O Graph Analytics, ou Análise de Grafos, é uma área da matemática discreta que teve amplo desenvolvimento nas últimas décadas, em sintonia com as transformações nas sociedades, sendo considerada importante ferramenta para análises de situações as mais variadas. E o uso dessa ferramenta na saúde suplementar foi tema de debate no CIAB FEBRABAN – Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras.
O painel ‘Medindo Qualidade em Seguro-Saúde Usando Graph Analytics’ contou com a participação de Flavio Bitter, vice-presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) – entidade representativa de operadoras de planos e seguros de assistência médica – e diretor da Bradesco Saúde, e de José Cechin, diretor-executivo da Federação. A apresentação coube a Claudio Pinhanez, líder de Pesquisa em Internet of People do IBM Research Labs Brasil.
No último dia do congresso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a despesa pública brasileira não pode continuar a crescer e destacou que o principal problema do Brasil é o desequilíbrio fiscal. “As atenções devem estar voltadas para resolver esse problema. Não dá para tentar resolver simultaneamente uma coleção de problemas que o país tem hoje. A experiência internacional mostra que os países que enfrentaram seu principal problema retomaram o crescimento, enquanto aqueles que tentaram várias frentes não conseguiram bons resultados”, destacou.
O ministro também defendeu que é preciso manter um controle rígido sobre as contas, motivo pelo qual o governo elaborou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos para as despesas primárias nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Pelo texto, o aumento do gasto público ficará limitado à variação da inflação oficial do ano anterior. A determinação vale por 20 anos.
Painel
Durante a abertura do painel, foi apresentado estudo aplicado nos dados de sinistros de uma grande seguradora de saúde brasileira, que explorou as relações médicos-médicos e médicos-pacientes. “O volume de dados é muito grande, mas a tecnologia computacional hoje permite a exploração de grandes bancos de informações. Para se ter uma ideia do volume, basta considerar que o setor de saúde suplementar como um todo realiza, anualmente, 1,4 bilhão de procedimentos de saúde, mais de 300 milhões de consultas, isso por quase 50 milhões de beneficiários e realizadas por 300 mil médicos. Dessas bases de dados, é possível extrair informações muito relevantes para a gestão das operadoras e formulação de políticas de saúde para o setor suplementar, entre outras”, explica Cechin.
O diretor-executivo da FenaSaúde reconhece que, para não iniciados, a tecnologia parece um pouco mística. “Recordei a resposta de Michelangelo Antonioni, quando perguntado como se inspirou para esculpir Davi, uma obra magistral: ‘Davi estava lá dentro do bloco de mármore e o que fiz foi simplesmente retirar os excessos que não pertenciam ao corpo’. Da mesma forma, há muitos Davis a serem extraídos das grandes bases de dados do sistema de saúde suplementar, o apresentado hoje é apenas um deles”, finalizou Cechin.
A.C.
Revista Apólice