O Sistema Hapvida anunciou, na terça-feira (6), a construção do seu primeiro hospital voltado à saúde da mulher. O Hospital e Maternidade Eugênia Pinheiro, ficará localizado em Fortaleza (CE). Contará com mais leitos, além de UTI neonatal, centro obstétrico com salas de parto adequado, centro cirúrgico, espaço mãe-canguru, banco de leite, consultórios ginecológicos, salas de observação de alto risco, unidade de diagnóstico por imagem, laboratórios, lactário, entre outros serviços. A previsão é que a unidade hospitalar seja entregue no primeiro semestre de 2017.
“Nossa missão é garantir que o atendimento médico não seja interrompido. Temos um compromisso com a manutenção de leitos para a população. Por isso, ampliamos nossa rede própria com investimentos. Foram clínicas, policlínicas e hospitais, que estavam prestes a interromper seus atendimentos. Esse foi o caso do Hospital Luiz França, na capital cearense. Após ter sido integrado ao Sistema Hapvida, em 2014, tornou-se referência em Fortaleza. Em nenhum momento teve seu atendimento interrompido”, pontua o vice-presidente do Hapvida, Candido Pinheiro Jr
Ao resgatar as unidades, o Sistema Hapvida investe em melhorias e amplia os serviços oferecidos à população. Agora, investe no Hospital e Maternidade Eugênia Pinheiro. “Essa unidade é, também, fruto da confiança do beneficiário na operadora”, diz a diretora de Comunicação e Marketing, Simone Varella. A nova unidade gerará 800 empregos diretos e é fruto do investimento de quase R$ 20 milhões. Esse valor estava inserido nos R$ 180 milhões previstos inicialmente pela operadora para serem investidos durante este ano, em toda sua rede própria no Norte e Nordeste.
O novo hospital vai receber o nome de Eugênia Pinheiro. De família humilde do interior de Quixadá (CE), ela é a matriarca da família Pinheiro. Aos 91 anos, dona Eugênia trabalha no Hapvida, sendo responsável pelos uniformes dos 17 mil funcionários. “Contrariando a idade, dona Eugênia trabalha, viaja, faz musculação, pilates, brinca com os bisnetos, não falta às aulas de forró e não tem nenhuma doença séria”, festeja Candido Pinheiro Jr., neto da matriarca.
População feminina
A unidade atenderá ao público feminino que é crescente no Ceará. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Estado tem 212.205 mulheres a mais que homens. Dentre as cidades com maior número de mulheres, estão Fortaleza (156.349 a mais que homens), seguido por Juazeiro do Norte (13.233), Caucaia (6.245), Crato (6.196) e Sobral (5.309). Segundo os mais recentes dados do Ministério da Saúde, coletados pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), entre as principais causas de morte em mulheres estão o infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Além dos problemas do aparelho circulatório, outras condições evitáveis como pressão alta, gripe, pneumonia e diabetes estão na lista. Mapeamento mostra que 453.151 mortes de mulheres foram registradas no Brasil em 2010, de acordo com o censo.
Leitos maternos e pediátricos
Apesar de ser cada vez mais demandado, o atendimento materno infantil e pediátrico tem sofrido grandes perdas nos últimos anos. Em janeiro deste ano, de acordo com o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Pinto, cerca de mil unidades entre maternidades, hospitais infantis psiquiátricos fecharam as portas no Brasil. No Ceará, a situação não é diferente. Entre 2002 e 2012, o Estado perdeu 16 hospitais, setores ou núcleos de pediatria, totalizando 1.060 leitos a menos, segundo reportagem publicada pelo Diário do Nordeste, em 15 de outubro de 2012. Já em 2013, o jornal O Povo constatou que, em 12 anos, quase 20 atendimentos pediátricos fecharam as portas em Fortaleza, a segunda capital com o maior déficit de leitos no Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A.C.
Revista Apólice