Ultima atualização 29 de julho

Alckmin promete ampliar seguro rural e discorda da intervenção estatal no mercado

O mercado de seguros teve ontem, 28 de julho, o primeiro encontro com candidatos ao governo do Estado de São Paulo. Organizado pelo Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg SP) e o Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), o almoço teve como convidados Geraldo Alckmin e Guilherme Afif Domingos, que concorrem pelo PSDB ao governo estadual. Na ocasião, além das propostas para as áreas de segurança, transporte, educação, Alckmin falou das suas atuações e promessas para o setor de seguros. Uma delas é para o segmento rural. “Introduzimos o seguro rural nos estados, onde o pequeno produtor tem 50% do prêmio subsidiado pelo Governo. Isso é importante para garantir renda e estimular o pequeno produtor rural”, garantiu ele, que prometeu: “Pretendemos ampliar”.
De acordo com o candidato, essa é uma política que deve ser nacional, pois um seguro amplo e generalizado resolveria o problema do financiamento agrícola. Seu companheiro de partido, o presidenciável José Serra, já anunciou, caso seja eleito, a criação de um novo seguro rural atrelado ao custeio, no qual o Governo subsidiará 50% do prêmio para operações de compra e venda no mercado futuro das commodities soja, milho, café e boi gordo.

Trem da alegria
Alckmin também aproveitou o encontro para destacar a importância do mercado de seguros, que segundo ele, é um arcabouço de segurança econômica, gera empregos e permite que as pessoas vivam mais felizes. Sobre a criação da seguradora estatal, a Empresa Brasileira de Seguros (EBS), o candidato se disse contrário. “Não há razão que justifique a criação de mais uma estatal. Se existir alguma justificativa, vamos avaliar, mas não vi até agora razão para lançar mais uma estatal num setor dinâmico, que responde bem e está crescendo”.
Para Guilherme Afif, que também foi presidente da Indiana Seguros, a única razão que justificaria o governo intervir no seguro é cabide de emprego. “Fazer isso no apagar das luzes do Governo é exatamente porque tem um trem da alegria a pretexto de alguma coisa”, afirmou. Na sua opinião, o mercado brasileiro de seguros é maduro e mostrou durante a crise financeira mundial, na qual a maior seguradora global quebrou, a sua pujança. “Temos um dos mercados mais sólidos e importantes do mundo. Não há razão de uma intervenção até porque já é um setor muito bem regulado pela Susep”, ressaltou.
Sobre a possibilidade do Governo substituir a EBS por uma agência seguradora governamental, tal como noticiou na semana passada o jornal O Estado de São Paulo, ele foi taxativo: “Agência por quê? Nós temos o IRB Brasil Re e a Susep. Não há razão para isso. O Governo deve estabelecer os seus objetivos e deixar o mercado correr atrás. O que o Governo quer? É seguros de garantias para as grandes obras? O mercado tem de trabalhar em consórcio em cima disso para bancar os riscos de obras e contar com o resseguro internacional para dar o suporte necessário. Não será uma estatal que fará isso”, retrucou.

Pressão do setor
Segundo o candidato a deputado federal José Carlos Stangarlini, a mudança de postura por parte do governo, embora o assunto ainda esteja em discussão, foi uma resposta à pressão do mercado de seguros. “Fizemos um esforço bastante grande, apesar de que quando o Governo quer uma coisa ele não pergunta muito”, garantiu ele, que completou: “Pelo menos eles não vão criar uma seguradora estatal e nós vamos reagir até o último momento.
Mauro César Batista, presidente do Sindseg SP, afirmou que a notícia sobre o recuo do Governo é animadora. “Oficialmente ainda não temos nada que diz isso, mas o Governo usando o mínimo de sensatez obviamente sem querer impor uma situação que venha conflitar com os interesses do seu plano”, lembrou. Para ele, a proposta para a criação de uma agência também é discutível, mas caso ela tenha aspectos de governança dentro de um conceito de modernidade e contribua para a evolução do mercado é absolutamente satisfatório. “Uma agência que vem para ofuscar o desenvolvimento do mercado não faz o menor sentido e não deve ser criada”, acrescentou.
Conforme o presidente da SulAmérica, Thomaz Cabral de Menezes, a criação da EBS vai contra tudo o que o Governo tinha feito no passado e fez na abertura do mercado de resseguros, estimulando a livre concorrência. “Estamos acompanhando isso de perto e a nossa posição é de trabalhar com os fundos e deixar que o setor absorva os riscos naturalmente como vem fazendo nos últimos anos”.
Aloysio Nunes Ferreira, candidato ao Senado pelo PSDB, também se posicionou contra a ideia da atuação do Governo no seguro. “O mercado sabe caminhar com as suas próprias pernas. Vamos lutar pela livre iniciativa do setor, que tem um grau de sofisticação e busca pela excelência”, sintetizou.
Na opinião de Mario Sérgio de Almeida, presidente do Sincor-SP, a EBS ainda é uma incógnita, veio de maneira errada e vai contra os princípios do segmento. “Essa seguradora estatal quer preencher um mercado que não precisa de complemento. O problema não é nas companhias de seguros, mas nos tomadores de garantias”, observou.
Segundo informações dos organizadores do encontro, o convite para a realização do almoço com os candidatos do PT, Aloizio Mercadante, e do PSB, Paulo Skaf, aguarda confirmação das agendas.

Aline Bronzati
Revista Apólice

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