A Celent, empresa de pesquisa e consultoria dedicada ao fornecimento e apoio às instituições financeiras para formular estratégias de negócios e tecnologia, apresentou o relatório “Seguros na América Latina 2016: A Perspectiva do CIO”, que analisa as principais tendências para o negócio dos seguros na América Latina e como suas estratégias e investimentos são direcionados para a área de TI.
Otimização de processos, inovação, crescimento e retenção são os objetivos de negócio mais importantes no desenvolvimento de planos de TI onde é colocado o foco. A maioria das seguradoras irá investir entre 2 e 4% do seu orçamento para responder a estas iniciativas e manter seus negócios.
“Todos os anos, esses relatórios se dirigem aos CIOs consultando-os sobre as suas pressões, prioridades e práticas para o próximo ano. Este estudo fornece os resultados mais importantes da pesquisa para o ano 2016. É gratificante ver como a inovação digital continua no topo da prioridade dos CIOs”, afirma Juan Mazzini, analista sênior da Celent na área de seguros e autor do relatório. “Embora os resultados não sejam visíveis ainda, a indústria está tomando decisões na direção certa”, completou.
O artigo “O que significa ser hoje digital para a indústria de seguros”, do mesmo autor, quando fala sobre a inovação em seguros, salientando, no entanto que, geralmente, os departamentos de TI não recebem um orçamento alto, nem se tornam em uma iniciativa de magnitude. De qualquer modo, as seguradoras na América Latina melhoram ano após ano. Nos últimos tempos o autor do estudo observa em seu workshop anual de Inovação de seguros, como as companhias de seguros na América Latina mudaram seu foco: de “Em que inovar” para “como devo inovar.”
Em matéria digital, em 2014, sua pesquisa com as seguradoras da América Latina mostrou que 80% das seguradoras que participaram estavam prestes a começar, estavam em curso ou tinham concluído os seus investimentos em questões relacionadas com o digital. Em 2015, o percentual foi de 85%; e este ano já é 93%.
No entanto, as suas prioridades ao investir em tecnologia digital estão mais posicionadas sobre questões relacionadas com um nível básico de digitalização. Em 2016 cerca de 75% das companhias prioriza a digitalização de processos para automatização, o que está intimamente relacionado com o quase 70% que prioriza o trabalho em vendas e serviços online.
Apesar disso, na análise de soluções móveis e soluções online para os consumidores, onde são avaliadas as 10 empresas líderes em prêmios de cada mercado na América Latina, são poucas as seguradoras que oferecem a compra de seguros online; e os comparadores de preços em muitos casos, não permitem concluir a transação digitalmente. Claramente, a indústria de seguros na América Latina ainda não está recebendo o benefício do seu investimento digital e tem um longo caminho a percorrer para se considerar em um nível avançado.
Tecnologias emergentes já em uso e experimentação entre as seguradoras de outras regiões, como a inteligência artificial e linguagem natural, só são reconhecidas como uma alta prioridade em menos de 10% das seguradoras na América Latina.
Nos EUA, por exemplo, já implantaram soluções em torno desta tecnologia. Em áreas como gestão de investimentos, o uso de consultores virtuais (robôs-assessores) está se tornando cada vez mais comum para expandir os serviços para os segmentos de clientes com menos capacidade de investimento, mas que podem ser rentáveis com este tipo de prática automática e serviço digital. Em breve teremos consultores de seguros virtuais? Assinantes virtuais? Sem dúvida, lá vamos à medida que os produtos e serviços estão pensados para mercados de massa e através de um modelo de negócio digital.
O marco da análise digital da Celent reconhece cinco níveis de digitalização, de Não Digital á Digital Extremo. A pesquisa mostra que a indústria de seguros na América Latina está no nível Básico Digital, com algumas seguradoras que têm certas iniciativas que se enquadram dentro do nível Digital avançado.
Estes níveis do digital não são discretos, mais bem contínuos. E as seguradoras podem estar realizando algumas ações que as posicionam num certo nível do digital e outras ações que as reposicionam num nível diferente. Enquanto globalmente existem experiências digitais extremas, como o programa de seguro KilimoSalama, no Quênia, e AirCover da Berkshire Hathaway, nos Estados Unidos, mas na América Latina é quase inexistente.
A.C.
Revista Apólice