Ultima atualização 21 de setembro

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Crimes cibernéticos entram no radar das seguradoras

Tema foi debatido durante o Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas da Allianz Seguros

Em um universo interconectado e dependente de computadores e sistemas para se comunicar e realizar múltiplas tarefas como, por exemplo, fazer compras e transações financeiras, as seguradoras se preparam para absorver um volume crescente de riscos digitais.

A tarefa, porém, está longe de ser simples. Para desenvolver apólices adequadas às necessidades dos clientes, as companhias precisam mergulhar no universo da Tecnologia da Informação (TI) para conhecer, em profundidade, o nível de riscos a que estão sujeitos.

“O ponto inicial para obter sucesso é conhecer as dependências e os processos de TI e infraestrutura digital para mapear os riscos dos clientes”, afirma José Fidalgo, consultor sênior de riscos da divisão Risk Consulting Liability da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), na Alemanha.

Fidalgo explica que só após conhecer os riscos de exposição a ameaças cibernéticas é possível classificar a possibilidade de sofrer ataques, além de produzir melhoras contínuas e significativas em busca da prevenção dos problemas.

“Somente conhecendo as vulnerabilidades é possível atacá-las para aperfeiçoar os processos da cadeia de valor digital da empresa”, afirma.

Mesmo com a área de TI sendo uma das chaves do processo, o executivo ressalta a importância de levar em consideração outros fatores para reduzir os impactos dos riscos cibernéticos.

“Não se pode ficar limitado à TI, É preciso conhecer bem o setor de atuação da empresa. Minha tarefa como consultor de riscos é produzir um valioso conjunto de informações para atender o cliente e, pelo lado da seguradora, tornar os riscos aceitáveis.”

No Brasil, a Allianz já contempla, em suas apólices, alguns tipos de crimes virtuais, lembra Angelo Colombo, diretor de Grandes Riscos da seguradora no País.

“O seguro de lucro cessante, que tem como objetivo reduzir os prejuízos de empresas que sofreram ataques ou paralisação de atividades nos negócios motivados por ataques, é um exemplo de produto disponibilizado no mercado local.”

Embora estime em 95% o percentual de crimes praticados por meios digitais já cobertos pelo direito brasileiro, o advogado Rony Vainzof, especialista em Direito Eletrônico e sócio do Opice Blum, Abrusio e Vainzof Advogados Associados, acredita que é preciso melhorar o arcabouço legal sobre o tema.

“Precisamos incluir invasão de privacidade virtual e disseminação de código malicioso na legislação”, sugere.

Para o advogado, ampliar penas e reforçar o aparato de investigação policial envolvendo crimes digitais são formas eficientes e complementares de reduzir futuros danos a empresas e usuários da internet.

 

G.F.

Revista Apólice

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