Ultima atualização 15 de dezembro

Edição 184

 

entrevista | Maria Helena Monteiro

 

Mulher evolui no setor de seguros, mas caminho ainda é longo
Pesquisa realizada pela Escola Nacional de Seguros mostra a evolução da mulher na sociedade brasileira e no mercado, onde ela ainda não alcança os cargos diretivos na mesma proporção de sua participação entre os colaboradores de empresas. Conversamos com a idealizadora da pesquisa, Maria Helena Monteiro, diretora de Ensino Técnico da entidade

 


Kelly Lubiato

 
APÓLICE: Como surgiu a ideia e a demanda pela pesquisa “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil”?

Maria Helena Monteiro: A idéia surgiu a partir da minha vivência na área de RH de grandes seguradoras, e das mensurações que fazia nessas empresas. Achamos que seria oportuno avaliar o que ocorre no mercado segurador como um todo, sob a perspectiva do trabalho feminino.

 

APÓLICE: Você acredita que as empresas poderão evoluir para ajudar a mulher a permanecer no ambiente de trabalho, com horários mais flexíveis, por exemplo?

Maria Helena Monteiro: Sim – essa é uma possibilidade extensamente praticada em outros países. Infelizmente, no Brasil, a legislação trabalhista engessa os entendimentos entre empregados

e empregadores, dificultando assim acordos que poderiam ser perfeitamente viáveis como manifestação de vontade das partes.

 

APÓLICE: Qual foi o público escolhido para responder à pesquisa e como foi a adesão?

Maria Helena Monteiro: Vale lembrar que essa pesquisa foi quantitativa e qualitativa. Para a análise quantitativa, foram distribuídos questionários para as áreas de Recursos Humanos das seguradoras, para levantamento de dados. Além disso, na análise estatística foi usado o Balanço Social da CNseg, que contém informações bastante valiosas sobre o assunto. Na área qualitativa, foram enviados

questionários para 150 executivas do mercado, tanto de seguradoras quanto de corretoras de seguros. A adesão ficou em torno de 50%.

 

APÓLICE: Quais foram as grandes surpresas reveladas pela pesquisa?

Maria Helena Monteiro: Uma das maiores surpresas, para mim, foi de que as corretoras de seguros se sentem menos discriminadas do que as executivas das seguradoras. Isso se explica pelas próprias características dos cargos, que são bastante diferentes na sua essência.

 

APÓLICE: O que impede a mulher de evoluir profissionalmente?

Maria Helena Monteiro: O ambiente ainda é muito masculino e as políticas desenhadas levam em consideração muito mais as necessidades masculinas do que femininas. Isso é um dos fatores que dificulta a evolução das mulheres. Às vezes, da parte delas, existe certo receio em assumir postos de comando, e com isso prejudicar sua vida pessoal, então a responsabilidade é das empresas e também das mulheres. Não há como escolher o melhor de todos os mundos, e as mulheres que decidem partir para uma carreira executiva têm que estar cientes das renúncias que terão que fazer – e que os homens já fazem há muito tempo.

 

APÓLICE: A mulher é maioria entre corretores de seguros e securitários?

Maria Helena Monteiro: Sim, no mercado segurador elas já são maioria, ocupando 57% dos cargos. Os números entre os corretores de seguros está praticamente equilibrado.

 

APÓLICE: Como foi a evolução dos cargos ocupados pelas mulheres nos últimos dez anos?

Maria Helena Monteiro: Há uma parte da pesquisa falando especificamente sobre isso.

 

APÓLICE: Ainda há preconceito contra a mulher nos cargos executivos?

Maria Helena Monteiro: Em certas áreas do mercado ainda há um desconforto com a presença feminina, principalmente nos altos postos, mas isso está mudando rapidamente.

 

APÓLICE: Há um movimento feminino de abandono da vida profissional para cuidar da família. Vocês identificaram isso na pesquisa?

Maria Helena Monteiro: Sim, foi um outro dado surpreendente. Mais de 30% das mulheres que retornam da licença maternidade pedem demissão em até 12 meses após esse regresso, o que demonstra a dificuldade em conciliar a maternidade com uma carreira e um trabalho em tempo integral.

 

APÓLICE: Caminhamos para uma situação de igualdade de gêneros no mercado de seguros?

Maria Helena Monteiro: Espero que sim! Mas, infelizmente, não será na minha geração.

 

 

Indicadores médios de RH

 

Dados de 2012

Homem

Mulher

Total

5 maiores níveis salariais

69%

31%

100%

10 menores níveis salariais

30%

70%

100%

Nível Gerencial

59%

41%

100%

Nível Executivo

80%

20%

100%

Área Técnica

44%

56%

100%

Área Comercial

39%

61%

100%

Área Administrativo-Financeira

47%

53%

100%

Fonte: Escola Nacional de Seguros

Dados de 2012

 

Mulheres no mercado de seguros no Brasil

 

O estudo elaborado pelo economista Francisco Galiza mostra a situação das mulheres no mercado de seguros já evoluiu bastante, mas tem um espaço gigantesco para percorrer ainda.

 

A participação feminina entre os securitários subiu de 49%, no ano 2000, para 57%, em 2012, segundo dados do estudo, que mostra também a variação do salário médio pago pelo setor. “Em 2012, o montante total dos salários pagos foi de R$ 1,461 bilhão, para um volume de 31.355 funcionários, significando uma média de remuneração de R$ 3.882/mês. Em 2000, a massa salarial foi de R$ 1,407 bilhão, para um volume de 43.462 funcionários – salário médio de R$ 2.698/mês”.

 

Ainda de acordo com o estudo, nos últimos anos houve um aumento na empregabilidade feminina, explicado pela introdução de novas tecnologias e a focalização da atividade dos bancos na venda de produtos. Esse crescimento se deu também concomitantemente a uma alteração significativa nas funções gerenciais, com maior descentralização de tarefas e menor poder e autoridade para o gerente.

 

 

 

 

especial mulher | perfil

 

Está dominado!
Elas aos poucos foram ocupando espaço no mercado de trabalho e aprenderam a delegar as tarefas domésticas para ter mais tempo

 

Kelly Lubiato

 

As mulheres estão cada vez mais no comando de suas vidas e da família. Elas já estudam mais, ocupam mais espaço no mercado de trabalho (no mercado de seguros já são 57% dos securitários) e são mais empreendedoras. Tudo isso avança à medida que a mulher tem mais acesso a educação. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012, 19,4% das famílias com filhos tinham na mulher sua principal provedora de renda.

 

As mulheres também comandam a abertura de novos negócios no País. Dados revelados pelo Sebrae a partir da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostram que 52% dos novos empreendedores – aqueles com menos de três anos e meio de atividade – são mulheres. A força empreendedora feminina é maioria em quatro das cinco regiões brasileiras. Apenas no Nordeste elas ainda não ultrapassaram os homens, mas estão quase lá, com aproximadamente 49% de participação entre os novos empresários.

 

A pesquisa GEM aponta ainda que 66% das mulheres iniciam uma empresa após identificar uma oportunidade de mercado. Mesmo em um cenário praticamente de pleno emprego, em todas as regiões do país a maioria das mulheres que conduzem suas próprias empresas são movidas pela oportunidade e não pela falta de alternativas.

