Ultima atualização 12 de abril

powered By

Brasileiro começa a despertar para o seguro

Aderir a seguros ainda não é prática difundida entre os brasileiros. Agentes do mercado e especialistas em finanças, porém, dizem que a situação dá sinais de reversão. A estabilização da economia e o acesso mais fácil ao crédito - o que aumenta o consumo de bens de alto valor agregado – são os dois principais fatores apontados para a expectativa de virada desse jogo.
Para se ter uma ideia do potencial de crescimento dos seguros, no Brasil, a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3% em 2009. Nos Estados Unidos, o volume representou quase 9% do PIB. Na África do Sul, o setor foi responsável por 15% do PIB no ano passado.
“Não temos a cultura do seguro. O mais comum entre os brasileiros é o de automóveis”, diz Angela Menezes, professora de finanças do Insper.
Do total de seguros oferecidos pelo mercado nacional, 35% dos vendidos são para carros; 22% de vida; 20% de saúde; e os outros 23% são pulverizados entre as dezenas de modalidades oferecidas.
Edson Jardim, diretor da consultoria atuarial Triaxes, salienta a importância de se criar a cultura do seguro no Brasil. Segundo ele, a ideia só será disseminada quando houver a consciência da necessidade de proteção dos bens.”É preciso entender que você paga um pouco pelo seguro para garantir que aquilo será seu por muitos anos e com boa qualidade”, considera Jardim.
Tanto Jardim quando Angela dizem que, no Brasil, não há a noção de risco. “A não ser para carro, porque roubos são frequentes e porque o brasileiro ama carro”, diz a professora do Insper. “Incêndio ou roubo em casa, por exemplo, ninguém pensa”, completa o diretor da Triaxes.
O desconhecimento dos produtos também afasta o brasileiro da aquisição. Os seguros de educação, por exemplo, ocupam os últimos lugares do ranking dos mais vendidos. “E é um produto muito útil”, avalia Jardim. Com pagamentos mensais (há alguns que custam R$ 10 ao mês), os pais garantem os estudos dos filhos caso ocorra algum problema como invalidez ou morte, dependendo do tipo do seguro.
Há ainda o seguro para profissional autônomo, que pode custar cerca de R$ 20 ao mês, e garante a renda do cidadão por determinado período no caso de invalidez ou internação hospitalar.

Alta em 2010
De 2004 para cá, o mercado de seguros no Brasil demonstrou crescimento de cerca de 12% ao ano, segundo dados da Susep. Para este ano, a superintendência estima crescimento de cerca de 20% para o setor.
Segundo Paulo Kundler, gerente executivo da corretora Marsh, as redes de varejo, como supermercados, serão as principais formas de disseminação de seguros daqui para diante. As chamadas garantias estendidas, por exemplo, já são tipos de seguros comumente vendidos em redes de varejo. “Você oferece o seguro na hora da compra do produto”, conta.
“Além disso, nos supermercados é fácil atingir as diversas classe sociais, já que todos frequentam esses locais.”
Para Carlos Elias, diretor executivo de marketing da seguradora Assurant, as classes C, D e E serão as principais propulsoras do desenvolvimento do seguro no Brasil nos próximos anos. “A distribuição de renda ocasionará essa evolução naturalmente.”

Roberta Scrivano
O Estado de S. Paulo

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Comunicação