A cidade de Santos foi invadida por uma forte ressaca no último domingo, 21 de agosto. A água invadiu a avenida da praia e se estendeu atingindo prédios, clubes e arrastando carros. Foram registrados ventos de 90km/h na região e a travessia das balsas entre Santos e Guarujá chegou a ser paralisada. A elevação de maré registrada foi de 2,60 metros.
Com o acidente climático, avisos de sinistros começam a chegar em seguradoras e corretoras de seguro, principalmente de seguro auto. Mas é provável que nem todos os afetados sejam atendidos, pois há questões importantes a serem observadas nas apólices no que diz respeito à cobertura contra enchentes.
Para cada caso, uma maneira diferente. Enquanto no seguro de automóvel a cobertura para danos causados por enchentes é extremamente comum, muitas vezes fazendo parte das coberturas básicas, em casos como os seguros de condomínio e residencial ela deve ser contratada à parte nas seguradoras que aceitam esse tipo de risco.
Nesses casos, a contratação pode estar atrelada a uma porcentagem do valor básico. Por exemplo, se a apólice básica for de R$1 milhão e a seguradora estipula 30% de cobertura de enchente, seu limite máximo de indenização será de R$ 300 mil.
No que diz respeito ao ocorrido em Santos, o mais importante é atentar para o fato de que nem todas as seguradoras garantem cobertura para água salgada. Ou seja, se a enchente for causada por chuvas o segurado estaria coberto, mas por ressacas eles não seriam indenizados.
“Caso semelhante aconteceu em Santos há alguns anos, quando ocorreram os dois fenômenos na mesma data, chuva e ressaca, sem conseguir identificar qual o tipo de água que causou o dano. Todos foram indenizados. No caso dessa semana, está claro que os danos foram provocados por água do mar, então é preciso ficar atento às condições gerais”, alerta Pedro Motta, proprietário da FM Corretora de Seguros.
O corretor de seguros já começou a receber os primeiros avisos de sinistro e afirma que as seguradoras com as quais trabalha aceitam o risco e já estão movendo forças para indenizar seus segurados.
Motta afirma que o desconhecimento existe principalmente entre os proprietários de automóvel que acham que não têm a cobertura e ficam na dúvida do que é de direito na hora da indenização. Quando a questão é sobre condomínios e residências, há outro alerta: na cidade de Santos algumas seguradoras não cobrem este tipo de risco por conta da sua alta frequência. Elas rejeitam a solicitação do cliente para evitar sinistros recorrentes.
As apólices e diversas contratações se encontram no meio do caminho: os carros estacionados nas garagens dos prédios atingidos têm seguro caso o condomínio tenha contratado a Responsabilidade Civil garagista, que garante o bem. Sem ela, dependerá das condições do seguro contratado para o automóvel.
Amanda Cruz
Revista Apólice