O livro “Seguros e Resseguros – Aspectos Técnicos, Jurídicos e Econômicos”, lançado no dia 27 de outubro, estará a venda nas livrarias Saraiva a partir de dezembro. A publicação apresenta uma análise do setor no mercado livre de resseguro, sob o ponto de vista de 13 especialistas, entre advogados, economistas, técnicos de seguro, atuários e outros profissionais.
O livro foi organizado por Debora Schalch, sob o selo das editoras Saraiva e Virgília.
Débora, que também integra o grupo de autores, conta que a ideia de organizar o livro surgiu a partir de sua percepção da necessidade analisar a fase atual do setor de seguros, sob pontos de vista distintos.
Para a organizadora, o seguro está passando por um momento importante devido às perspectivas de expansão a partir dos investimentos previstos em grandes obras, como o PAC, e em infraestrutura para os eventos esportivos, Copa do Mundo e Olimpíadas. “Daí a importância de reunir numa mesma obra a opinião de advogados, economistas, juristas, atuários e outros profissionais, que possuem tanto a visão teórica quanto prática do setor”, diz.
Como sócia-fundadora do escritório SSA – Schalch Sociedade Advogados, ela própria se valeu de sua experiência em financiamento de grandes projetos para escrever o capítulo que aborda o Project Finance.
Resseguros
A abertura do mercado de resseguros foi comentada por diversos autores, enfocando desde a fase inicial de adaptação até as novas demandas para o futuro. O coordenador Jurídico do IRB-Brasil Re, Carlos Velloso, se baseou nas práticas do tradicional mercado londrino de resseguros para comentar em seu artigo o aspecto da relação de boa-fé aplicada em todas as etapas do contrato de resseguro. “Trouxe a experiência inglesa, que é o berço do resseguro, como exemplo para essa nova fase do mercado brasileiro”, conta.
O novo cenário do resseguro foi analisado por Walter Polido, sócio da Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros. Para ele, os longos anos de monopólio são responsáveis pela pouca especialização na área. “A abertura trouxe mudanças drásticas. Agora, porém, as seguradoras terão de se adaptar”, observa. Na avaliação do especialista, “o resseguro passa a constituir ferramenta estratégica para as seguradoras”. Todavia, ele considera importante frisar o fato de que o brasileiro costuma se adaptar com muita facilidade e agilidade às novas situações.
Seguros
A necessidade de especialização é apontada também por outro autor em um artigo sobre underwriting. Paulo Ferreira, da Towers Watson, ressalta os aspectos técnicos e atuariais em diversas fases do resseguro, incluindo a transferência do risco e a precificação, entre outros. Já Helder Pereira Muniz, atual diretor de Riscos Facultativos da Aon Benfield Corretora de Resseguros destacou em seu artigo uma retrospectiva sobre os primórdios do seguro de Riscos de Engenharia no Brasil.
Como diretor de Grandes Riscos da Allianz Seguros, Ângelo Colombo, que já atuou como subscritor de riscos em resseguros, forneceu sua visão sobre o futuro do mercado de grandes riscos. “Além das mudanças trazidas pelo Código Civil, meu artigo trata das primeiras impressões sobre as operações de seguros no mercado aberto”, diz.
O capítulo sobre regulação de sinistros ficou por conta de Carlos Roberto Zoppa, que detém vasta experiência nesse campo. “Apresento um enfoque diferenciado da área, incluindo alguns estudos de marketing e situando a regulação nesse contexto”, afirma.
Novos temas
Dois seguros atualmente em evidência – crédito e garantia – foram enfocados, respectivamente por Cristina Salazar, diretora técnica da CesceBrasil, e por Beatriz Almada, diretora jurídica da UBF Seguros. Enquanto Cristina escreveu sobre a importância do seguro de crédito como instrumento para a gestão empresarial, Beatriz apresentou o seguro garantia como mitigador de riscos e ferramenta de trabalho dos grandes projetos financeiros.
As relações com o consumidor de seguros, outra questão bastante atual, foram analisadas pela advogada especializada em Direito do Seguro, Angélica Carlini. A abertura do resseguro e a entrada de resseguradoras estrangeiras no país são dois fatores que, na sua visão, beneficiaram os consumidores. “A livre concorrência sempre será benéfica para o consumidor, na medida em que proporciona maior consistência às atividades de seguros e que possibilita o surgimento de novos produtos”, afirma.
Visão ampla
Para Débora Schalch, o livro promete se tornar uma importante fonte de consulta e referência para um público diversificado, incluindo gestores da área, advogados, economistas, autoridades de regulamentação etc. “É uma leitura prática e muito fácil, que apresenta uma visão ampla do setor. Eu recomendo o livro como fonte de informação para aqueles que estão começando e para os que já atuam na área como meio de atualização”, diz.
J.N.
Revista Apólice