 

Dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), mostram que os homens ainda ganham mais do que as mulheres, e que a diferença entre os salários voltou a crescer após dez anos em declínio. Em 2012, o rendimento médio mensal das mulheres era equivalente a 72,9% do dos homens. Já em 2011, tal proporção era maior: 73,7%.

 

Entretanto, nem tudo são flores. Segundo dados do Banco Mundial, cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.

 

O custo da violência doméstica entre casais, somente nos Estados Unidos, ultrapassa os 5,8 bilhões de dólares por ano: 4,1 bilhões de dólares em serviços médicos e cuidados de saúde, enquanto a perda de produtividade totaliza quase 1,8 milhão de dólares. Um estudo realizado em 2004, no Reino Unido, estimou que os custos totais, diretos e indiretos, da violência doméstica, incluindo a dor e o sofrimento, chegam a 23 bilhões de libras por ano, ou 440 libras por pessoa, ainda segundo informações do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas.

 

 

Exemplos
Trazendo o foco sobre a realidade feminina em nosso mercado, mostramos a seguir perfis de executivas bem sucedidas, que tiveram a coragem e a oportunidade de ocupar um espaço de destaque em nosso mercado.

 

 

Edna Vasselo Godoni
diretora da Admix

 

A executiva da administradora de benefícios acredita muito na capacidade de liderança das mulheres para ocupar cargos executivos e observa que isso está ocorrendo no mercado como um todo. Mesmo assim, ela reconhece que ainda faltam oportunidades para a atuação mais maciça das mulheres no setor.

 

Sua carreira profissional foi de muita luta. Edna é biomédica, com especialização em Saúde Pública, e decidiu há 24 anos ingressar no mercado de seguros. “Não imaginava os desafios que iria enfrentar neste segmento. Tive que estudar muito e fazer vários cursos nas áreas de Vendas e Negociação, Seguro de Vida, Neurolinguística e Marketing de Serviços. Sem esquecer a pós-graduação em administração de empresas. Ela se resume como uma biomédica que virou vendedora e se orgulha pela conquista de vários prêmios no segmento e também fora dele, como é o caso do Prêmio Top of Mind – Profissional de Vendas, para o qual recebeu quatro indicações e venceu duas vezes. “Fui a primeira mulher a ser indicada e a primeira mulher a ganhar o prêmio. Sou muito orgulhosa por isso”, comemora com toda a razão.

 

Edna acrescenta o fato de ter sido convidada a ser a primeira Diretora Comercial da Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo, na gestão 2013-2015.

 

Sua entrada no mercado de seguros aconteceu por intermédio de uma amiga que trabalhava na Marítima. Durante uma visita, ela conheceu Edmilson Godoy, que logo a convidou para fazer parte da equipe que visitava corretores de seguros para mostrar o produto de seguro de vida.

 

A partir daí, Edna seguiu carreira no mercado de saúde trabalhando na antiga AIG e, depois, na antiga AGF. Após atuar no mercado segurador, foi para o outro lado, dando consultoria primeiro pela Cunha Bueno e, logo em seguida, ingressou na Admix.

 

“Minha maior dificuldade foi quando comecei a trabalhar para minha própria carteira de clientes (em parceira com a Admix) e tive que decidir pela maternidade. Meus fi lhos nasceram aos seis meses de gestação e tive que me dedicar muito a eles para superar todos os riscos da prematuridade”, conta Edna.

 

Após sete meses, a executiva retomou suas atividades e aprendeu a conciliar o tempo entre trabalho e família, que foi uma tarefa bastante complexa. “Por sorte, contei com uma equipe de profi ssionais e familiares que me ajudaram muito no momento mais difícil e ajudam até hoje. Faria tudo de novo, pois valeu a pena ter a Lara e o Leonardo fazendo parte da minha história”, emociona-se Edna.

 

Buscar a realização profissional e não trazer junto a família pode ser frustrante. Edna trabalha com seu marido. Ela comenta que quer sempre ter as pessoas próximas compartilhando da sua felicidade. “Dedico uma parte do meu dia para falar com meus familiares: irmã, pai, filhos, perguntando sempre se eles estão bem, se precisam de alguma coisa. Enfim, a mulher consegue fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo. Só não pode esquecer de cuidar dela mesma e, neste sentido, não estou sendo displicente. Para cuidar do outro tenho que cuidar primeiramente de mim”, ensina Edna.

 

 


Juliana Castelnovo
diretora geral da Filial SP da UIB Benefícios

 

Ela tentou ficar longe da vida profissional por um tempo, para se dedicar à vida familiar. Entretanto, desafios apareceram e Juliana resolveu aceitá-los. Hoje, ela ocupa um cargo de direção e está sempre atenta a novas oportunidades. Por isso, está sempre se atualizando com cursos e MBA.

 

Juliana conta que não teria evoluído na carreira sem recorrer à família nos momentos de dificuldade ou naqueles em que seu foco principal era o trabalho. “Essa jornada dupla de mãe-executiva é muito puxada e é necessário criar um “staff” que dê suporte na minha ausência. No meu caso, a babá em horário integral e minha família tem sido essenciais para que eu consiga me entregar completamente aos novos projetos e desafios profissionais”, comenta.

 

Ela sempre trabalhou em área comercial, nas quais os resultados eram medidos através de metas financeiras e isso sempre abriu a possibilidade de cumprir horários diferenciados. “Aqui na UIB Benefícios adotamos a política de horários flexíveis. Para se adequar a essa política é essencial certa maturidade, comprometimento e, principalmente, responsabilidade”, ensina.

 

Juliana afirma que é preciso saber trabalhar com essa liberdade pensando na entrega. “Para mim, me ajudou a ser uma profissional mais centrada e focada quando meu tempo está exclusivamente voltado à empresa, o que foi fundamental para o equilíbrio entre meu lado profissional e pessoal”, conclui.

 

 


Liliana Catalina Marquez Hernandez
diretora de Riscos Financeiros da Berkley

 

Colombiana, economista e administradora de empresas, Liliana entrou em seguros por indicação da irmã, que passou a sua vaga em uma seguradora, em 1998, na Colômbia. Começou como gerente nacional de finanças Companhia Mundial de Seguros, e passou quatro anos na Mapfre na Colômbia e oito anos na unidade brasileira, antes de ir para a Berkley.

 

As pessoas sempre queriam deixar a Colômbia, por conta de vários fatores como violência, porém Liliana não considerava esta hipótese, até seu marido ser transferido para o Brasil. Na época, a companhia aceitou a sua transferência para o Brasil e permitiu a continuidade na sua vida laboral.

 

“No começo, eu achava complicado e burocrático o mercado, na época do monopólio do IRB. Mas tive oportunidade de atuar no mercado aberto e as principais mudanças aconteceram para os clientes, com mais transparência nas normas, com comportamento mais profissional do mercado. Antes, até por haver o monopólio, as pessoas e os analistas de riscos deixavam todos os negócios para a decisão do ressegurador”, relembra Liliana.

 

No ramo de garantia há uma penetração importante das mulheres, principalmente na parte de subscrição, pelo fato de ser um ramo mais detalhista, de análise. “Acho que as mulheres são mais sensíveis para observar os detalhes dos contratos. Mas ainda há muito espaço para crescer no setor segurador”.

