Um país continental e cerca de 1,7 milhões de quilômetros de malha rodoviária, considerada a quarta maior do mundo, com aproximadamente 220 mil quilômetros pavimentados. Esta é a realidade brasileira, bem diferente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo, cuja rede é de cerca de 6,5 milhões de quilômetros, com mais da metade pavimentada (4,1 milhões de quilômetros, aproximadamente).
Além do nosso tamanho e do quanto ainda precisamos melhorar nas rodovias, ainda temos tráfego intenso nos grandes centros, que entopem as nossas vias de locomoção e trazem caos para os segmentos de transporte e logística.
Somado a isso, ainda temos várias questões culturais, principalmente em relação à direção (motoristas que não respeitam a sinalização, embriaguez etc.), e que precisam ser questionadas e transformadas urgentemente.
A realidade é complicada? Sim, porém não adianta apenas reclamar. É preciso que as empresas que atuam no segmento entendam a realidade e busquem soluções efetivas, que envolvam tecnologia e educação.
Diante disso, vemos reações de empresas que estão apostando fortemente em ações na área de telemetria, que ficou conhecida amplamente nas corridas automobilísticas, ao coletar dados dos carros (velocidade, como o motorista freia, acelera etc.), e transmiti-los a especialistas, que buscam melhorar desempenho e resultado.
Hoje, a telemetria saiu das pistas de corridas e está ocupando espaço no ramo de transporte e logística, e traz inúmeros benefícios: redução de custos de combustível e manutenção, segurança do motorista, redução do número de acidentes, melhoria na utilização e na eficiência de sua frota e no atendimento ao cliente.
Isso acontece justamente porque as transportadoras e embarcadoras estão de olho na tecnologia e querem ferramentas confiáveis para ajudá-los na árdua missão de levar mais de 70% do volume total transportado no Brasil.
Hoje, mais do que prevenir e evitar furtos e roubos de cargas, as empresas querem soluções para driblar os gargalos estruturais e chegarem nos quatro cantos do País. E mais importante do que chegar, elas querem segurança para seus motoristas e suas cargas, o que mostra que a nossa cultura está mudando e ganhando outros caminhos.
As empresas estão cada vez mais sérias e abertas para seguirem legislações, como a lei da jornada de trabalho do motorista. Para ajudá-las a telemetria possibilita saber como os profissionais estão trabalhando e, assim, é possível criar programas de treinamento, bem como melhorar o comportamento do motorista e reduzir acidentes.
A tecnologia existente hoje no mercado ainda permite a redução do consumo de combustível e minimizam os custos para manutenção da frota, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
Enfim, a telemetria está aí para nos ajudar a enfrentar os problemas e ajudar quem trabalha no dia a dia das estradas e cidades. O importante é estarmos todos atentos e buscarmos o que há de melhor no mundo e trazer para o Brasil e possibilitar que nossos transportes tenham cada vez mais eficiência e segurança.
* Luiz Munhoz é diretor de operações da Mix Telematics no Brasil