Ultima atualização 13 de setembro

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Contrato de HDI com HSBC é encerrado, após aquisição do Bradesco

HDI detinha exclusividade com o HSBC para a venda de seguros de automóvel, residencial, habitacional e penhor rural

bradesco

O contrato de exclusividade da seguradora alemã HDI com o HSBC, adquirido pelo Bradesco, já foi encerrado. É o que afirma o diretor-presidente da Bradesco Seguros, Randal Zanetti. “Já migramos toda a base de seguro de automóveis e de ramos elementares e esperamos concluir o tombamento das demais operações entre outubro e dezembro deste ano”, informou ao Broadcast, durante evento de premiação, em São Paulo.

Zanetti destacou que as negociações com a HDI foram “tranquilas” e que, juntamente com a Bradesco Seguros, chegaram em um consenso para o término antecipado do contrato de exclusividade que a seguradora alemã detinha com o HSBC, que acabaria apenas em 2018. A HDI detinha exclusividade com o HSBC para a venda de seguros de automóvel, residencial, habitacional (garantia para o crédito imobiliário) e penhor rural, mas perdeu o contrato após o banco ser vendido ao Bradesco.

O presidente da Bradesco Seguros disse ainda que a seguradora já começou a ofertar planos de saúde e também dental, via a Odontoprev, nas agências bancárias do HSBC. “Vários produtos de seguros que não estavam na prateleira do banco já começaram a ser comercializados após a migração para o Bradesco”, explicou ele.

O executivo reiterou que a Bradesco Seguros deve conseguir entregar o guidance de crescimento de 8% a 12% nos prêmios emitidos neste ano. Segundo ele, o cenário do Brasil no segundo semestre está mais positivo, mas a tradução disso para investimentos por parte das companhias ainda ocorre em ritmo lento. “Os próximos meses tendem a ser consideravelmente melhores”, concluiu Zanetti.

Joint Venture em Grandes Riscos

A seguradora espera concluir a formação de uma joint venture no setor de grandes riscos ainda neste semestre, de acordo com Zanetti. “Ainda não temos o negócio finalizado. No nosso caso, é mais complexo, pois estamos buscando uma parceria que é uma operação bem mais complexa que uma simples venda de carteira”, explicou ele.

Segundo o executivo, as conversas com possíveis parceiros, inclusive com a Swiss Re, ainda estão em andamento. O Broadcast antecipou, em abril último, que Bradesco Seguros e Swiss Re negociavam com exclusividade uma joint venture em grandes riscos embora as empresas não tenham confirmado isso até o momento.

Já estaria definido, inclusive, que o controle (60%) da empresa resultante, de acordo com fontes, ficará com a sócia suíça e os outros 40% com a seguradora do Bradesco. O valor do negócio teria ficado entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. O pagamento se daria, segundo as mesmas fontes, com troca de ações por ativos. No final, a Bradesco Seguros, que entraria com os ativos, ficaria com 40% da Swiss Re Corporate Solutions. Fontes ouvidas pelo Broadcast esperam que a conclusão do negócio possa se dar no fim deste mês.

Com valor estimado em cerca de R$ 800 milhões, a operação de grandes riscos da Bradesco Seguros, que é cobiçada há anos pelo setor, foi ofertada, conforme fontes, a outras multinacionais, como as japonesas Tokio Marine e Yasuda Marítima, as alemãs HDI e Munich Re e a norte-americana AIG. No final, ficaram, conforme fontes, HDI e Swiss Re, mas a suíça teria se saído melhor. A operação está sendo assessorada pelo Bradesco BBI.

Seguradoras nacionais têm abandonado a atuação na área de grandes riscos devido ao fato de o segmento exigir especialização e grande escala, deixando o espaço aberto para as multinacionais focadas no setor de seguros. Isso porque, embora movimente cifras elevadas em prêmios, exige também fôlego para grandes sinistros. Em 2014, a americana Ace comprou a carteira de grande risco do Itaú por R$ 1,5 bilhão e em maio do ano passado foi a vez da francesa Axa levar a operação da SulAmérica, por R$ 135 milhões.

IPO do IRB

A abertura de capital do ressegurador IRB Brasil Re não tem um prazo para ocorrer, podendo se materializar tanto neste ano como em 2017, de acordo com Randal Zanetti. “O IPO (oferta inicial pública de ações) do IRB é uma possibilidade estratégica. Estamos aguardando o momento certo tanto para a companhia como do contexto macroeconômico”, reforçou o executivo.

A Bradesco Seguros detém 20,43% do IRB e está no bloco de controle do ressegurador ao lado da BB Seguridade, também com uma fatia de 20,43%, Itaú, com 15%, e União com 27%. O FIP Caixa Barcelona tem 9,85% do ressegurador enquanto outros acionistas somam fatia de 6,85%.

O presidente da Bradesco Seguros disse que o importante é não precipitar a realização do IPO do IRB já que a empresa está bem e sua abertura de capital é uma questão de momento. Os acionistas do ressegurador teriam decidido adiar a operação para o ano que vem, conforme antecipou o Broadcast em matéria na manhã do dia 08 de agosto, por não chegarem em um consenso de preço e não considerarem o ambiente de mercado favorável à oferta, ainda que tenha melhorado.

2016

Esse ano foi é a segunda vez que o IRB Brasil Re, fundado em 1939 e que por 70 anos teve o monopólio do mercado de resseguros no Brasil, tentou abrir seu capital. O passo é condição necessária para concluir o processo de privatização do ressegurador. O IPO do IRB foi aprovado pelo conselho de desestatização da companhia e tem de ocorrer até 2018.

Além disso, o movimento estava nos planos da antiga equipe econômica da ex-presidente Dilma Roussef, que não encontrou uma janela de oportunidade para fazer a oferta diante da piora da economia do País. O ressegurador chegou a tentar abrir o capital no ano passado, mas desistiu oficialmente da operação no início de 2016, devido às condições de mercado. Na época, os vendedores miravam levantar R$ 3,5 bilhões com a venda de 40% da empresa.

Fonte: Aline Bronzati e Cynthia Decloedt, Estadão

L.S.
Revista Apólice

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