A Black Friday chega ao Brasil nesta sexta-feira (28) e assim como os consumidores, que devem tomar uma série de precauções na hora de realizar suas compras, já existem formas dos varejistas se protegerem de possíveis fraudes e até mesmo de problemas relacionados à infraestrutura de sites, por exemplo.
O seguro contra cyber risks ainda é pouco requisitado no Brasil. Em mercados mais maduros, como o americano e o europeu, a contratação é feita por mais de 30% das companhias, que precisam ter plataformas seguras de armazenamento de dados e informações eletrônicas.
“Essa modalidade de seguro é importante em todos os momentos, porém essa é uma data que se torna, a cada ano, mais importante para o varejo virtual. Um problema causado no início da promoção pode afetar a venda inteira da empresa. As empresas investem milhões de reais em publicidade e se algo der errado em sua plataforma nessa data, tudo pode ser perdido e ainda mais, a imagem da empresa pode ser vinculada a uma eventual falha de plataforma e ataques de hackers”, explica Marcelo Pollak, gerente de linhas financeiras da corretora de seguros Willis Brasil.
O seguro contra ataques cibernéticos tem coberturas tanto de danos a terceiros, consumidores e parceiros, como também para a empresa que contrata o seguro, “No caso de situações de suspeitas de invasões, podem ser utilizados os serviços de empresas especializadas em realizar varreduras em sistema operacionais sem custo adicional, justamente com o objetivo de evitar sinistros no futuro, além de cobrir um eventual lucro cessante da empresa causado por um ataque cibernético”, explica o especialista.
Uma pesquisa realizada em 2013 pelo Ponemon Institute, a pedido da RSA Data Security, divisão de segurança da companhia de soluções em nuvem EMC, envolvendo 1.100 empresas varejistas nos Estados Unidos e Reino Unido, mostrou que a maioria dessas organizações nota um aumento no número de ataques durante a Cyber Monday, a segunda-feira após a Black Friday, em que há um incentivo para compras online em solo americano. O estudo pontuou ainda que os ataques virtuais podem custar US$ 3,4 milhões por hora.
“Com o incremento das vendas online, seja na Black Friday ou fora dela, os varejistas e empresas de uma forma em geral devem se precaver para evitar perdas que comprometam os seus resultados financeiros e que podem gerar problemas ainda maiores, como danos permanentes a imagem da empresa. O seguro contra os ataques cibernéticos é uma alternativa que ainda precisa se consolidar no país e o nosso receio é que isso só ocorra depois que alguma grande empresa for impactada”, finaliza Pollak.
L.S.
Revista Apólice