Incidentes cibernéticos e a interrupção dos negócios podem comprometer o sucesso ou mesmo a existência de empresas de todos os tamanhos e setores, no Brasil e no mundo, aponta o estudo Allianz Risk Barometer 2018, divulgado mundialmente a partir da apuração realizada com mais de 1900 especialistas em risco em 80 países.
Grandes prejuízos causados por catástrofes naturais também são uma preocupação crescente para as empresas mundo afora, e o número recorde de desastres em 2017 também fez com que as mudanças climáticas e a crescente volatilidade do clima figurassem entre os 10 principais riscos (primeira vez no levantamento).
O impacto de risco das novas tecnologias é um dos temas que ganham importância, à medida que as empresas reconhecem que, no futuro, inovações como inteligência artificial ou mobilidade autônoma podem criar novas responsabilidades e perdas em grande escala, bem como oportunidades. “Por outro lado, as empresas estão menos preocupadas hoje com os riscos de mercado, tais como queda de demanda e novos entrantes, do que há 12 meses”, explica Angelo Colombo, CEO South America Region da companhia.
“Pela primeira vez, a interrupção dos negócios e o risco cibernético estão pareados no Allianz Risk Barometer e esses riscos estão cada vez mais interligados”, explica o CEO. “Os incidentes cibernéticos são agora uma das principais causas de interrupção dos negócios para as empresas conectadas cujos ativos primários são muitas vezes dados, plataformas de serviços ou seu grupo de clientes e fornecedores”, reforça.
“No entanto, os graves desastres naturais do ano passado nos recordam de que o impacto de perigos perenes também não deve ser subestimado. Os gestores de risco enfrentam um ambiente altamente complexo e volátil tanto com relação aos riscos comerciais tradicionais quanto aos novos desafios tecnológicos no futuro “.
Aumentam os riscos cibernéticos
Incidentes cibernéticos seguem sua tendência ascendente no Allianz Risk Barometer. Cinco anos atrás, estavam na 15a posição global. Em 2018, ocupam a 2a; no Brasil, a primeira. Múltiplas ameaças, tais como a violação de dados, vulnerabilidade da rede, ataques de hackers, riscos reputacionais ou interrupção dos negócios devida a incidentes cibernéticos fazem com que eles sejam o principal risco para os negócios em 11 países pesquisados. Eles também se classificam como o risco mais subestimado e o principal perigo no longo prazo.
Em nível individual, falhas de segurança recentemente identificadas em chips de computadores em praticamente todos os dispositivos modernos revelam a vulnerabilidade cibernética das sociedades modernas. A probabilidade de ocorrerem os chamados “furacões cibernéticos”, em que os hackers causarão problemas a um grande número de empresas ao atacar as bases comuns de infraestrutura, continuará a aumentar em 2018.
Novos gatilhos para a interrupção dos negócios
Globalmente, a interrupção dos negócios é o risco mais importante, atualmente a 2a posição para o Brasil. Esse tipo de risco lidera as classificações em 13 países e nas regiões da Europa, Ásia-Pacífico e África & Oriente Médio. As empresas enfrentam um número cada vez maior de cenários, que vão desde exposições tradicionais, como incêndios, desastres naturais e ruptura da cadeia de suprimentos, a novos gatilhos decorrentes da digitalização e da interconectividade, que normalmente ocorrem sem danos físicos, mas com altos prejuízos financeiros.
O colapso de sistemas centrais de TI, eventos de terrorismo ou violência política, incidentes relativos à qualidade do produto ou uma mudança regulatória inesperada podem levar as empresas a uma paralisação temporária ou prolongada com um efeito devastador nas receitas. Curiosamente, a interrupção dos negócios também é o segundo risco mais subestimado no Allianz Risk Barometer. “As empresas podem se surpreender com os motivos, alcance e impacto financeiro reais de uma interrupção e subestimar a complexidade de uma retomada”, explica o CEO. Vale ressaltar que riscos políticos aparecem em 9° lugar na pesquisa Global. No Brasil, foi listado entre os Top 10.
Riscos climáticos e tecnológicos em ascensão
Depois do prejuízo recorde de US$ 135 bilhões em perdas seguradas devidas apenas a catástrofes naturais em 2017 – o mais alto de todos – causado pelos furacões Harvey, Irma e Maria nos Estados Unidos e no Caribe, as catástrofes naturais retornam ao grupo dos três principais riscos para os negócios em nível mundial. No Brasil, ocupam a 5a posição.
Os entrevistados temem que 2017 possa ter sido um prenúncio da crescente intensidade e frequência dos riscos naturais. As mudanças climáticas e o aumento da volatilidade do clima são um novo participante no grupo dos 10 principais do Risk Barometer 2018 e o potencial de prejuízos para as empresas é ainda mais exacerbado pela rápida urbanização nas áreas costeiras.
A.C.
Revista Apólice