
Enfim 2016. Abrir os jornais ou qualquer fonte de informação no Brasil ao longo de 2015 e encontrar qualquer sopro otimismo foi realmente um grande desafio. E, desta vez, não foram somente as expectativas de crescimento que vinham sendo há tanto tempo anunciadas – e ansiosamente aguardadas – que acabaram não sendo concretizadas, mas também as expectativas de uma nação inteira sendo deterioradas por uma crise política e econômica sem precedentes.
Entretanto, foi exatamente no ano em que o Brasil parecia andar para trás, que decidi dar um grande passo em direção ao futuro. Juntei-me aos outros 1.691.651 empreendimentos que iniciaram as suas atividades no país nos dez primeiros meses do ano, o maior número registrado para o período desde 2010, segundo o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Juntei também minhas economias, meus 25 anos de experiência no mercado segurador, minha rede de relacionamentos e, amparado por um time apaixonado e competente, minha consultoria entoou o coro das tão comentadas startups.
Sem que pudéssemos respirar e celebrar o fim deste ano controverso, já nesta primeira semana de janeiro, o Bird (Banco Mundial) divulgou um relatório com suas previsões para 2016 e estimou um decréscimo de 2,5% no PIB brasileiro em relação à 2015. Segundo o banco, o processo de recuperação do país só começará a ser esboçado em 2017. Isso significa que a inflação continuará a nos assombrar, as taxas de juros continuarão a crescer e a taxa de desemprego alcançará a marca dos dois dígitos. Mais um ano desafiador pela frente, especialmente para quem pretende manter a cabeça erguida.
Mas como empreendedores são seres positivos por natureza, acredito que a primeira boa notícia de 2016 é termos sobrevivido ao ano anterior. Sobrevivemos à desvalorização do Real. Sobrevivemos ao crédito mais caro de toda a história. Sobrevivemos à brutal alta do dólar e à inadimplência também. E mesmo diante desse cenário, o mercado segurador segue crescendo. A CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização) projetou em 10,3% o crescimento esperado para o mercado em 2016.
Aliás, não por acaso, me ocorre que os princípios de mutualismo e divisão de riscos de onde se originou a atividade seguradora que conhecemos hoje nunca me pareceram tão atuais. Em época de crise, é essencial firmar acordos para garantir a sobrevivência dos negócios, minimizar riscos e reparar perdas. E foi esse o compromisso que decidimos assumir aqui na consultoria.
Por aqui, nós não vamos esperar o ano começar depois do Carnaval ou aguardar pelo reaquecimento econômico de 2017. Nós vamos colocar o nosso conhecimento a serviço das empresas, especialmente para que elas consigam enfrentar estes tempos difíceis. Vamos fazer isso porque não só poque temos todas as competências necessárias para fazê-lo, mas também porque acreditamos num mercado de seguros que é criativo e ágil o suficiente para desenvolver e entregar produtos que garantam a continuidade dos negócios.
Vamos acordar cedo e dormir tarde. Não só para cumprir aquilo que prometemos para os nossos clientes, mas também para entregar o que o mercado de seguros tem de melhor a oferecer para a sociedade: proteger patrimônios e reservas, transferir riscos de maneira inteligente, pagar indenizações e conscientizar empresários e executivos sobre a importância de um plano coerente de gestão de riscos.
* Artigo escrito por Emerson Bueno, diretor Executivo da Segurinova Consultoria e Corretora de Seguros