 

Ela acha que as mulheres estão se preparando melhor para conseguir chegar aos cargos de direção. “Não há diferença fundamental no desempenho de homens e mulheres. Mas as mulheres que têm família e filhos, quando têm que escolher, optam pela vida familiar. Quem quer atingir um objetivo vai continuar na ativa, mas a família ainda prevalece”, sentencia Liliana.

 
Solange Beatriz Palheiro Mendes
diretora executiva da CNseg

 

Advogada de formação e funcionária do Banco do Brasil cedida ao Governo Federal, em 1995 Solange se aproximou do mercado de seguros através da superintendência de seguros privados, onde colaborou na elaboração da lei 9656. Antes de chegar à CNseg, ela passou pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e pela Fenasaúde.

 

Ao comentar a participação feminina no setor, Solange fala que do ponto de vista do consumo, a mulher tem função importante, porque ela preza pela proteção. “Sabemos de histórias de mulheres que não podem adquirir seguro-saúde para toda a família e que o fazem somente para os filhos”. Sabedoras de que as mulheres assumiram também o papel de chefes de família, as seguradoras entenderam melhor as demandas femininas e criaram produtos específicos.

 

Solange afirma que as organizações, hoje, têm uma preocupação em diversificar o perfil de seus colaboradores e, por isso, privilegiam uma importante característica feminina, de lidar com vários assuntos ao mesmo tempo. Por outro lado, o setor também desperta o interesse dos mais jovens, por apresentar índices de crescimento muito superiores aos da economia de forma geral.

 

Comparando o mercado laboral de agora com aquele que encontrou na década de 70, Solange reitera que as organizações estão mais sensíveis às necessidades da família. “Por outro lado, há uma legislação trabalhista muito onerosa e paternalista, que não permite que as empresas sejam mais flexíveis. Benefícios podem abandonar seu caráter opcional e se tornar compulsório, o que gera ainda mais encargos e pode prejudicar ambos os lados. Mas, as mudanças foram muitas e boas para os dois lados. Há

algum tempo era impensável um homem sair do trabalho para cuidar de algo relacionado ao seu filho. Hoje, isso já é aceitável”, finaliza.

 

Ceciliana Angelo da Silva
coordenadora de Riscos de Vida Grupais

 

Aos 41 anos, ela ingressou no Instituto de Resseguros do Brasil, na área financeira, em março de 1980. Após 12 anos, ela finalmente migrou para a área técnica, convidada pelo Anselmo Abrantes Fortuna para trabalhar no ramos vida, com resseguros diferenciados. Muitos cursos depois, Ceciliana se tornou subscritora.

 

“O IRB foi meu primeiro emprego e, na época, era classificado com uma mãe, pois no prédio funcionava a creche e o restaurante. Foi uma época tranquila”, conta. Era uma empresa paternalista, que oferecia todo tipo de suporte aos colaboradores. “Tínhamos empréstimo para qualquer necessidade, até pra compra de faqueiro. Quando ingressei na tesouraria, ainda ocorria a cobrança de empréstimos de apartamentos, e outros objetos”.

 

Quando surgiu o PAV- Plano de Afastamento Voluntário – ela não aderiu por não temer a privatização e a perda do emprego, um fantasma para muitos colegas. “Alguns se foram, e o mesmo trabalho ficou sendo feito pelos que ficaram. E demos conta do recado!”.

 

A privatização demorou muito a se resolver, mas a empresa tornou-se dinâmica e com mais liberdade de ação, com possibilidade de competir e de crescer, projetando-se para a internacionalização. “Tenho muito orgulho de ter vivido grande parte de minha vida no IRB. Tudo o que tenho devo a essa casa”.

 

Ceciliana conta que sua área é desafiante, sempre com novidades, com evolução diária, e dá o seu recado: “não tenha medo. Dedicação, disciplina, coragem e iniciativa são temperos para o sucesso.

 

 


Adriana Seemann
diretora de Relacionamento com Clientes da Munich Re

 

Antes de aportar no mercado ressegurador, há 17 anos, Adriana passou por um banco de investimento e uma seguradora. Após ingressar em resseguros, passou um período de quase quatro anos em Nova Iorque e Canadá e, desde a abertura do resseguro no Brasil, ocupa a diretoria de client management na Munich Re.

 

Os desafios são diários e relacionados ao mercado, ao ambiente econômico. “Na empresa, temos esta diversidade: atualmente somos duas diretoras de um total de sete, mas já chegamos a ter 50% de mulheres ocupando estes cargos. Outro ponto interessante é o mix que temos de colaboradores de outros mercados, outras culturas, extremamente valioso para o dia a dia”, anima-se Adriana.

 

Adriana é casada e tem gêmeas. “Com o tempo e maturidade você aprende que otimizar o seu dia é chave, então passa a focar mais no que importa, no que traz resultado e consequentemente passa a ser mais eficiente”, ensina a executiva. Assim é possível passar algumas horinhas a mais com a família no fi m do dia. Há também algumas ocasiões em que ela precisa estar mais com as filhas. Neste caso, trabalha de casa, depois que elas dormem. É muito importante a compreensão e a abertura da empresa neste sentido. “Por outro lado, há vezes em que tenho que ficar até mais tarde no escritório, tenho jantares ou viajo e fico sem vê-las. É uma troca constante em que todos devem ganhar”, resume.

 

 


Angélica Carlini,

advogada especializada em seguros, professora

 

A mulher mais requisitada do mercado de seguros para fazer palestras Brasil afora, a advogada conta que entrou no setor graças a um colega de faculdade que trabalhava em uma seguradora, em 1984. Ele a convidou para fazer o ressarcimento de automóvel da empresa. “No início meu escritório até fazia a “clínica geral”, mas depois de uns três anos passamos a trabalhar só com seguro”.

 

Angélica costuma dizer que pode existir uma pessoa que goste de seguro como ela, mas não existe quem goste de seguro mais do que ela. “Seguro é o socialismo que deu certo, é a prova viva de que quando somos “um por todos e todos por um” somos mais completos como seres humanos e muito mais felizes. Esse trabalho tem enorme repercussão social, o setor devolve à sociedade mais de 50% do que arrecada anualmente como pagamento de indenizações, além de pagar tributos e gerar emprego e renda. O que mais eu posso querer? Trabalho com uma atividade que me dá prazer como profissional e orgulho como cidadã!”.

 

A advogada comemora a presença de mais mulheres no setor, nas áreas comercial e técnica, tanto em seguro quanto em resseguro. Ela afirma que não consegue pensar o mundo de uma forma sexista, mas é inegável que por razões históricas e culturais as mulheres possuem uma herança que nos aproxima mais da sensibilidade, da intuição e flexibilidade para acomodar  situações de conflito. “Temos a herança cultural de nossas avós e mães, que eram as pessoas chaves na garantia da harmonia doméstica, razão pela qual trazemos isso para o ambiente de trabalho e nos colocamos em condições de atuar sem gerar tantos conflitos. Mas, por outro lado, também temos TPM, que apesar de ser mais folclore do que realidade, sempre pesa contra nós”, brinca.

