Ultima atualização 03 de fevereiro

Estrangeiras crescem no vácuo das nacionais

Especialistas em riscos corporativos, as seguradoras Tokio Marine, Liberty e Allianz registraram a maior expansão entre as multinacionais instaladas no Brasil, no vácuo deixado pelas grandes seguradoras nacionais que decidiram recuar do negócio.
A Allianz subiu de 7º para 3º lugar no “ranking” das seguradoras que mais operam com grandes riscos em 2009. Os valores em prêmios subiram principalmente nos seguros aeronáuticos (296%), incêndio (56,6%) e riscos financeiros (167,4%).
Angelo Colombo, diretor da Allianz, diz que a seguradora deu um grande salto junto às empresas depois que trouxe para o Brasil sua unidade de resseguros, a AGCS, registrada na Susep na categoria de “admitida” para atender apenas os negócios do grupo. Mas frisa que também tem sido necessário investimento em treinamento de pessoal especializado. “Para fazer risco de petróleo, por exemplo, mandamos profissionais a Houston (EUA), para conhecer a operação off shore”.
Luiz Felipe Smith de Vasconcelos, diretor da área corporate da japonesa Tokio Marine afirma que desde 2008, quando ganhou uma concorrência para fazer o seguro da construção de dez navios do estaleiro Atlântico Sul, a seguradora acelerou seus negócios e em 2009 aumentou em 236% (comparado a 2008) a carteira de riscos nomeados, que concentra o seguro de grandes empresas. Com esse desempenho, a Tokio subiu de 13º para 7º lugar entre as seguradoras que mais atuaram no ramo em 2009, de acordo com a Susep.
A área corporativa também ganhou mais importância dentro da própria Tokio, passando de 18% do faturamento em prêmios para 27%. Com perspectivas de aumentar ainda mais os negócios, a Tokio abriu duas novas resseguradoras. “Há espaço para crescermos mais ainda em grandes riscos, sem prejudicar o nosso resultado”, diz Vasconcelos, lembrando que, além da indústria naval, a Tokio quer focar seus negócios em petróleo, riscos de engenharia, energia (hidrelétricas, termelétricas e transmissão).
No mesmo trajeto, a americana Liberty trouxe da Espanha para o Brasil em fevereiro de 2009 sua divisão de grandes riscos e serviços especializados Liberty International Underwriters. Em dezembro iniciou a operação da Liberty Syndicates, divisão de resseguros do grupo, com a qual pretende atuar como resseguradora para grandes riscos, tanto para seguros captados pelo próprio grupo quanto para outras seguradoras.
Com essa estrutura a Liberty passou a operar seguros de construção, garantia e profissional para executivos (D&O). O próximo passo, segundo Luis Maurette, presidente da companhia, é atuar nos mercados de petróleo e gás, energia e indústria química.
A operação de resseguros mantida por essas empresas há anos no mercado internacional é o que faz a diferença em relação às nacionais – que sempre dependeram do Estado, por meio do IRB, para a atividade. Só a Liberty tem US$ 3 bilhões de capacidade de resseguros para riscos especiais fora dos Estados Unidos. Além disso, elas têm bancos de dados de muitos e muitos anos com o histórico e as estatísticas dos diversos setores.
“Na indústria e na infraestrutura, o país está crescendo rapidamente, e então os negócios menores crescerão na esteira dos maiores”, analisa Even Greenberg, CEO do grupo ACE, que esteve em visita ao Brasil na semana passada.

Valor Econômico

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