras e os governos veem eventos específicos.

“Em alguns casos, seguradoras de terrorismo e violência política negam cobertura, alegando que um determinado evento deve ser coberto pelo outro tipo de política. Alternativamente, o seguro de risco político pode ajudar a reduzir as lacunas, incluindo cobertura para ambos os riscos, evitando potencialmente tais disputas”, explica o executivo.

Os contratos comerciais para o fornecimento de bens e serviços com entidades governamentais ou privadas em países emergentes são frequentemente expostos a uma série de riscos políticos subjacentes. O aumento do protecionismo global, a restrição dos pagamentos em moeda estrangeira a empresas estrangeiras e a imposição de embargos e sanções comerciais são questões recorrentes em países onde os governos tentam impor objetivos de política externa, influenciar a opinião pública nacional ou gerir problemas econômicos.

M.S.
Revista Apólice

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