No primeiro trimestre de 2016, a Porto Seguro enfrentou um ambiente econômico desafiador com mercado de seguros apresentando crescimento menor do que o observado nos últimos anos. Por outro lado, a baixa penetração da indústria e as oportunidades em vários nichos e regiões inexploradas ainda demonstram grande potencial.
A companhia obteve, apesar do cenário adverso, expansão nas principais linhas de negócio. As receitas totais e os prêmios de seguros cresceram 5% no 1T16, sendo que a frota segurada se elevou em mais de 251 mil carros e os prêmios de auto consolidados evoluíram 5%, dentro de um mercado que decresceu 4%. Os produtos Azul Auto, Itaú Auto, Pessoas, Consórcio e Odontológico obtiveram crescimento na ordem de 2 dígitos.
Na operação de seguros, o desempenho operacional demonstrado pelo índice combinado atingiu 98,9% no trimestre, uma piora de 1,5 p.p., basicamente explicado pelo aumento na sinistralidade dos seguros de Automóvel e Saúde. Por outro lado, as despesas administrativas cresceram menos que a inflação, resultando num decréscimo de 0,3 p.p. no índice de D.A., em função dos esforços contínuos para a otimização da operação.
Nos negócios financeiros e serviços, as receitas trimestrais permaneceram estáveis, em decorrência da queda de consumo dos clientes, que impactaram o produto de cartão de crédito, e das medidas adotadas para a contenção do risco. Mesmo assim, o número de cartões evoluiu 16%, alcançando cerca de 2 milhões de unidades, sendo que o risco se estabilizou.
O resultado financeiro do 1T16 apresentou um aumento de 30%, atingindo R$ 353 milhões, favorecido essencialmente pelos investimentos em títulos indexados ao Juro Real + Inflação, que apresentaram um desempenho acima do índice de referência e pelo maior CDI médio no período (+16% vs. 1T15). E também pela valorização do portfólio de ações (alocação estratégica).
O lucro líquido trimestral foi 4% maior do que o mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 240 milhões e o ROAE atingiu 16,8% (-1,0 p.p.), mesmo considerando o aumento de tributos no período (CSLL). Descontando-se esse efeito, o lucro do 1T16 seria 10% maior, alcançando R$ 254 milhões e o ROAE atingiria 17,7% (-0,1 p.p.).
L.S.
Revista Apólice