O mais ativo vulcão da Europa, o Etna, situado na Itália, entrou em atividade na última quarta-feira, 15. Foram registradas erupções também na quinta-feira, 16.
Até o momento, dez pessoas ficaram feridas; de acordo com a Defesa Civil, essas pessoas eram turistas que visitavam uma das crateras da encosta do vulcão a 3.200 metros de altitude. Os ferimentos foram causados por conta de pedras que voaram durante a explosão.
No Brasil não há vulcões em atividade. Mas o mercado de seguros nos locais que enfrentam essa ameaça tem produtos prontos para atender a essa demanda, no momento que ela surgir. Mate a curiosidade e saiba um pouco mais sobre como funcionam as apólices com cobertura para vulcões em erupção.
Os riscos
Vulcões geralmente não são considerados quando os riscos dos seguros são discutidos. Eles tendem a estar em áreas mais remotas, não têm estação de maior atividade e, a menos que a erupção seja grandiosa, não se presta muita atenção neles.
Ainda que a atividade vulcânica seja bastante infrequente, ela pode causar danos grandiosos às propriedades, justamente por conta dessa imprevisibilidade. Em 2010, um vulcão entrou em erupção na Islândia. Resultado: isso espalhou cinzas no ar por várias milhas, prejudicando o tráfego aéreo europeu por seis dias em abril daquele ano e, novamente, em maio; além de gerar terremotos e chuvas de raios. O impacto foi considerado de curta duração e declarado totalmente sob controle em agosto.
Turismo em vulcão
Muitos vulcões são atrações turísticas e estima-se que aproximadamente 500 milhões de pessoas atualmente vivam perto de um vulcão ativo. No entanto, ao contrário de furacões, por exemplo, prever quando um deles entrará em erupção é algo muito difícil. Apesar dos cientistas terem acesso a dados de satélites constantemente recolhidos; acessarem relatos de temperaturas externas e internas e atividades sísmicas, monitorarem a acumulação de magma, gás vulcânico e deformação; saber se o vulcão certamente entrará ou não em erupção é algo completamente desconhecido.
Já os vulcões que se tornaram destinos turísticos têm seus próprios riscos, particularmente pela infraestrutura que os cerca, já que até mesmo uma pequena erupção pode significar um dado grande à propriedade. Vulcões geram terremotos antes, durante e depois das erupções, que podem ocorrer meses ou até mesmo anos depois da atividade.
O solo fértil ao redor de um vulcão faz com que ele seja altamente produtivo para agricultura e uma grande erupção pode destruir prédios residenciais, conteúdos, culturas, gado e fazendas.
Após uma erupção, a lava pode viajar por grandes distâncias, queimando, enterrando e danificando tudo que estiver em seu caminho. Terremotos, movimento da terra, enxurradas, deslizamentos, queda de pedras, fogo, explosões, detritos – incluindo cinzas, poeira e outras partículas, além de danos causados pela fumaça resultante da atividade vulcânica. Tais danos podem dar origem a sinistros nas linhas de property, pessoal ou comercial.
O que está coberto?
Primeiramente, atividade de vulcão é um risco segurável afetando diversos tipos de coberturas.
A lava caindo por cima de uma casa irá incendiá-la. São comuns esforços para bombear água do mar sobre a lava para resfriá-la ou redirecioná-la, mas nem sempre eles são bem sucedidos; no entanto, sinistros causados por fogo estão cobertos na apólice padrão.
Muitas apólices de proprietários, locadores e empresas têm cobertura para perdas em property causadas por explosões de vulcões e suas consequências. Caso os locais sejam evacuados e posteriormente saqueados, esses atos de vandalismo também estarão cobertos.
Se o segurado tem uma apólice de automóvel compreensiva, perdas causadas pela lava estarão cobertas, enquanto os danos causados pelas cinzas – como o teto corroído pela cinza ou um motor que está sendo danificado – também conta com a proteção da maioria das apólices. No entanto, a limpeza dessas cinzas, os danos causados à terra, gramado e outros bens não estão cobertos.
A cobertura para a interrupção de negócios é geralmente um adicional nas apólices dos proprietários de imóveis empresariais, que cobrem qualquer perda resultante da paralisação dos negócios por conta do sinistro (como a impossibilidade de acessar o prédio ou impedimento de acesso à área decretado pelo governo).
Saúde
Exposição prolongada à cinza ou inalação da fumaça pode causar graves problemas médicos, seja no momento do contato ou até mesmo muito tempo depois, envolvendo as coberturas de seguro saúde. A maior parte das 57 mortes que sucederam a erupção do vulcão Monte Santa Helena, nos EUA, em 1980, foram causadas por asfixia devido à inalação de cinza quente.
Apólices de property, em geral, não cobrem movimentações de terra e vulcões se enquadram nessa categoria. Eles geram tremores antes, durante e depois das erupções, essas coberturas para terremotos devem ser compradas separadamente.
Dúvidas
Um subscritor da FC&S perguntou se o fluxo de lava teria ou não cobertura, baseado na exclusão dos deslizamentos causados por movimentação da Terra, no qual se enquadram: terremotos – incluindo ondas causadas por eles ou tremores antes, durante ou depois de uma erupção vulcânica; deslizamento de terra ou de lama; qualquer outro movimento de terra resultante de forças humanas ou animais ou qualquer fato da natureza, a não ser que ocorra perda direta por incêndio ou explosão.
A resposta para essa pergunta realmente depende se a lava que causou o dano ainda estava fresca, líquida ou se já estava petrificada. No primeiro caso, a exclusão por terremoto não se aplicada. No caso da lava solidificada, a exclusão por terremoto impediria a recuperação desses danos.
Os vulcões não estão entre a média de riscos prováveis; mas os danos que eles causam, além de muitos outros perigos que trazem, podem ser segurados.
com informações: G1 e propertycasualty360
A.C.
Revista Apólice
