Os primeiros condutores da disrupção em seguros – as FinTechs, mais especificamente as InsurTechs – vêm de fora da indústria. O ritmo de mudança e disrupção de mercado tem sido assustador para a maioria, mas a presença crescente das companhias de InsurTech não é uma ameaça, pelo contrário. Essas empresas são sobre criar novas oportunidades para o setor.
Inovadores tecnológicos podem ter soluções para as necessidades dos clientes, mas com frequência pecam na hora de definir como aplicá-las em diferentes indústrias. As companhias de seguro estão em vantagem quanto a isso, podendo ir além na inovação, alcançando uma grande ruptura que resulte em diferenciais competitivos significativos. De fato, as InsurTechs podem abrir novos caminhos para a inovação, aumentar a relevância dos produtos e serviços de seguros, acelerar a chegada deles no mercado e fornecer novas oportunidades para a linha de frente da indústria.
Há uma combinação entre mercado e prioridades organizacionais que abrem as portas para essas novas possibilidades. Oportunidades externas relacionadas a tendências sociais e tecnológicas e que dizem respeito às mudanças de necessidades e expectativas dos clientes (que têm sido facilitadas pela tecnologia digital). Seguradores têm tomado medidas para se manter relevantes no mercado e, pelo menos, manter a posição que ocupam. Para muitas companhias, focar nessas oportunidades continua sendo algo crítico, não sendo suficiente para que elas ganhem vantagem competitiva. Oportunidades internas estão relacionadas com o uso da tecnologia para aumentar as operações e a execução dos negócios. Alguns seguradores têm usado Inteligência Artificial para aumentar as operações internas. Isso tem melhorado a eficiência e automatizado processos voltados aos clientes já existentes, às subscrições e aos sinistros.
Para tirar o máximo de proveito dessas oportunidades, os seguradores precisam determinar suas necessidades de inovação e fazer conexões significativas com os inovadores. Isso irá ajudá-los a saber em quais áreas eles devem incrementar – ações que os manterão no jogo – e em quais eles terão que se empenhar mais para atingir rupturas reais com inovação disruptiva e radical – o que pode levá-los a alcançar a liderança do mercado.
Um modelo de inovação empresarial eficaz levará em conta diferentes maneiras de encontrar e organizar diversas necessidades e ajudar a fazer grandes mudanças. O modelo ou combinação de modelos que seja mais adequado para uma organização dependerá de seu apetite por inovação, o tipo de parcerias que ela deseja e a capacidade que ela precisa.
Forças disruptivas
É importante notar que haverá exposição a novos riscos e incertezas sobre a efetividade de medidas existentes para se proteger deles. Com isso, será preciso que companhias façam considerações cuidadosas sobre a sustentabilidade de seus modelos de inovação atuais. Ser sócio ou adquirir companhias InsurTechs significa que as tradicionais fronteiras de responsabilidades do TI deverão ser cada vez mais expandidas a cada novo empreendimento.
Além disso, as startups são guiadas por inovações rápidas. Elas nem sempre consideram que problemas regulatórios e de responsabilidade, ou violações da lei, podem vir à tona mais para frente. Mudanças efetivas virão da relação muito próxima entre seguradores e reguladores, contando com o ponto de vista dos players emergentes. Enquanto a maioria dos seguradores dá suporte às mudanças feitas apenas como incremento, outros reconhecem que precisam fazer muito mais para promover as rupturas que resultarão em uma verdadeira vantagem competitiva.
A agenda dos inovadores em seguros deveria incluir:
- Planejamento de cenário – qual é o cenário futuro em potencial e suas implicações?
- Monitoramente e análise em tempo real do panorama da InsurTech. O que está disponível e que pode ajudar neste momento. O que se quer que talvez não exista ainda?
- Determinar como as inovações do empreendimento trará mais efetividade para o aceleramento do processo e permitirá sua execução. Qual é a melhor abordagem para estimular e tirar vantagem dessa inovação?
- Aumentar a organização com novos e diferentes tipos de talentos. Onde estão os inovadores que a companhia precisa e qual a melhor maneira de atraí-los e contratá-los?
- Seguro Cyber e regulação. Há preparo para os desafios operacionais que a nova tecnologia pode apresentar? A companhia e seus parceiros consideraram as ramificações do compliance do que está sendo feito e planejado?
A PwC entrevistou diversos executivos da indústria e identificou seis oportunidades-chave nas InsurTechs. Há uma combinação de marketing e prioridades organizacionais que abrem portas para oportunidades externas e internas. É preciso estabelecer um padrão para inovação. Isso se faz focando nos elementos fundamentais do negócio e se movendo em direção aos potenciais cenários futuros do mercado. Isso oferece uma grande oportunidade para as companhias se diferenciarem dos seus competidores.
No entanto, a PwC entende que desenhar uma mudança em larga escala pode ser algo intimidante. A sugestão da consultoria é pensar grande e começar pequeno. Isso pode ajudar os seguradores a gerenciar melhor a mudança. Determinar o mix de inovações apropriado para a empresa irá ajudá-la a moldar seus objetivos estratégicos e balancear o apetite por investimentos. Oportunidades com InsurTechs normalmente apresentam riscos que seguradores precisarão gerenciar e mitigar. Há sempre risco de falhar – embora o medo de falhar seja um risco ainda maior.
Confira a pesquisa completa (em inglês).
A.C.
Revista Apólice