 

“O Oito de Março é um dia histórico e político, por isso não devemos só agraciar as mulheres com elogios e presentinhos. Temos obrigação cidadã de nos juntarmos à luta contra a violência que ainda é praticada contra mulheres em todos os segmentos sociais. Pobres, classe média ou ricas, as mulheres continuam a ser agredidas por pais, maridos e filhos, de forma espantosa e inacreditável”, enfatiza Angélica. Vale lembrar que somos todos iguais em direitos e deveres e não podemos transigir com o respeito ao ser humano, de forma integral e independente do gênero. Fica aqui o meu respeito, solidariedade e imenso carinho por todas as mulheres que de alguma forma ainda sofrem violência em seus ambientes de trabalho ou na família.

 

Tânia Heydenreich Amaral

diretora de Crédito e Garantia, da Munich Re

 

“Acho que, em geral, homens têm perfil mais agressivo e, por isso, arriscam mais, aceitando maiores desafios e criando melhores oportunidades para assumir cargos mais elevados. Além disso, algumas mulheres também têm receio em assumir cargos de direção com medo de que tenham de reduzir o tempo dedicado aos filhos”.

 

Ela iniciou suas atividades no setor há 16 anos, como estagiária na Munich Re. “Com a abertura do mercado, em 2008, a empresa cresceu bastante e passamos a ter novos desafios, já que a Munich Re decidiu se tornar um ressegurador local. Atualmente sou diretora do departamento de Crédito e Garantia.

 

Tânia é casada e tem uma filha. “Desde que passei a ser mãe mudei um pouco a minha rotina de horários no trabalho e procuro ser mais eficiente durante o dia, para poder ter tempo para passar com minha filha”, conta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

especial mulher | produtos

 

O que elas querem é: assistência

 

Sejam os serviços desenvolvidos especialmente para o público feminino ou não, as decisões femininas levam em conta os diferenciais e benefícios na hora da contratação

 

Amanda Cruz

 

Multitarefa. É essa a definição que mais se ouve sobre mulheres nos tempos atuais. Elas têm que arrumar tempo para desenvolver atividades profissionais e domésticas de maneira equilibrada. As que têm seguro podem contar com a ajuda das companhias no cotidiano e terceirizar aquelas tarefas que ou não têm tempo de realizar ou que surgem como imprevistos em caso de doença, problemas no trânsito, impossibilidade de buscar crianças na escola, entre outros imprevistos.

 

O serviço mais comentado entre as mulheres é o chamado “Marido de Aluguel”. Ele vem em diferentes formatos nos desenhos das seguradoras, mas pode ser acionado caso a cliente precise de colocação de prateleiras, conserto de encanamentos ou partes elétricas da casa, serviços de help desk, entre outros. Essas possibilidades de reparos para a residência são assistências que, muitas vezes, estão presentes também em produtos contratados por homens, mas são elas que utilizam mais esses benefícios, já que prestam muita atenção nisso no momento da contratação. Pelo menos é o que afirma Illyria de Godoy Xavier, superintendente Comercial Marítima/Yasuda: “para ser percebida como importante, a assistência precisa ajudá-las a desenvolver esses múltiplos papéis”. Para ela, as mulheres querem “tomar conta de tudo”, por isso os produtos que contam com diferenciais que podem ajudá-las a facilitar o cotidiano têm tanto apelo.

 

Ana Ferreira, coordenadora de Serviços e Benefícios do Porto Seguro Auto, conta que a companhia estudou essas particularidades para desenhar, em conjunto com as seguradas, um produto específico. “Já tínhamos uma série de serviços, mas percebemos a necessidade de estar mais presente no dia a dia de nossas clientes”, explica. O Auto Mulher da Porto Seguro procura oferecer diferenciais para que elas se sintam cuidadas. Um deles é a cobertura para cadeirinhas de bebê. Em caso de roubo e furto do veículo, além da cobertura de costume, a segurada tem direito à reposição do item. Para Ana, esses detalhes fazem a diferença. “48% de nossa carteira é composta por mulheres. As assistências têm aumentado muito, principalmente as de help desk para smartphone, tablet e configuração de smart TV. É a variação de serviços que permite à segurada ter flexibilidade”, afirma.

 

“A Brasil Assistência foi a primeira companhia a investir na costumização de produtos voltados ao público feminino”, conta Fátima Moalla, gerente de Novos Negócios da companhia. “Levamos em conta o contexto atual das brasileiras que conciliam casamento, filhos, trabalho e estudos. Pensando nisso, foi desenvolvido um produto com soluções combinadas de conveniência à mulher, sua casa, seus filhos e seu veículo. Ao todo, são 23 serviços, que podem ser agregados aos produtos de outras empresas”, destaca.

 

Por sua diversidade de auxílios, o seguro de automóveis é, sem dúvidas, o que possui um portfólio com mais opções. Parte disso vem não só da quantidade de mulheres que contratam, mas também das que e ajudam nas decisões. “Mesmo não sendo segurada, influenciam na contratação do seguro, indicam o serviço e têm grande poder de persuasão dentro do lar”, explica Ana. A executiva Fátima endossa essa afirmação: “a assistência Auto é a mais solicitada”. “Mesmo que seja o marido ou filho que solicite a assistência, temos registrado que em muitos casos eles o fazem por pedido da mulher ou mãe, ou seja, quem identifica a necessidade de se acionar é, em grande parte das vezes, a mulher”.

Família

 

Poder compartilhar as facilidades do plano que contrata também é de grande importância para o público feminino. A Porto Seguro aposta nisso quando disponibiliza os serviços de assistência mesmo quando a segurada não está utilizando seu próprio carro ou está em outra residência. Ana explica que a segurada pode solicitar a assistência residencial para outra casa que não seja sua e necessite de reparos. “Da mesma forma, ela pode pedir socorro para um veículo que não seja seu, acionando os serviços que constam em sua apólice”, pontua.

 

A diferença de perfil também é visível nos planos de vida. “O seguro de vida para mulheres é cerca de 20% mais barato. Há cobertura de doenças graves. Além dos tipos de câncer que são mais comuns às mulheres, cobrimos AVC e infarto, porque hoje elas são tão vítimas desses problemas quanto os homens”, conta Illyria, da Marítima.

 

Dentro das assistências das apólices de vida estão presentes os cuidados e a prevenção na aérea de saúde. A Marítima possui assistências que as mulheres procuram muito, como o Programa de Saúde e Bem Estar, que ajuda a descobrir informações essenciais para sua saúde, como o perfil nutricional com Índice de Massa Corpórea (IMC) e questionário que tem como finalidade mapear o histórico nutricional e de hábitos alimentares da segurada. A partir disso, elas têm acesso a um cardápio de acordo com o que ela precisa. O interesse por essas questões é o que faz com que o custo de suas apólices seja mais baratos. As mulheres têm mais interesse na prevenção do que os homens, facilitando a descoberta e cura de um

eventual problema.

 

Em caso de doença, as seguradoras também oferecem serviços como baby sitter, remoção médica e transporte escolar, pensando nas mães que não puderem realizar as tarefas cotidianas junto com seus filhos. Isso é importante também quando verificamos que aproximadamente 35% das chefes de família hoje são mulheres e, desse percentual, algumas são as provedoras por ganharem mais e outras por serem a única fonte de renda da casa.

