Ultima atualização 31 de julho

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Brasileiros buscam novas coberturas de seguros

País começa a apresentar riscos semelhantes aos mercados norte-americano e europeus e estimula seguradoras a adaptar produtos para a realidade tupiniquim

Com a evolução do mercado de seguros brasileiro, que passou de pouco mais de 1% de repre­sentação no PIB para 5% em 15 anos, é natural que novos produtos entrem na prateleira das seguradoras. O desenvolvimento da economia bra­sileira nos últimos anos e o ingresso de investidores e empresas estrangeiras no país fez com o que o mercado tivesse contato com riscos com os quais não es­tava acostumado e gerou a demanda por novas coberturas. “Começamos a ter ca­racterísticas de riscos que não tínhamos antes e que são similares aos mercados americano e europeu”, analisa Maurício Bandeira, líder de Placement de RC e Linhas Financeiras da corretora Marsh.

De acordo com um levantamento realizado pela consultoria PwC, o mer­cado global de seguros de não-vida está se diversificando rapidamente, cada vez mais influenciado pelos mercados emer­gentes. De2006 a2011, os prêmios totais subiram 27% em todo o mundo, com a maior parte desse crescimento impul­sionada por mercados emergentes. Os prêmios brutos dos mercados da China, Índia, Brasil, Rússia, México, Turquia e Indonésia cresceram 140% nos ramos de property & casualty de2006 a2011, enquanto nos EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá o crescimento foi de cerca de 10% no mesmo período de tempo.

A ascendente classe média nos mercados emergentes está alimentando o crescimento dos seguros, uma vez que essa fatia da população está exigindo no­vos carros e residências mais modernas e querem proteger os bens adquiridos. As empresas locais buscam coberturas de property e responsabilidade civil para garantir os novos investimentos e se proteger do aumento da litigiosidade.

Segundo a análise realizada pela PwC no estudo, “a persistência dessas tendências significa que o crescimento futuro das seguradoras dependerá cada vez mais da sua capacidade de atingir um conjunto mais amplo de clientes em outros países”.

O reflexo das movimentações das seguradoras neste sentido já pode ser visto no Brasil. Duas proteções que já existiam em outros países e desembarcaram re­centemente em terras tupiniquins são os seguros contra riscos cibernéticos e contra atos terroristas, ambos introduzidos no mercado brasileiro pela AIG. O primeiro foi lançado pela seguradora em agosto de 2012 – e outras companhias devem lançar produtos similares ainda em 2013.

Já a proteção contra atos terroristas está disponível para ser adquirida pelos brasileiros desde junho deste ano. É um produto, no entanto, que já existe nos Estados Unidos desde o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001. “No Brasil, por se tratar de um mercado recente e que está se tornando cada vez mais maduro,vemos muitas oportunidades de lançar novos produtos, de nos posicionar­mos como inovadores e nos tornarmos pioneiros”, relata Fábio Cabral, diretor de grandes riscos da AIG.

Segundo o executivo, há alguns meses a seguradora começou a perceber a demanda pelo seguro contra atos ter­roristas. Eram telefonemas e emails de corretores e clientes perguntando se a companhia já tinha o produto disponível aqui no Brasil. Com a realização dos grandes eventos esportivos (Copa e Olim­píadas) mais próxima, a preocupação das empresas com o patrimônio aumentou.

Além disso, a ampliação da presença no País de empresas estrangeiras que aproveitaram o recente bom momento econômico brasileiro para instalar uni­dades aqui despertou o interesse por coberturas até então inexploradas. São proteções que as empresas já estão acos­tumadas a contratar em suas matrizesem outros países. Consequentemente, ao vir parao Brasil,elas buscam prote­ções semelhantes. “Mas vemos também empresas nacionais buscando os novos seguros”, reitera Frank Moraes, gerente de property da AIG.

Ao decidir trazer um produto novo parao Brasil,a seguradora costuma ana­lisar se a demanda é mesmo do mercado como um todo ou se é de apenas um grupo ou um cliente. No caso do seguro contra atos terroristas, o processo de detecção da demanda até a aprovação do produto pela Susep levou 10 meses.

Confira a reportagem completa na edição de julho (176).

Jamille Niero / Revista Apólice

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