O presidente Barack Obama abriu guerra contra as empresas de planos de saúde que estão aumentando as mensalidades antes da votação da reforma pelo Congresso. Obama disse que as seguradoras devem dar uma “resposta direta” sobre os motivos de estarem “arbitrária e maciçamente” elevando seus preços. As críticas aos aumentos têm sido duramente repetidas nas famosas conversas com eleitores, que voltaram a ser organizadas em vários estados pela Casa Branca, a fim de fazer uma campanha para conquistar apoio e elevar a pressão sobre os parlamentares, sobretudo os democratas, que detêm a maioria nas duas casas. Obama e a secretária de Saúde, Kathleen Sebelius, já fizeram reuniões com executivos das quatro maiores seguradoras.
– As seguradoras não revelam quais os motivos de elevarem os preços, em muitos casos em até 60%, como aconteceu em Illinois. Elas só continuam a fazer isto porque não existe uma lei que impeça. Precisamos fazer algo? Se não for agora, quando vamos reagir? – disse Obama, diante de centenas de pessoas reunidas na Arcadia University, na Filadélfia.
Pesquisa: apenas 43% apoiam reforma da saúde
Os executivos alegam, porém, que os acréscimos se devem ao aumento de custos, num momento em que mais pessoas estão deixando de pagar seguros de saúde por causa da crise econômica e do desemprego.
De acordo com pesquisa encomendada pela rede de TV ABC e pelo jornal “The Washington Post”, apenas 43% dos americanos apoiam a reforma na saúde. Os números assustam deputados e senadores que estão em campanha por reeleição e podem fazer com que os democratas percam a maioria no Legislativo em novembro. A Casa Branca, no entanto, avalia que o custo eleitoral de deixar de cumprir a mais ambiciosa promessa de campanha de Obama é maior do que o risco mostrado pelas pesquisas e, por isto, está pressionando as lideranças no Congresso para que a reforma de saúde seja votada até o dia 18, quando ele parte em viagem pela Ásia.
Marília Martins / O Globo