 

Ao que tudo indica, o setor de seguros ainda reserva muitos produtos voltados para esse público. Da mesma forma que as companhias acompanhavam as mulheres em suas satisfações pessoais e domésticas, hoje investem em produtos que possam auxiliá-las fora do ambiente caseiro. “Entendo que fornecer serviços e assistências para mulheres é algo que deve continuar e crescer. É preciso ter produtos específicos que atendam essa demanda. Só que é preciso entender também que a mulher hoje, diferente de antes, tem diversas tarefas e um comportamento de compra peculiar, que deve ser observado”, esclarece Illyria. A peculiaridade vem de a compradora esperar outras coisas além da indenização. “Quando a mulher compra seguro ela não pensa em reposição, mas em proteção”, ressalta Illyria. Isso demonstra que os produtos precisam ser bem elaborados para agradar às consumidoras mais exigentes.

 

Ana destaca ainda o que acredita ser a palavra-chave do comportamento de compra das mulheres: “informação”. A executiva conta que o público feminino precisa ter mais conhecimento sobre o que está comprando, “especialmente quando se trata de um produto de residência”, conta. Illyria concorda com esse posicionamento e completa: “A mulher é muito mais detalhista. Isso faz parte dela. Por isso, consulta muita gente e tem que se sentir segura na hora de comprar seu produto. Mas se mesmo assim ele não atender essas expectativas, ela procurará outro rapidamente”.

 

Veja alguns serviços disponíveis no mercado elaborados especialmente para a mulher, ou ainda os que têm impacto direto na vida das seguradas:

 

 

Seguro Auto

 

Na carteira de automóveis, as mulheres tendem a ter colisões mais leves, que causam menos prejuízos. Isso ocorre principalmente porque elas apresentam um comportamento mais comedido e cauteloso. Por isso, contam também com ampla cobertura dos serviços adicionais:

 

Acompanhante à delegacia – Em situações como roubos e furtos de veículos, uma pessoa especializada é enviada pela companhia e fi cará ao lado da mulher auxiliando com os procedimentos necessários.

 

Serviços ilimitados – Diferente de outros segurados, as mulheres podem comprar apólices que contém serviços ilimitados de guincho, troca de pneus e manutenção para seus automóveis

 

Motorista Amigo – Assistência que já é um clássico, em algumas seguradoras contam com uma abordagem e um atendimento especial às mulheres. Os motoristas das companhias acompanham as seguradas em momentos em que elas estão impossibilitadas de dirigir.

 

Primeira Revisão – A companhia leva o carro para a primeira revisão e o traz de volta sem nenhum custo adicional. Transporte Escolar – Serviço que leva e busca os filhos da segurada na escola, com acompanhamento de algum outro familiar.

 

 

Seguro residencial

 

As apólices contam com especialistas para realizar tarefas de mais dificuldade em casa, otimizando o tempo feminino e diminuindo a quantidade de preocupações:

 

Marido de Aluguel – As companhias têm desenvolvido cada vez mais assistências para questões de necessidades cotidianas. Os maridos de aluguel consertam tudo em casa, desde tarefas simples como colocar um quadro ou uma cortina até mais complexas, como instalações elétricas. Chaveiros, eletricistas, encanadores e técnicos de informática estão entre os profissionais credenciados para realizar manutenções.

 

Segurança – As mulheres também podem contar com descontos para adquirir sistemas de segurança, como câmeras e alarmes para proteger sua casa. Fitness – Elas também podem contar com abatimento de 15% a 50% em matrículas e mensalidades de academias.

 

Sustentabilidade – Sabendo que o meio ambiente é um tema que chama a atenção e percebendo o interesse as mulheres em sustentabilidade, companhias promovem a  conscientização com opções de descarte consciente de lixo nas residências.

 

Pet– Os animais de estimação costumam ser considerados membros da família. As apólices já contam com proteções como consultas e atendimentos 24h em caso de emergência animal, além de cobrir despesas com morte e funeral, acidentes e danos causados a terceiros. As mulheres são as que mais levam em consideração essa cláusula no momento de adquirir as apólices.

 
Seguro de Vida

 

Assistência à residência, como é comum na maioria das apólices, também consta naquelas que são direcionadas às mulheres. Além disso, outros benefícios para saúde e bem estar também figuram entre os serviços de Vida:

 

Segunda opinião médica – A mulher que recebe algum diagnóstico de seu médico pode solicitar à seguradora que envie seus resultados de exames a outro médico credenciado pela companhia.

 

Lazer – Tendo um seguro de vida, também é possível obter descontos em eventos culturais. Algumas seguradoras podem oferecer auxílio 24hrs para a compra de ingressos para shows, peças de teatro e eventos esportivos.

 

Rede – Muitas companhias fazem convênios com redes de restaurantes, farmácias, academias e clínicas de estética.

 

Indenização – No caso da detecção de câncer de mama, ovário ou colo do útero, a consumidora pode contar com uma indenização em vida para cuidar bem de sua saúde. Há também serviço de apoio psicológico.

 

Nutrição – Muitas empresas percebem na mulher o desejo e a necessidade de cuidar do seu corpo e se proteger, levando uma vida mais saudável.

 

Baby-sitter – Em caso de hospitalização da mãe, se não houver mais nenhum adulto que possa cuidar de seus filhos, o serviço de babá é disponibilizado.

 

Remoção médica – em caso de acidente ocorrido com a mãe ou seus filhos, é providenciado o contato com a equipe médica da seguradora.

 

especial serviços | saúde e odontologia

 

Cuidados femininos

 

Sejam elas titulares ou beneficiárias dos planos, as mulheres são as principais responsáveis pela escolha da saúde da família

 

Amanda Cruz

 

Cuidar do corpo, do bem-estar e da saúde sempre esteve mais atrelado ao sexo feminino. As mulheres têm mais tendência a procurar médicos com freqüência, fazer check-up’s e se certificar de que tudo está em ordem. “As mulheres em nossa sociedade são educadas pra cuidar de muitas coisas ao mesmo tempo. Para que isso aconteça, elas precisam de disciplina e certo controle, dois elementos importantes quando buscamos o bem-estar e a saúde em dia”, acredita Letícia Madeira, diretora administrativa da Amil, filial Minas Gerais. Por outro lado, há levantamentos que mostram que isso tem mudado. Pesquisa realizada pela SulAmérica com 16 mil seguradas, constatou a falta de prevenção em casos de câncer de mama ou ginecológico. O mais curioso sobre o estudo é que justamente as mulheres que atuam na área da saúde são as que têm negligenciado mais essas questões; 28,5% são desse segmento e declararam não realizar os exames preventivos com frequência. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçam essa constatação. Segundo eles, a mortalidade por câncer de mama cresceu 14% nos últimos quatro anos. Para reverter esse quadro, as operadoras de saúde contam com benefícios como a cobertura de doenças e eventos que são mais comuns às mulheres, além de descontos em medicamentos utilizados pelo público feminino.

 

As mudanças que se deram no comportamento da mulher na sociedade agravaram também a ocorrência de mais doenças relacionadas ao estresse, por exemplo, o que é um dado que deve ser observado com mais atenção. O segmento de vida tem muitos exemplos de produtos que se preocupam com a saúde feminina, como programas de prevenção, o que acaba por se refletir no seguro saúde.

