Ultima atualização 21 de novembro

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Atletas da seleção jogam sem seguro contra lesões ante a Argentina

Os jogadores da seleção brasileira, que enfrenta a Argentina nesta quarta-feira às 22h, não estão cobertos pelo seguro criado pela Fifa para compensar os clubes em caso de lesões graves.

Segundo a entidade, só jogos entre seleções disputados em datas Fifa dão direito à apólice de seguro coletivo, criada em maio deste ano.

O jogo entre Brasil e Argentina –apenas com suas seleções locais– não faz parte do calendário da entidade que manda no futebol mundial.

Editoria de Arte/Folhapress

A última data Fifa do ano foi em 14 de novembro, quando o Brasil empatou com a Colômbia em Nova Jersey.

O caso mais notório de uso do seguro da Fifa é o do lateral esquerdo Marcelo, do Real Madrid, que se lesionou durante a excursão da seleção pela Europa em outubro.

Nos três meses de sua recuperação, o Real receberá € 20 mil (cerca de R$ 53 mil) por dia como compensação.

“Se acontecer alguma lesão grave no Superclássico, o clube tem que assumir os custos ou tentar algum acordo com a CBF. O seguro da Fifa não cobre”, afirma o advogado Marcos Motta, especialista em direito desportivo.

À Folha a CBF confirmou que não tem nenhum seguro do tipo. Em caso de contusão, a entidade negociará com o clube que cedeu o jogador.

O Fluminense, time que teve mais atletas chamados para esta partida (cinco), não se mostra preocupado.

“Todos os nossos jogadores estão cobertos por um seguro próprio, feito pelo clube”, explicou Rodrigo Caetano, diretor-executivo de futebol do campeão nacional. “Mas, se acontecer qualquer problema mais grave, vamos conversar com a CBF.”

Clubes como São Paulo e Santos, segundo a Folha apurou, querem que a CBF crie um seguro para lesões.

A intenção dos times paulistas é levar essa reivindicação ao presidente da entidade, José Maria Marin, assim que ele voltar do Japão, onde será chefe de delegação do Corinthians no Mundial.

Na lista de Mano para o duelo de hoje há três corintianos (Paulinho, Ralf e Fábio Santos), que em duas semanas embarcam para o Japão.

E, claro, também está o astro Neymar, que custa ao Santos cerca de R$ 400 mil mensais só de salário –sem contar acordos comerciais que elevam seus ganhos mensais a cerca de R$ 3 milhões.

Em casos assim, o seguro da Fifa cobre só o salário que consta do contrato e não o ganho com patrocínios.

Nas regras do Programa de Proteção ao Clube, só há ressarcimento caso o jogador fique mais de 28 dias inativo por conta de uma lesão.

O valor é calculado com base no salário do atleta e no tempo em que ficar parado, com teto de € 7,5 milhões (R$ 19,8 milhões) por temporada.

Marcel Rizzo e Martín Fernandez / Folha de S. Paulo

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