O bem estar geral do indivíduo ou da comunidade traduz a saúde da pessoa ou da coletividade. Zelar para que isto ocorra é dever de todos e não, somente, dos Governos por intermédio de suas secretarias ou ministérios.
O SUS (Sistema Único de Saúde) aprovado pela Constituição de 1988 representa o maior avanço para a saúde dos brasileiros, inclusive, estendendo seu subsistema de atenção à saúde indígena que passou a ser contemplado. Com mais de 20 anos da promulgação da Carta Magna, apenas, parte de suas diretrizes foi implantada pela falta de vontade política para atingir a plenitude. Há previsão orçamentária legal para os três níveis de Governo: municipal, estadual e federal. O desperdício e a fraude absorvem um montante suficientemente grande que não permite qualidade no atendimento básico da população.
No modelo centrado no atendimento hospitalar, no abuso de tecnologia sofisticada e do ?receitismo? consomem o restante da receita.
Este modelo deturpado ganha reforço no setor privado de operadoras de saúde que fazem publicidade nos canais de divulgação mostrando maquinários e procedimentos de última geração criando expectativa absurda no seio da população que vai ao médico para solicitar exames e prescrever novos medicamentos. Quando deveriam incentivar a vida saudável.
A ANS (Agência Nacional de Saúde) órgão que coordena todo o movimento da Saúde Da Suplementar atualiza o rol de procedimentos obrigatórios das operadoras, que por sua vez, ajustam os preços que são repassados aos consumidores, prejudicando o segmento da população que por manter hábitos saudáveis não utilizam os serviços de saúde.
O modelo gastador de recursos da saúde não acontece por acaso. Existem pressões no mercado de incentivo ao consumo de procedimentos desnecessários com objetivo de lucro dos grandes parques industriais dentro e fora da Nação. Inicia-se pelo ensino e a multiplicação de escolas formadoras de profissionais pouco qualificados.
Os antropólogos cunharam o termo de “paciente esquartejado” para designar o ensino segmentado da saúde nas mãos dos especialistas em depreciação do generalista bem formado.
Para colocara o SUS nas suas diretrizes preconizadas há urgência de alterações na grade curricular das escolas de saúde para a formação de profissionais para o atendimento primário de saúde com consistência e saberes antropológicos para lidar com as diferentes culturas nacionais.
Saúde é um processo social que deve ser visto sobre a concepção dialética mutante a cada instante e não como mercadoria e simples fonte de lucro das empresas. Claro, que ninguém aplicará seus recursos humanos ou financeiros por diletantismo, porém, sem radicalizar sugando até a última gota da seiva.
A parceria pública com a privada é fundamental na redução da sinistralidade e melhora no padrão de vida de todos. Cada um fazendo a sua parte, mas, com objetivo comum. Enquanto os diversos atores não abrirem mãos de seus preconceitos e das disputas infundadas o povo perde seu bem estar e a indústria de maquinários e medicamentos agradecem.
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* Ronaldo Costa é diretor médico da Montpolo Corretora