Complexidade de regras e falta de mão de obra especializada. Estas foram algumas das dificuldades apontadas ontem por altos executivos das seguradoras à abertura do mercado de resseguros brasileiro. Foi durante palestra do congresso internacional Brazilian Reinsurance Conference, realizado no Copacabana Palace, que reuniu mais de 200 especialistas do mercado nacional e internacional.
Ao completar dois anos, a quebra do monopólio do IRB Brasil Re e a abertura do mercado nacional à concorrência de resseguradoras estrangeiras está provocando grandes mudanças no setor segurador, disse o diretor da Itaú Unibanco Seguros, Antonio Trindade.
“A enorme mudança é a necessidade de mitigar riscos e o grande problema é falta de mão de obra especializada”, afirmou. Para ele, o mercado precisa “desesperadamente” formar pessoal porque a expectativa é que a indústria vai dobrar de tamanho.
Marcos Couto, presidente da ACE Seguros, criticou o modelo de estruturação das empresas de resseguros no país: “É o único lugar em que temos local, admitida e eventual, administrar tudo isso traz um risco excessivo”, disse, lembrando que a burocracia e os custos envolvidos no cumprimento da complexa regulamentação de resseguros será ainda mais agravado quando a Susep der início à auditoria prevista para os próximos meses. Ele destacou, porém, que o grande desafio das seguradoras e resseguradoras será comunicar as mudanças aos clientes.
Valor Econômico