 

Também é visível que elas têm se especializado nesse mercado, seja atuando como profissionais médicas ou vendendo planos de saúde. Letícia atesta que toda a cadeia conta com mulheres: “há muitas mulheres que conseguiram posição de destaque na área, especialmente no setor de saúde, no qual o atendimento envolve amparo assistencial”, conta. A sensibilidade feminina é um ponto sempre destacado entre os executivos. A facilidade para o cuidado com outras pessoas torna as mulheres bem-sucedidas nessa área.

 

 

Elas gerenciam a saúde

 

Como consumidoras, Letícia destaca que é perceptível na carteira da Amil, que atende planos empresariais, a proporção equilibrada de homens e mulheres. Isso ocorre mais porque elas costumam entrar como beneficiárias. “Atendemos a clientes corporativos em ramos de atividades de prevalente atuação masculina, como transportes, construção, montadoras. Nestes casos, os homens são o chefe de família e colocam as mulheres como dependentes, tornando a distribuição bastante equivalente”, esclarece.

 

A executiva aponta que, mesmo quando se trata de saúde, as mulheres têm uma grande diferença de comportamento na hora da contratação. “O que notamos é que homens priorizam preço e as mulheres valor. E um valor importante na decisão de compra é a segurança”, afirma. Mas ser beneficiária não quer

dizer que elas não cuidem do processo de contratação. “Elas pesquisam na internet, ouvem os amigos, perguntam aos vizinhos, fazem uma análise mais completa antes de decidir. Pois caberá a elas o gerenciamento do benefício assistencial eleito para a família. O homem prefere que ela decida pra evitar frustrações”, analisa Letícia.

 

Para conquistar esses clientes, portanto, o caminho é a inovação. Assim como as causas e conseqüências de um novo ritmo de vida das mulheres afetam suas vidas, as operadoras procuram estar em dia com o que elas precisam. “Estar atento a tais mudanças de comportamento, estilo de vida, mercado, concorrência é fundamental para se manter competitivo e atraente”, diz a executiva da Amil.

 


Odontologia

 

 

O mercado odontológico é delas. Pelo menos é o que mostram os números. As mulheres têm grande participação como colaboradoras de operadoras e clientes, mas é como dentistas que elas têm mais destaque e somam 56,3% dos profissionais no país. Na Odontoprev, por exemplo, conta a executiva Rose Gabay, diretora de Recursos Humanos da operadora, “Há 1.537 colaboradores, sendo 1.142 mulheres. Uma ampla maioria. Entre os dentistas credenciados, aproximadamente 65% são mulheres, acompanhando a tendência geral de maioria de mulheres na profissão”. Rose atribui a grande presença das mulheres a seu modo de lidar com os pacientes: “o que é importante é que as mulheres podem contribuir para o tratamento dos pacientes ao tornarem a profissão mais acolhedora e humanizada”, afirma.

 

 

Mesmo assim, as especialidades escolhidas por cada gênero são diferentes e a conquista de mercado por essas mulheres não é tão antiga. As mulheres são maioria no mercado odontológico hoje, mas há 40 anos a profissão era considerada como algo masculino. “Cerca de 90% dos profissionais na época eram homens, segundo o livro Perfil Atual e Tendência do Cirurgião-Dentista Brasileiro”, cita a executiva.

 

A mudança no perfil dos atendimentos ficou por conta da maior escolarização das mulheres, principalmente a partir dos anos 80, que começou a se refletir nos anos 90. Elas têm, em geral, maior tempo de escolaridade do que os homens, mas mesmo assim as escolhas de especialidades são diferentes entre homens e mulheres, afirma Rose. “Por exemplo, a odontopediatria tem mais de 90% de dentistas mulheres, enquanto a cirurgia tem menos de 20%”, destaca.

 

Outro ponto que pode ser ressaltado é que, de maneira geral, as mulheres no mercado odontológico ainda são muito jovens, ou seja, mesmo sendo maioria, a tendência é que mulheres mais jovens entrem no setor e as que já estão continuem e tenham uma longa carreira. O estilo de vida dessas profissionais também influencia na escolha dessa profissão. “A odontologia permite uma jornada de trabalho mais flexível, com possibilidade de se deslocar para constituir família e o prestígio social da profissão”, que são peças fundamentais para que as mulheres sintam-se reconhecidas por seus trabalhos, mas que também possam desfrutar dos anseios familiares, que geralmente é um ponto muito importante em sua vida.

 

As mulheres geralmente são prestadoras de serviço credenciadas pelas operadoras, por isso podem manter um consultório perto de casa ou da escola dos filhos, o que facilita o dia a dia.

 

Há também as mulheres que trabalham dentro das operadoras e que podem contar com um plano de carreira. Embora na Odontoprev não exista distinção de benefícios entre gêneros, existem facilidades que a companhia oferece com grande importância para a funcionária.“Oferecemos, por exemplo, benefícios para a família, como a entrega de um enxoval para bebês de funcionários. E, no edifício sede, temos os serviços de manicure, pedicuro e depilação, esses exclusivos para as mulheres que são a grande maioria e podem contar com esta facilidade dentro da empresa”, conta Rose.

 

Para ela, reservadas as qualidades de cada um como profissional, as mulheres têm sim seu diferencial, que é o que as faz entrar com força no ramo odontológico e de saúde, para Rose o atendimento feito por elas: “O que é importante é que as mulheres podem contribuir para o tratamento dos pacientes ao tornarem a profissão mais acolhedora e humanizada”, afirma.

 

 

 

 

especial mulher | Rh

 

Elas ganham o mercado

 

Especialistas em gestão de pessoas, executivas falam das qualidades que levam as mulheres a ocupar cada vez mais espaço no setor de seguros

 

Amanda Cruz

 

A conquista de mercado é um desafio para qualquer profissional. É assim que as mulheres que atuam no ramo de seguros enxergam as dificuldades que surgem em seus caminhos. Muito distantes das brigas de gênero, hoje elas lutam por um lugar de igualdade com os componentes do mercado como um todo, mas é inegável que o toque feminino no cotidiano do trabalho pode trazer diferenciais que complementam a atuação masculina e contribuem para uma atuação mais equilibrada.

 

Ao conversarmos com profissionais seguradoras elas são unânimes em responder que as mulheres cresceram, não só em número, mas também em competência e aprimoramento de suas funções e habilidades. É o que conta Márcia Radavelli, diretora Comercial Varejo MG/CO da Tokio Marine. “Quando começamos a atender corretores, era claro que havia certa desconfiança com as mulheres. Hoje isso mudou. O mercado evoluiu e as mulheres cada vez mais assumem sucursais. Percebemos que há uma evolução”, conta.

 

Patrícia Campos, superintendente de Desenvolvimento Comercial da Mongeral Aegon, está no mercado há 15 anos e também nota evoluções. Quando começou, cerca de 80% dos profissionais com quem trabalhava eram homens ocupando cargos de liderança. “Circular em ambientes que eram dominados por muitos homens era um desafio, pois havia uma mentalidade que restringia a visão sobre a mulher. A atuação não era muito bem vista, diria até que poderia existir um pouco de preconceito nesse setor”, lembra. Agora a história mudou e cerca de 40% das pessoas que atuam em salões de vendas da companhia são mulheres, inclusive atuando em cargos de gestão e liderança de pessoas. A Tokio Marine possui mulheres em cargos como diretoras de sucursais, de vida e planejamento.

