As perdas seguradas referentes às chuvas que atingiram Santa Catarina nas últimas semanas devem ser menores do que a tragédia que atingiu o estado em 2008. A previsão é do presidente do Sindseg-SC, Paulo Lückmann. Segundo ele, “apesar do mercado ainda não ter contabilizado os custos totais, o prejuízo para o setor será menor”. A HDI Seguros, por exemplo, já calculou o valor parcial dos sinistros. Até quarta-feira (21), a companhia contabilizou R$ 2,3 milhões. O valor do sinistro está dividido em R$ 1,1 milhão no segmento automóvel (foram 70 veículos atendidos nas cidades de Blumenau, Itajaí, Navegantes, Brusque, Ilhota, Pomerode, Indaial e Aurora) e R$ 1,2 no segmento Property (referente à indenização de duas empresas de fumicultura, uma em Rio do Sul e outra em Ituporanga).
“Na inundação de 2008 tivemos 335 sinistros atendidos. Os danos foram de aproximadamente R$ 4,5 milhões. Comparados a 2008 os números de 2011 são bem menores”, avalia Carlos Alberto Collino, diretor de Sinistros da HDI.
Segundo informações da Agência Brasil, cerca de 160 mil pessoas ainda estão desalojadas e quase 16 mil desabrigadas. O número de municípios afetados chega a 111. Os custos totais ainda não foram contabilizados, mas relatórios parciais apontam que pelos menos os prejuízos em infraestrutura devem atingir R$ 400 milhões.
Para Lückmann, os prejuízos foram menores devido a dois motivos. “Primeiro porque neste ano não houve deslizamentos de terra, como em 2008. Segundo porque a população se preveniu e estava mais preparada”, avalia o presidente do Sindseg-SC. Luckmann conta que em Blumenau, por exemplo, lojistas guardaram seus estoques em locais onde não poderiam ser atingidos por enchentes e motoristas evitaram trafegar em vias com tendência a inundações. De acordo com ele, o Sindseg-SC tem desenvolvido ações para orientar a população no sentido de se prevenir contra enchentes. “Este ano fizemos três palestras sobre mudanças climáticas. A última foi em Joinville, mas já passamos por Blumenau e Chapecó”, comenta.
Atendimento
Com o objetivo de agilizar o atendimento aos segurados afetados pelas chuvas na região, algumas seguradoras preparam esquemas especiais. Além da HDI, as seguradoras Allianz e Tokio Marine montaram estruturas diferenciadas. Outras iniciativas adotadas pela Allianz são garantir que não haverá cancelamento de apólice por falta de pagamento do boleto e a entrega da documentação física, no caso de novos contratos, terá seu prazo estendido.
No caso da HDI, a seguradora disponibilizou uma equipe com dois peritos da matriz para avaliar os danos e um analista de sinistros para visitar os clientes para orientá-los e colher a documentação necessária nos veículos caracterizados como “indenização integral”.
A Tokio Marine, por sua vez, está agilizando os serviços relacionados ao sinistro de automóveis. Os veículos estão sendo resgatados para uma área ampla e segura e higienizados para preservar o bem e reduzir o agravamento dos danos. Além disso, os prestadores da região de Joinville e Florianópolis estão em alerta sobre a possibilidade de deslocamento de caminhões para auxiliar as áreas críticas. As vistorias nas oficinas credenciadas estão sendo realizadas por imagem, sem a necessidade da presença do vistoriador, para agilizar a regulação.
Jamille Niero
Revista Apólice