Ante o crescimento de 11,7% da atividade de seguros brasileira no primeiro semestre do ano, com vendas de R$ 40,790 bilhões (pelo critério de prêmio direto), o Rio de Janeiro foi o único mercado que encolheu entre os cinco maiores do País, que, juntos, concentram 78,2% do faturamento nacional. A queda foi de 0,9%, com prêmios de R$ 4,506 bilhões. Em São Paulo, a produção subiu 11,3% e o mesmo foi verificado em Minas Gerais (10,4%), Rio Grande do Sul (12,6%) e Paraná (17,6%).
Com o recuo, a participação do Rio no mercado nacional diminuiu de 12,4% para 11%, segundo os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não inclui o ramo saúde, hoje na alçada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). São Paulo, maior mercado do País, apesar de ter crescido no semestre, manteve seu market share em 47%. Inalteradas também ficaram as posições dos mercados mineiro (8%), gaúcho (6,2%) e paranaense (6%).
O seguro de risco de petróleo foi uma das carteiras que puxaram o mercado de seguros fluminense para baixo. Os dados da Susep indicam que o ramo faturou menos 37,4% na primeira metade do ano, para R$ 86,7 milhões, frente os R$ 138,5 milhões captados em igual período de 2009. Outro vilão foi a cobertura aeronáutica, cuja queda foi de 66%, empurrando os prêmios de R$ 25,1 milhões para R$ 8,5 milhões.
DPVAT e mercadorias
Pressão baixista ainda mais significativa, pelo peso que possui no mercado de seguros fluminense, foi exercida pelo seguro obrigatório de veículos automotores (Dpvat), ao apresentar queda de 32,9% no semestre. A receita da carteira retrocedeu de R$ 265,4 milhões para R$ 178,1 milhões. O ramo de transportes de mercadorias foi outro a influir no mau desempenho regional, ao decrescer 28,7%, de R$ 42 milhões para R$ 30 milhões.
Nesta área, o seguro de importação e exportação despencou 39%.
Sem as modalidades de riscos de petróleo, aeronáutico, Dpvat e transportes, cuja perda de receita ultrapassou R$ 208 milhões, a indústria de seguros do Rio de Janeiro teria crescido 5,4% no primeiro semestre do ano. Mas não foram essas carteiras as únicas responsáveis pelo recuo do mercado fluminense.
Os fracos resultados do seguro de automóvel e do VGBL, que respondem por 60% do faturamento do estado, também contribuíram para a queda.
O seguro de automóvel, com prêmios de R$ 688,4 milhões, cresceu apenas 8,5%, contra a média nacional de 14,2%. As vendas do VGBL, por sua vez, subiram apenas 3,5%, para R$ 1,967 bilhão, ante a média brasileira de 21,7%.
Crescimento
A queda do mercado fluminense só não foi maior graças ao desempenho de carteiras como a habitacional, que aumentou 29%, para R$ 73 milhões. O incremento de 50% dos seguros financeiros foi outra ajuda importante, com a receita chegando a R$ 54,2 milhões. Os seguros de pessoas também tiveram papel de destaque para impedir uma queda maior do Rio. O seguro de vida em grupo, por exemplo, com prêmios de R$ 439,8 milhões, cresceu 12,5%. Alta ainda mais expressiva foi observada no seguro prestamista, de 38,2%, para R$ 55,3 milhões, e no ramo de acidentes pessoais coletivo, de 22,6%, com receita de R$ 91,6 milhões.
Jornal do Commercio-RJ