 

Isso é nítido não apenas entre profissionais, mas também com compradoras. Márcia, que trabalha diretamente com a comercialização dos produtos, conta que as mulheres que contratam seguro Auto, por exemplo, se mantêm em uma proporção estável em relação aos homens. Dentro da companhia, em 2013, o público feminino somava 40,3%. Se o cenário fosse analisado há 20 anos o quadro seria bem diferente, já que o número de condutoras, compradoras e mulheres ativamente econômicas e independentes era menor.

 

As mulheres buscam mais qualificação para se integrar ao trabalho, procuram ficar mais atentas às possibilidades e oportunidades que são oferecidas, ainda que a chamada “jornada dupla” da vida delas seja uma questão que pesa mais no cotidiano do que para os homens. A relação das mulheres com a família e os filhos é muito particular, mas as entrevistadas não acreditam que esse seja um fator determinante ou que atrapalhe a vida profissional; pelo contrário, elas entendem que têm a capacidade de se dedicar a diversas oportunidades e que conseguem gerenciar suas responsabilidades.

Oportunidades
O começo do ingresso feminino no mercado era algo familiar, geralmente alguém “passava” a profissão e, em tempos mais difíceis, como quando da desvalorização do real e alta na inflação, elas resolveram aprender a função e assumir os cargos. “O número de mulheres foi crescendo, primeiro, porque mulher indica a outra. A capacidade feminina de se comunicar é enorme. Se há algo novo ela logo diz se é bom ou não”, revela Patrícia. Que conta ainda que nas premiações “Galo de Ouro” promovidas pela Mongeral, houve vezes em que, de 13 ganhadores, 11 eram mulheres.

 

Na AIG, segundo Nelia Soares, diretora de RH, 45% dos funcionários no Brasil são mulheres e, dessas, 33% ocupam posições gerenciais. “Globalmente, na AIG, 36% de nossa liderança sênior é composta por mulheres”, destaca a executiva.

 

O avanço também é percebido por Rosana Balote, superintende de gestão de pessoas da Seguros Unimed. “Hoje, temos 592 mulheres no quadro, formado 65% por mulheres. O olhar diferenciado que a empresa tem refere-se a essa composição de quadro”, ressalta. Rosana afirma que a companhia promove eventos e campanhas de conscientização voltadas para as mulheres, como exames ambulatoriais, exames anuais, ações para prevenção do câncer de mama e de pele. “Isso ocorre todo ano, na semana da mulher. Além disso, temos também palestras sobre estética, beleza e sobre estresse”, afirma. Muitas vezes, essas iniciativas de saúde são voltadas para todo o público da empresa, mas são as mulheres que procuram e se envolvem mais com esses acontecimentos: “Em nosso Programa Antitabagismo, 75% das pessoas que participam são mulheres. Elas têm mais vontade de aderir a programas como esse”, completa Rosana.

 

A AIG desenvolve práticas voltadas para o aprimoramento profissional da mulher, que conta com fatores como a Política de Flexibilidade porque, assim, segundo Nelia, “a mulher tem mais facilidade em se planejar e acomodar os compromissos de sua jornada fora da empresa”. A chamada “jornada dupla” é um tema que preocupa as funcionárias, não apenas por conta do desenvolvimento da carreira, mas também por atribuições que às vezes podem afetar sua saúde: “As mulheres estão adquirindo “doenças masculinas” [como problemas cardíacos] pelo estresse ao qual é submetida”, alerta Rosana.

 

Fidelidade e família
No mercado de seguros, a fidelidade tanto do consumidor final quanto do profissional que atua junto à seguradora é fator determinante para que a empresa apresente resultados sólidos. Poder contar com os colaboradores é algo que as companhias têm buscado com mais afinco. As mulheres tendem a permanecer mais tempo nas empresas e fazem com que seus clientes permaneçam também, pois desenvolvem uma confiança mútua que é benéfica para o trabalho. Patrícia conta que vê muitas vezes a mulher se envolver mais com o histórico do cliente, mas faz uma ressalva: “esse é um ponto que pode ser força, mas também pode ser fraqueza se ela não focar no objetivo principal, que é a venda, e se perder na relação interpessoal que acontece. Mas se isso é bem dosado, é riquíssimo”, enfatiza.

 

Esse “toque” feminino liga a mulher muito ao seu lado maternal e familiar, característica que as companhias não acham que deva ser excluída da atividade profissional, mas que deve ser administrada e organizada de maneira a não atrapalhar o potencial. “É uma questão natural, elas são mães e há coisas que não podemos ignorar. A questão da dupla jornada não atrapalha. Elas sabem disso e não ficam aquém, nem na vida profissional nem na familiar”, acredita Rosana. Ela lembra ainda que a Tokio Marine tem como política a não distinção de gênero, portanto essas questões são resolvidas e gerenciadas pelas próprias funcionárias, não sendo levadas ao âmbito profissional.

 

Essa é também a posição da AIG, pelo que conta Nelia: “a maternidade não afeta o desempenho da mulher. Nosso compromisso como empresa reside em criar um ambiente diverso e inclusivo, que permite que nossos funcionários, no caso, as mulheres, possam desenvolver seu potencial”, conta. Nelia revela ainda que a companhia destina uma parte de seus programas de incentivo para as funcionárias, no qual a AIG identifica aquelas que demonstram alto potencial e, assim, são submetidas a treinamentos e iniciativas para seu desenvolvimento, inclusive em liderança. O monitoramento dos resultados está sendo feito e acompanhará a conquista de promoções e mudanças na carreira dessas executivas selecionadas.

 

Portanto, a diferenciação de gêneros não é o que está sendo conquistado, mas a igualdade. Igualdade também é respeitar as diferenças e as oportunidades que elas têm dentro e fora do ambiente profissional. Rosana conta qual acredita ser o papel feminino no mercado segurador hoje: “o ambiente é bastante competitivo e há procura por um espaço onde os profissionais possam acreditar nas causas da companhia. Não creio que esteja atrelado à questão do sexo. Somos tratados como profissionais, a questão da meritocracia sim, é muito mais importante”, constata.

 

Nelia também declara que o mercado abriu suas portas. Para ela, “em um mercado global, nós sabemos que a diversidade – de pessoas, de ideias e de habilidades – é essencial para construir vantagem competitiva”, afirma.

 

O cuidado com o funcionário é essencial, não apenas as particularidades femininas devem ser entendidas e receberem auxílio, mas é importante que a companhia faça uma análise do seu quadro de funcionários como um todo e perceba em quais momentos ela poderá ajudá-lo a desenvolver suas capacidades.

 

“Nós, mulheres, entramos no mercado para atuar em condições de igualdade. Cada vez que temos uma condição que nos privilegia ela pode também nos restringir ao acesso. Precisamos entender isso”, finaliza Patrícia.

 
Com base nas respostas das nossas entrevistas, confira as características que elas julgam as mais relevantes entre as profissionais:

 
O que elas têm?
Comunicação – As mulheres têm mais disposição para comunicar as notícias e os acontecimentos. Para a companhia pode ser um importante meio de promover ações.


