Não é rara a instalação de bloqueadores em carros pelos motoristas, especialmente em modelos antigos, que não têm mais a cobertura de uma empresa de seguros. É uma maneira de tentar proteger o veículo, em caso de furto. Mas o que muitos não sabem é que este tipo de item de segurança, na verdade, joga em outro time, o de risco de acidentes. É o que afirma o Cesvi Brasil, Centro de Experimentação e Segurança Viária da Mapfre.
Ao contrário dos rastreadores e sinalizadores, que identificam via satélite a localização do automóvel, os bloqueadores não permitem ao motorista saber onde o carro está em caso de roubo e funcionam de duas maneiras: pelo bloqueio da ignição ou ao cortar o envio de combustível para o motor. De um jeito ou de outro, no entanto, a segurança do motorista fica seriamente comprometida.
Segundo Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi Brasil, “no bloqueio da ignição, o carro continua em movimento; porém, com o motor parado e sem estar engrenado, as forças mecânicas de auxílio para direção hidráulica, vácuo do motor para o sistema de freio e até mesmo a geração de tensão pelo alternador para a direção elétrica são totalmente comprometidos, dificultando assim a dirigibilidade. Ou seja, se o motorista estiver em uma curva, por exemplo, o risco de acidentes é enorme. Estes mesmos problemas podem ocorrer com o corte do envio de combustível, também necessitando de força excessiva tanto para frear o carro quanto para controlá-lo”, finaliza.
Caso o motorista prefira por possuir algum sistema antifurto no carro, o CESVI BRASIL dá algumas dicas:
Prefira os rastreadores; não comprometem a segurança durante a direção, são silenciosos e difíceis de encontrar dentro do carro;
Opte por não saber onde o dispositivo está instalado, para que você não se comprometa em situações de risco, como em assaltos com abordagem;
Instale somente produtos confiáveis e com especialistas. Equipamentos clandestinos podem prejudicar a parte elétrica do carro e, se for algum modelo mais novo, pode perder a garantia da montadora. Fique atento.
L.S.
Revista Apólice