Ultima atualização 12 de março

Governo, indústria e sociedade devem se unir para evitar catástrofes

2011 foi um ano atípico no que diz respeito à distribuição regional de eventos e a proporção de atividade geológica no número total de eventos, mas um tema constante é a necessidade global de medidas de redução e adaptação de risco. Uma repartição clara e transparente de riscos e responsabilidades entre as autoridades públicas, empresas privadas – incluindo as seguradoras – e a população é um componente chave de qualquer estratégia global de gestão do risco de desastres. Essas são algumas das conclusões obtidas no relatório “Eventos extremos e de seguros: 2011 annus horribilis”, publicado este mês pela Geneva Association. A publicação traz uma imagem global e detalhada das principais catástrofes naturais de 2011 e uma análise do papel e os mecanismos de seguro na gestão de riscos climáticos e outros eventos extremos.
O relatório é composto por nove ensaios acadêmicos de líderes do mercado de seguros, economistas e seguradoras que sublinham a importância da adaptação do risco e do gerenciamento de medidas no desenvolvimento de resistência física e econômica para as catástrofes naturais, incluindo o papel do seguro em tais mecanismos. Ele também fornece as implícitas “lições aprendidas” das catástrofes, que permitirão uma melhor avaliação de riscos e adaptação a riscos semelhantes no futuro.
A primeira seção do relatório, “Seguros e Eventos Extremos” fornece uma visão geral das perdas econômicas e seguradas relacionadas às catástrofes naturais ocorridas em 2011 e uma descrição do papel do seguro na gestão de eventos extremos. Em seguida, há uma análise do potencial de iniciativas público-privadas para cobrir eventos extremos e do desenvolvimento de “cat bonds” e outras fontes de capital para o seguro.
No contexto da primeira seção, a segundo, intitulada “2011 Eventos e Estudos Nacionais”, analisa as cinco mais importantes catástrofes naturais de 2011, ou seja, o terremoto que atingiu o Japão em 11 de março, as inundações na Austrália e na Tailândia, os terremotos na Nova Zelândia e os tornados nos Estados Unidos. Cada capítulo apresenta uma descrição detalhada da natureza do evento, seu impacto sobre os mercados de seguros locais e as lições aprendidas para gerenciar riscos semelhantes no futuro.
As principais lições do relatório são:
– Como os mecanismos de gestão de risco, particularmente de proteção, prevenção e compensação, bem como a conscientização do risco, podem reduzir significativamente o custo humano e econômico das catástrofes naturais;
– A importância de um maior nível de colaboração e coordenação entre os governos, indústria e seguros no desenvolvimento de estratégias eficientes e eficazes para a gestão financeira dos eventos extremos;
– Como iniciativas público-privadas entre os governos e as seguradoras podem aumentar a capacidade de um país para acelerar o alívio físico e econômico e os esforços de recuperação. Também como essas parcerias podem aumentar a capacidade de seguro de eventos extremos e tornar a cobertura mais acessível;
– Dados compartilhados, como por exemplo o mapeamento de risco de inundação, podem aumentar a conscientização e a avaliação de riscos de desastres e podem reduzir os seus custos econômicos e humanos.

“As previsões indicam que até 2025 mais de 5,5 bilhão de pessoas em todo o mundo viverão em cidades, e grande parte delas perto de regiões sujeitas a eventos extremos”, disse Walter Stahel, vice-secretário-geral e chefe do Programa de Gestão de Risco da Geneva Association. “Também é provável que poderosos eventos extremos afetarão várias destas grandes áreas urbanas nas próximas décadas. Os governos e os decisores devem manter em mente os dramáticos acontecimentos de 2011 e reconhecer a gravidade potencial desta situação. A indústria de seguros é uma parte de qualquer solução para a gestão eficiente do risco de catástrofe. Sem um esforço real de todas as partes interessadas, incluindo governos, para desenvolver e implementar tais programas, parece inevitável que o pior ainda está por vir”, complementou.
Já Michael Butt, presidente da AXIS Capital Holdings e co-presidente do Projeto de Riscos Climáticos e Seguros da Geneva Association, acredita que a natureza e a escala do desafio das catástrofes naturais é maior do que pode ser coberto pelo seguro sozinho. ?A principal razão para os números crescentes de perdas e danos são mais mudanças socioeconômicas, em vez de mudanças de variabilidade natural. Uma maior cooperação e colaboração entre os governos, indústria e seguradoras é necessária para gerenciar os riscos de desastres e para reduzir o impacto financeiro de eventos extremos”.

O relatório completo pode ser conferido no link: http://www.genevaassociation.org/PDF/Geneva_Reports/GA-2012-Geneva_report[5].pdf

Revista Apólice setores de seguros no Brasil, tudo sobre seguros

Jamille Niero
Revista Apólice

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