O incêndio que atingiu o CEASA, na Zona Norte do Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre a preparação das empresas diante de riscos estruturais e operacionais. Em cenários de alta exposição ao fogo comuns em centros de distribuição, galpões e estabelecimentos com grande concentração de mercadorias, a contratação adequada do seguro empresarial torna-se um fator determinante para garantir a sobrevivência do negócio após um sinistro.
Na avaliação de Lucas Salin, especialista em seguro empresarial da Wallerius Seguros, toda operação empresarial possui risco, mas determinadas atividades apresentam fatores naturalmente mais graves e que exigem um planejamento minucioso na contratação do seguro. Para essas empresas, alguns cuidados são indispensáveis. “Valor em risco do patrimônio, cobertura básica adequada e contratação de coberturas acessórias são pilares que não podem ser negligenciados. Um levantamento incorreto ou incompleto pode trazer consequências severas à indenização”, afirma.
Salin explica que, além da cobertura de incêndio, soluções como perda e pagamento de aluguel, responsabilidade civil operações, lucros cessantes e remoção de entulho ampliam a proteção e evitam lacunas que podem comprometer a recuperação do negócio. “Sempre avaliamos caso a caso, dimensionando valores compatíveis com o risco e a necessidade real do segurado”, completa.
A cobertura básica do seguro patrimonial também gera dúvidas entre empresários, especialmente quando o sinistro afeta não apenas o prédio e conteúdo, mas mercadorias, equipamentos e veículos terceiros, como ocorreu no CEASA, onde caminhões estacionados foram atingidos pelas chamas. O especialista esclarece que a apólice pode ser segmentada de acordo com a necessidade do cliente, garantindo proteção ao prédio, ao conteúdo ou a ambos. “Quando falamos em prédio, estão incluídas estruturas, mercadorias, máquinas, equipamentos e mobiliário. Mas é fundamental destacar que veículos de terceiros não estão automaticamente cobertos.
Para isso, é necessária a contratação da cobertura de Responsabilidade Civil – Operações, ou, em casos específicos como estacionamentos e serviços de manutenção, a RC Guarda de Veículos”, afirma. Ele reforça que muitos prejuízos só ficam evidentes quando a análise de risco é realizada com profundidade. “O segurado precisa compreender claramente o que está e o que não está protegido. Isso evita surpresas no momento em que a empresa precisa de mais suporte”, destaca.
Outro ponto crítico em eventos dessa magnitude é a paralisação das atividades. No CEASA, incêndios em pavilhões inteiros impactam diretamente o funcionamento das empresas, que podem ter sua operação interrompida por semanas ou meses. Para esse cenário, Salin reforça a importância das coberturas de Lucros Cessantes ou Perdas de Faturamento. “Sempre recomendamos que nossos clientes avaliem essa contratação. Ela garante a saúde financeira do negócio enquanto a operação está parada ou limitada durante a reconstrução da área afetada”, explica.
Ele observa que essa indenização pode ser contratada com base em Despesas Fixas, Lucro Líquido ou Lucro Bruto, e exige precisão no levantamento das informações enviadas à seguradora. “A cobertura pode incluir gastos fixos que continuam mesmo com a operação parada, lucro líquido não obtido e custos adicionais para retomada. É uma proteção essencial, que muitas vezes representa a diferença entre sobreviver ao sinistro ou fechar as portas”, reforça.