• Fidelidade –
Elas têm tendência a ficar mais tempo na mesma empresa. Com essa característica, elas ajudam também que se mantenha o quadro de consumidores que atuam diretamente em sua carteira.


• Determinação –
O foco da mulher é diferente quando se trata de seus objetivos profissionais. Elas buscam mais produtividade para que possam se dedicar a outras tarefas, que também julgam importantes.


• Parceria –
As entrevistadas também analisam que as funcionárias têm uma relação melhor com os colegas de trabalho, mesmo em ocasiões de competição.

 
O que elas precisam?


• Igualdade –
É natural que as companhias disponibilizem programas e cuidados que são voltados às características femininas, mas nada de ir além.


• Divisão –
Embora seja importante o contato emocional com os clientes, é preciso ter foco. Envolver-se demais no cotidiano e na vida do consumidor pode fazer com que a venda seja comprometida.


• Estratégia –
As disputas por mercado e por espaço devem ser encaradas com firmeza. Traçar metas e objetivos faz com que a feminilidade se alie ao espírito competitivo.


• Reconhecimento –
Tanto de si mesmas quanto das companhias onde trabalham, as mulheres buscam saber mais sobre o seu desempenho e o empenho que precisam para mudanças. Elas costumam ser mais suscetíveis a feedbacks, sejam positivos ou negativos.

 

 

 

 

 

 

especial mulher | previdência

 

Elas decidiram poupar
O setor de previdência privada sabe que a decisão pela poupança de longo prazo, principalmente dos produtos para crianças, passa pelo crivo feminino

 

Kelly Lubiato

 

As mulheres dominaram o poder de decisão sobre a compra de produtos de previdência. Recentes pesquisas de seguradoras mostram que as mulheres já representam 60% de seus consumidores e muitas delas não apenas contrataram produtos para si e para os filhos, mas também têm convencido os maridos a ter um plano de previdência privada.

 

Este interesse por aplicações de longo prazo pode ter algumas explicações, de acordo com informações de Christianne Baquette, diretora Vida e Previdência, da Willis Corretora: a primeira questão é biológica, já que a mulher, em média, vive quase oito anos a mais que o homem; a segunda é econômica, pois as mulheres, na atual conjuntura, ainda ganham menos do que os homens. Segundo o IBGE, a diferença pode chegar a até 58% quando são analisadas as pessoas com mais de 11 anos de estudo; a terceira questão, além de econômica, é também cultural, já que os cuidados com as crianças e os idosos recaem geralmente sobre as mulheres, fazendo com que as aposentadorias delas sejam um mito e não uma realidade; a quarta questão é a falta de tempo. As mulheres possuem múltiplas e intensas jornadas. Segundo a Fundação Perseu Abramo, a mulher consome 42 horas da sua semana com afazeres domésticos, contra apenas seis do seu parceiro, que utiliza essas horas principalmente para lavar e cuidar do seu carro.

 

Ainda de acordo com Christianne, outro dado interessante, é que as mulheres dobraram sua reserva em previdência privada em quatro anos, chegando a quase R$ 1,5 bilhão em 2012. Entretanto, a diferença salarial faz com que as aplicações feitas por homens sejam ainda maiores que as das mulheres, muito em função dos salários mais altos deles.

 

A evolução natural do mercado é que haja planos exclusivamente para homens ou mulheres, com características que levem em consideração o perfil do homem mais arrojado e da mulher mais conservadora e preocupada com questões da família.

 

Produtos de previdência não são commodities, pois há uma infinidade de combinações de fundos, taxas, condições de condições de contratação que podem se adequar a diferentes perfis de pessoas. Por isso, existe sempre a necessidade de um intermediário altamente capacitado no momento da venda.

 

“Acredito que mais do que criar planos sob medida para as mulheres, o importante é oferecer uma boa educação financeira, que as oriente para um planejamento bem feito que considere os objetivos e necessidades de curto, médio e longo prazo”, afirma Aura Rebelo, diretora de Produtos e Marketing

da Icatu Seguros.

 

Por exemplo, há mulheres que preferem delegar ao gestor a melhor tomada de decisão em relação ao seu investimento. Os fundos ciclos de vida são ideais para esse perfil feminino. A ideia desse tipo de fundo é que o investimento acompanhe as fases da vida do indivíduo. O plano é contratado com a data-alvo 2020, 2030 e 2040, ano aproximado em que deseja utilizar os recursos. Esses fundos ajustam, com o passar dos anos, a porcentagem de investimentos aplicada em renda fixa e variável. Quanto mais longe da data da

aposentadoria, mais arrojado é o perfil dos investimentos; já quanto mais perto do momento do resgate, o perfil se torna mais conservador.

“Historicamente, deve-se olhar o produto de previdência como um fundo de investimento e não de seguro, pois a abordagem está mais para um planejamento familiar com consultoria delongo prazo, um perfil que se encaixa na mulher”, ressalta Fernanda Pasquarelli, gerente comercial Porto Seguro Investimentos.

 

Quando um corretor oferece uma previdência privada, além de estar “vendendo” um produto, acima de tudo está falando uma ideia, pois infelizmente a grande maioria ainda não entende a importância de “ser previdente”. “Nossa consultoria vai muito além da venda de um plano de previdência privada, pois orientamos sobre a importância de ter reserva (de previdência e financeira – uma não elimina a necessidade da outra, pois são para necessidades diferentes), além de oferecer os parâmetros necessários para que ela entenda qual a sua capacidade de poupança, sua necessidade de seguro e de previdência”, conta Maisa Serra, diretora executiva da Vida Livre Seguros.

 

As especialistas observam que as mulheres são muito determinadas e decididas. Quando procuram por um plano de previdência, sabem que querem investir para o futuro e tomam sua decisão. “Além disso, em pesquisa com nossa base de mulheres, vimos que elas investem cada vez mais jovens comparadas aos homens, chegando a aderir um plano dois anos antes do que eles. Além disso, sem dúvida a mulher exerce um papel importante em relação à decisão familiar”, destaca Aura, da Icatu.

 

Christianne diz que as mulheres são mais preocupadas com essas questões ligadas à segurança do investimento. O que ocorre é que os homens costumam ser mais arrojados e preferem resultados

financeiros de curto prazo, já as mulheres, em sua maioria, pensam mais no futuro e são mais conservadoras em seus investimentos.

 

As mulheres são mais empreendedoras e ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho, são profissionais bem sucedidas e chefes de família e isso certamente fará com que aumente sua participação na indústria de previdência.

 

A predominância feminina entre os empreendedores também pode servir de alavanca para o setor de previdência para microempresas. “Isso faz parte da psicologia feminina e ela está influenciando até na forma de comunicação das empresas, com a disponibilização de informações para facilitar a conciliação das funções profissionais e domésticas”, lembra Fernanda.

 

Outro ponto importante para o setor de previdência é que é muito comum encontrar mulheres no comando do departamento de Recursos Humanos das empresas e elas são as responsáveis pelas decisões destas áreas.

 

Na outra ponta, este perfil sensível pode ajudar, mas não é preponderante. “Não enxergo essa distinção entre os sexos. O mais importante é que corretor, seja ele homem ou mulher, seja um profissional bem preparado e capacitado, com boas ferramentas de vendas, para oferecer a melhor consultoria de planejamento e proteção aos clientes”, define Aura.

 

 

 

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