A variação dos custos médicos hospitalares, VCMH, calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, IESS, atingiu 14,2% no período de junho de 2008 a maio de 2009, em relação aos 12 meses anteriores. A medição anterior, referente ao ano de 2008 em relação a 2007 foi de 10,75%. O aumento das despesas médico-hospitalares tem sido uma tendência em todo o mundo. Nas últimas décadas, em toda a OCDE, as despesas médicas cresceram mais rapidamente do que os índices de preços ao consumidor e do que o PIB.
Este índice é determinado por grandes grupos de procedimentos como consultas, exames, terapias, outros atendimentos ambulatoriais – OSA e internações. Nota-se que a variação das despesas com as consultas foi a que mais se destacou na última medição, chegando a representar 10% dos gastos das operadoras (vide tabela). Já as internações não apresentaram uma grande variação, mas um substancial crescimento chegando a comprometer 60% dos custos dessas empresas.
O VCMH é composto por duas principais componentes: frequência de utilização e preço médio de cada grupo de procedimento. Para a maioria dos procedimentos o crescimento da frequência de utilização foi superior à variação do preço médio unitário do procedimento. A oscilação das despesas com internações, por exemplo, se deve essencialmente ao aumento da frequência e não ao aumento de preços unitários.
Um dos principais determinantes da utilização dos serviços de saúde é a idade da população considerada. Indivíduos muito jovens, pessoas idosas e mulheres em idade fértil utilizam mais serviços de saúde do que as demais faixas etárias. Outra razão que pode explicar o significativo aumento na frequência de utilização de todos os grandes grupos de procedimentos é a crise econômica que atingiu o país a partir do último trimestre do ano passado. A crise torna a pessoa mais vulnerável a doenças e, portanto, ela precisa recorrer com mais frequência a serviços médicos. A ameaça de perda de emprego, consequentemente da renda, também é um fator que leva as pessoas a anteciparem procedimentos eletivos.
O preço unitário médio pode se referir a procedimento denominados homogêneos como, por exemplo, nas consultas ou tomografias, que são procedimentos sempre muito parecidos. Ou podem ser uma composição de itens heterogêneos, como a internação e a quimioterapia, que variam muito, caso a caso. Em ambos os casos, a faixa etária é determinante. Para procedimentos homogêneos os preços não variam muito entre as faixas etárias. Mas para internação e quimioterapia, o preço médio está associado à complexidade do tratamento e é muito afetado pela idade do paciente.
Entende-se por Custos Médico-Hospitalares o total das despesas financiadas pelas operadoras de planos e seguros de saúde para os planos individuais. Criado pelo IESS, o VCMH é um índice que mede a variação anual dessas despesas, através de uma média móvel de 12 meses em relação aos dozes meses imediatamente anteriores. Cada vez que se acrescente um mês retira-se o mês mais antigo da amostra.
Caio Carvalho é novo VP da MDS Risks & Reinsurance
Com uma trajetória de 6 anos na MDS Brasil e mais de 15 anos de experiência no mercado de seguros,...