EXCLUSIVO – Durante toda a rotina de uma vida em sociedade, o tema financeiro está sempre presente. Seja na compra de uma casa, na troca de um veículo, na ida ao mercado para fazer a reposição dos mentimentos entre outros serviços fornecidos por pessoas físicas, jurídicas ou até mesmo o governo, esse fenômeno acaba direcionando o funcionamento de um País.
Para debater mais do assunto e de como ele afeta o setor segurador, a Fundación Mapfre apresentou, no dia 24 de outubro, a última edição do seu relatório “O mercado latino-americano de seguros”, que foi produzido em 19 países pelo setor de Serviços de Estudo da seguradora e publicado pela entidade. O evento ocorreu no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
O relatório aborda as principais tendências dos mercados de seguros da América Latina, analisando questões como o crescimento de prêmios, itens do balanço setorial, provisões técnicas, investimentos, desempenho técnico, resultados e rentabilidade, além de incluir uma visão das principais tendências estruturais subjacentes ao crescimento da atividade seguradora durante a última década.
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Segundo dados do estudo, no ano passado o índice de prêmios da América Latina alcançou U$ 150,6 bilhões, representando 3% da média global e registrando baixa de 5,5% quando comparado ao crescimento de 8,6% em 2017. As vendas de produtos de vida representaram 44,6% desse valor, havendo queda de 7,2% em dólares, já os de não vida, 55,4% do montante, apontaram baixa de 4%. De acordo com o relatório, os baixos números são conseqüência da depreciação do câmbio, principalmente o peso argentino e o real.
No geral, os índices de rentabilidade do setor em 2018 demonstraram bom desempenho. O resultado de lucro líquido das empresas aumentou em 8,7%, alcançando R$ 18,8 bilhões. O mercado em potencial no País no ano passado (somando o mercado real e da BPS – Abertura de Proteção de Seguros) foi estimado em R$ 524,8 bilhões (143,6 bilhões de dólares); isto representa 2,5 vezes o valor do setor de seguros mundial.
Manuel Aguilera, diretor geral de Serviços de Estudos da Mapfre, apresentou o relatório para convidados e afirmou que a educação financeira pode ajudar, e muito, no desenvolvimento do setor. “Mesmo que haja crescimento, a sociedade e a economia não estão se beneficiando corretamente dos seguros. A iniciativa privada é uma aliada e pode contribuir com a evolução dessa percepção da população, por isso estudos como esse são de extrema importância”, disse.
Sobre o futuro do mercado de seguros, o executivo disse que o cenário é incerto. “A economia é quem guia os caminhos do nosso setor, podemos fazer algumas projeções, mas não há como adivinhar o dia de amanhã. Tudo é possível e ainda é cedo para afirmar quais serão os resultados exatos para os próximos anos”, ressaltou.