Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan – mostram que entre 2011 e 2016 o número de roubos de cargas no Brasil disparou. Foi um acréscimo de 86%, passando de 22 mil casos por ano. A pesquisa foi feita no trecho da BR-116 entre Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro; na SP-330, entre Uberaba e Santos; além da BR-050, entre Brasília e Santos. Os estados do Acre, Amapá, Pará e Paraná não foram avaliados.
Em 2016, os prejuízos com roubo de cargas chegaram ao valor recorde de mais de R$ 1,4 bilhão. Em 2011 esse montante era de quase metade: R$ 761 milhões. Além disso, o Brasil é considerado um dos países mais perigosos em relação ao transporte de cargas. Segundo um comitê do setor de cargas no Reino Unido, entre os 57 países mais arriscados, o Brasil está em 8°; sendo tão perigoso o transporte no País quanto no Iraque ou na Somália, nações que convivem com conflitos armados há anos.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Brasil possui mais de 70 mil empresas de transporte. Elas são responsáveis pela movimentação de alimentos e produtos para o abastecimento de mercadorias aos consumidores, comércios e indústrias. Em todo o território nacional, as movimentações de cargas devem ter um seguro para evitar prejuízos. Eles servem para casos de roubos e acidentes, sendo obrigatório o seguro de responsabilidade civil. É o que explica Flademir Lausino de Almeida, sócio diretor da AT&M Tecnologia.
Averbação de cargas
Averbação significa coletar todas essas informações; checar para saber se os dados da carga estão coerentes com a apólice do seguro do cliente e transmitir essa informação para a seguradora. Tudo é registrado de forma online, todas as informações ficam armazenadas no sistema por mais de um ano. A transportadora emite o documento de Conhecimento de transporte e isso fica registrado no sistema da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de cada estado. Desta forma, o SEFAZ responde positivamente através de um protocolo que significa a liberação fiscal da mercadoria em relação aos impostos.
Para que a carga fique devidamente coberta pelo seguro, o segurado disponibiliza informações do conhecimento de transporte para o sistema da AT&M. A plataforma checa o tipo de carga e se está compatível com tipo de seguro; em relação ao trajeto da carga, distância e valores.
Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 61% de toda a carga transportada no Brasil utiliza o sistema modal rodoviário; 21% passam por ferrovias, 14% pelas hidrovias, terminais portuários fluviais, marítimos e apenas 4% por via aérea.
É obrigatório o seguro de responsabilidade civil em todos os transportes de carga em território nacional, para evitar prejuízos em casos de roubos e acidentes. Esse processo de registrar a movimentação, análise e verificação da mercadoria é conhecido como “averbação eletrônica”, ou seja, toda carga precisa estar assegurado. “Por isso, é importante que todos os segmentos de transporte realizem a averbação eletrônica de suas mercadorias transportadas, alerta Flademir Lausino.
A.C.
Revista Apólice