Ultima atualização 05 de setembro

Concorrência por seguro do Corinthians derruba garantia para 2%

A grande disputa pelo seguro garantia do estádio do Corinthians, vulgo “Fielzão”, causou uma redução de taxas e também de garantias para a construção da obra. O negócio ainda não está fechado, mas sete seguradoras se interessaram pelo contrato. Agora, apenas JMalucelli e Chartis (antiga AIG) estão na briga por uma apólice milionária.
Esta proteção chamada de seguro garantia é a primeira a ser contratada para a realização de uma grande obra, pois garante aos financiadores do projeto que a construção será concluída dentro do prazo estabelecido em contrato. Para oferecer tal seguro, as seguradoras cobram uma taxa sobre o valor das garantias. Esse foi o ponto crucial na disputa. Segundo fontes
próximas ao negócio, enquanto a JMalucelli oferece taxa de 0,6% a 0,9%, sua concorrente Chartis cobra entre 0,4% e 0,6%, valores bem abaixo das médias praticadas em outros negócios.
O custo estimado da obra do estádio do Corinthians é de R$ 820 milhões. Deste valor, R$ 400 milhões virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os outros R$ 420 milhões, de incentivos fiscais. Para liberar o financiamento, o banco pede garantias de que a obra será concluída dentro do prazo previsto. O porcentual recomendado
pela legislação é de que a garantia do seguro seja de 5% a 10% do custo total da construção. Porém, para reduzir seus custos e os do Corinthians, a Odebrecht quer baixar o valor das garantias para cerca de 2%, segundo fontes próximas da operação.
A dúvida no momento é se o BNDES vai aceitar um arranjo dessa natureza tendo em vista os altos valores envolvidos na construção do estádio. Caso a garantia contratada seja mesmo de 2% pode não ser suficiente, pois qualquer sinistro gera um custo adicional superior a esse valor garantido. “Em caso de problemas, o governo terá de aportar capital adicional no projeto para que ele seja concluído”, avalia uma fonte.

Copa 2014
A Chartis já participou de outros contratos semelhantes, como o seguro garantia da reforma do Maracanã, que também envolveu a construtora Odebrecht. Fontes alegam ainda que a companhia tem a seu favor, além das menores taxas, um bom respaldo em termos de limites de resseguros por conta de sua matriz nos Estados Unidos. No entanto, recentemente a
norte-americana The Travelers Companies comprou 43,4% da Malucelli, garantindo maior capacidade de retenção de risco à seguradora.
O negócio ainda não tem data para ser fechado. Somente após o BNDES se manifestar sobre as taxas, garantias e as contragarantias que vai receber, o financiamento será liberado e o seguro contratado.
Dentre as obras para a Copa de 2014, alguns estádios que serão sede dos jogos e outros usados como apoio ou para a Copa das Confederações de 2013 já fecharam o contrato de seguro. É o caso do estádio Kleber Andrade, em Vitória (ES). A apólice ficou com a seguradora Allianz e tem cobertura de R$ 100 milhões. A Allianz também é responsável pela proteção do fornecimento de estruturas para a reforma do Mineirão.
Já a seguradora inglesa RSA ficou com seguro do Estádio Governador José Fragelli, conhecido como Verdão, que sediará em Cuiabá os jogos da Copa. A apólice foi de R$ 342 milhões para as obras de reforma. A Zurich fechou seguro para as obras do Maracanã, Arena Fonte Nova (Salvador) e do Mané Garrincha (Brasília). As apólices contratadas são de Responsabilidade Civil (em alguns casos) e, principalmente, Riscos de Engenharia, que cobre danos e prejuízos durante a execução da obra. O valor total em risco destes três estádios é de cerca de R$ 1,9 bilhão.

Aline Bronzati e Altamiro Silva Júnior
Agência Estado

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