Ultima atualização 28 de maio

Cuidado com o bolso: sua velhice vem aí

De acordo com o IBGE, 30% da população será formada, em 2028, por pessoas com mais de 50 anos de idade

“A longo prazo estaremos todos mortos”. Ninguém questiona que o economista inglês John Keynes (1883-1946), autor dessa frase, estava certo a respeito do nosso futuro. Mas ele provavelmente não imaginava que o longo prazo ficaria mais longo ainda, inclusive no Brasil. A longevidade do brasileiro está aumentando e, segundo o IBGE, 30% da população será formada, em 2028, por pessoas com mais de 50 anos de idade.

E quando cresce a expectativa de vida, cresce também a importância de planejar a situação financeira na velhice, certo?

Raphael Swierczynski

Deveria ser, mas infelizmente isso não acontece no Brasil. Estudos mostram que poupar não é da natureza humana, mas no âmbito nacional essa tendência é especialmente marcante. Levantamento do Datafolha revelou que o brasileiro é imediatista e que 65% da população não guarda dinheiro para o futuro, número extremamente preocupante em um país onde a ineficiência do sistema previdenciário tornou emergencial uma Reforma da Previdência, ainda sem data definida. Analisando as projeções de crescimento populacional no nosso país, é fácil entender que, no modelo atual, a previdência social não chegará a 2050 sem uma profunda reforma. A projeções indicam que, da forma que esta, a previdência no Brasil custará ao país quatro vezes mais do que custa, em média, nos outros países.

Claro, não é fácil poupar no Brasil. Em países nos quais há menos desigualdade social e mais serviços públicos de qualidade, principalmente, na Educação e na Saúde, além de uma previdência confiável, a necessidade de economizar não é tão evidente. Isso, no entanto, não muda o fato de que a falta de planejamento financeiro representa um problema grave no Brasil, capaz de tornar a chamada “melhor idade” em um verdadeiro pesadelo para muitos.

É por essa razão que a previdência privada, ou complementar, ganha cada vez mais força como opção de investimento para garantir uma aposentadoria confortável. Enquanto no modelo governamental vigente – administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – não é possível escolher o valor da contribuição, já que é automático e proporcional ao salário recebido, na previdência privada o beneficiário pode investir o quanto quiser, pelo tempo que quiser, de acordo com seus objetivos e sua disponibilidade, e estipular renda mensal superior à definida pelo Governo.

No entanto, mais importante que qualquer modalidade de investimento – ações, fundos de renda fixa e moedas virtuais são outras opções – é aprender a poupar, a controlar os gastos. É um desafio considerável, diante de tantas despesas e um orçamento apertado ou até deficitário, algo que é a realidade de tantos brasileiros.

Mas desafio maior ainda é contar apenas com a previdência social para suprir suas necessidades básicas quando o futuro tornar-se presente. A longo prazo, enquanto ainda estivermos vivos, nossa saúde financeira também será fundamental.

Sobre o autor

Raphael Swierczynski é CEO da Ciclic, fintech do mercado de previdência complementar

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

AdBlock Detectado!

Detectamos que você está usando extensões para bloquear anúncios. Por favor, nos apoie desabilitando esses bloqueadores de anúncios.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO