O IRB(Re) registrou lucro líquido de R$ 143,6 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), alta de 120% frente ao resultado positivo de R$ 65,2 milhões apurado no 2T24. Os números, divulgados hoje (14/08) conforme a Visão Negócio, mostram evolução do ressegurador, que apurou lucro pelo décimo trimestre consecutivo. O desempenho foi influenciado, entre outros fatores, pelo crescimento de 579% do resultado de subscrição, na comparação com o 2T24.
No primeiro semestre de 2025 (1S25), o lucro líquido da companhia somou R$ 262,2 milhões, alta de 82% ante o 1S24, quando apurou R$ 144,3 milhões. Houve crescimento de 113% do resultado de subscrição, e o resultado operacional (resultado de subscrição, excluindo despesas administrativas e de tributos) foi positivo em R$ 48 milhões, revertendo a perda de R$ 76,5 milhões no 1S24. Considerando o acumulado nos últimos 12 meses, o lucro líquido do IRB(Re) alcançou R$ 491 milhões.
“Ressalto que o lucro líquido dos seis primeiros meses de 2025 já é 82% a mais do que entregamos no mesmo período de 2024. Mais uma vez, olhando a trilha dos últimos 12 meses, conseguimos observar claramente a evolução da companhia. As curvas do resultado de subscrição e do resultado líquido são crescentes e positivas. Além disso, o índice combinado da carteira P&C está próximo do que consideramos adequado. Seguimos comprometidos com resultados sustentáveis, no longo prazo, com foco na rentabilidade do nosso negócio”, afirma Marcos Falcão, CEO do IRB(Re).
Considerando a divisão do portfólio de negócios, o lucro líquido da carteira P&C (não-Vida) do IRB(Re) foi de R$ 139 milhões no 2T25. Alta de 16,8% na comparação com o resultado positivo de R$ 119 milhões no 2T24. Já Vida fechou o 2T25 com R$ 5 milhões de lucro líquido, ante resultado negativo de R$ 54 milhões no 2T24. No acumulado dos últimos 12 meses, houve crescimento do lucro líquido P&C, que passou de R$ 344 milhões para R$ 468 milhões. Em Vida, o resultado negativo de R$ 114 milhões foi revertido para lucro líquido de R$ 23 milhões, conforme a limpeza da carteira.
O resultado de subscrição totalizou R$ 229 milhões no 2T25, ante R$ 33,7 milhões apurados no 2T24. A soma de janeiro a junho de 2025 chegou a R$ 332,2 milhões. Considerando os últimos 12 meses, houve evolução de R$ 274 milhões para R$ 628 milhões (+579%). A carteira P&C registrou resultado de subscrição positivo de R$ 216 milhões no 2T25, crescimento de R$ 122 milhões em relação ao 2T24. Em Vida, houve resultado positivo de R$ 13 milhões no 2T25, ante perda de R$ 60 milhões no 2T24.
“Analisando os números, destaco que o resultado de subscrição de P&C, neste 2T25, cresce muito na comparação ao mesmo período de 2024. Esse resultado positivo ocorre, principalmente, devido às linhas de Patrimonial e Rural. É importante ressaltar que, apesar da retração do mercado de seguros rurais, nosso prêmio no segmento ficou estável comparado com o segundo trimestre do ano passado. Devido à baixa sinistralidade, o resultado de subscrição em Rural foi 11% superior ao verificado no 2T24”, diz Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB(Re).
No 2T25, os prêmios retidos pelo IRB(Re) totalizaram R$ 827 milhões, ante R$ 990 milhões no 2T24. Do total de prêmios retidos no 2T25, R$ 799 milhões se referem à carteira P&C (96,6%) e R$ 28 milhões à Vida (3,4%). A retração do prêmio retido total no 2T25 reflete a redução da carteira de Vida. Considerando P&C, negócio principal do ressegurador, o prêmio retido subiu 14,5% no 2T25 em relação ao 2T24 (R$ 698 milhões). Em Vida, houve redução de 90% no 2T25 ante o 2T24 (R$ 292 milhões). Vale ressaltar que, no acumulado dos últimos 12 meses, o prêmio retido total manteve a estabilidade, totalizando R$ 3,7 bilhões, com avanço de 19,5% do prêmio retido em P&C.
“Quando olhamos para o nosso negócio principal, P&C, constatamos que houve crescimento. Ou seja, como sempre mencionamos, a ideia é continuar selecionando riscos e crescendo nos negócios de maior rentabilidade. A linha Patrimonial, que era 36% da carteira, atualmente representa mais da metade do nosso negócio, com 54%. Segregando P&C em doméstico e internacional, verificamos que o prêmio retido de P&C doméstico cresce 3% no 2T25 comparado ao 2T24, enquanto o internacional sobe 44%. Como comentado anteriormente, mapeamos as oportunidades internacionais e começamos a notar, agora, os resultados desse trabalho”, comenta Castillo.
Em relação à geografia, no 2T25, 64% (R$ 533 milhões) do prêmio retido é resultado de negócios firmados no Brasil. Outros 16% (R$ 129 milhões), na América Latina; e 20% (R$ 165 milhões), em outros países do mundo. Conforme a estratégia de subscrição do IRB(Re), houve alta de 32% na participação dos países latino-americanos no prêmio retido em relação ao 2T24. O prêmio retido é resultado da subtração do prêmio retrocedido do prêmio emitido. Ele reflete o prêmio que é mantido dentro da companhia.
“Na América Latina, as renovações dos negócios ocorrem em abril, junho e julho, sendo julho o mês de maior concentração de contratos. Sem entrar em detalhes dos números, que serão objeto do terceiro trimestre, posso adiantar que renovamos importantes contratos na Argentina, Peru, Colômbia e México. Nesses mesmos países, conseguimos subscrever também novos negócios e aumentar a participação em negócios que já estavam em nossa carteira. Seguimos com nossa estratégia de crescimento com rentabilidade”, completa Castillo.
Neste trimestre, o índice combinado total – que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas – foi de 90%, ante 106% no 2T24. Mesmo índice apurado em P&C. O número reflete o efeito positivo de R$ 48 milhões em reversões e ressarcimentos pontuais de sinistros referentes a contratos firmados antes de 2020. Excluindo esse impacto, o índice combinado total, no 2T25, seria de 95%, ou seja, 11 p.p. menor que um ano antes. No acumulado de 12 meses, o índice combinado total é de 98%. Em P&C, 95% (sem as reversões, 96%).
O índice de sinistralidade, no 2T25, foi de 52%, ante 65% no 2T24. O resultado, assim como índice combinado, foi beneficiado pelo impacto positivo de reversões e ressarcimentos pontuais. Sem esse efeito, seria de 57% no 2T25. Houve redução de 12 p.p. na sinistralidade de P&C, que passou de 64%, no 2T24, para 57%, no 2T25 (com as reversões, 52%). O sinistro retido no segmento foi de R$ 434 milhões no 2T25, ante R$ 475 milhões um ano antes. Em Vida, o índice caiu de 68% para 46%, com o sinistro retido de R$ 12 milhões.
Em relação ao comissionamento, outro indicador central para o cálculo do índice combinado, houve redução de 10 p.p. no índice de comissionamento total do 2T24 para 2T25: de 31% para 21%. De um total de R$ 319 milhões para R$ 178 milhões. Em P&C, o índice de comissionamento se manteve estável em 21% no 2T25. No segmento Vida, houve redução de 53%, no 2T24, para 2%, no 2T25, refletindo a mudança da estratégia para a carteira.
O resultado financeiro e patrimonial da companhia, neste segundo trimestre, foi de R$ 162,4 milhões, ante R$ 165,8 milhões no 2T24. “A diferença em relação ao 2T24 ocorre, principalmente, pelo efeito da venda de uma parte dos títulos da dívida soberana (Global 26) e da remarcação à mercado de um fundo de investimento imobiliário. O impacto da variação cambial no período foi levemente positivo, refletindo a eficiência da nossa política de imunização de carteira, mesmo em um ambiente de elevada volatilidade nos mercados globais”, explica Paulo Valle, diretor-geral da IRB(Asset), braço de investimentos do ressegurador.
“No 2T25, o resultado dos investimentos somou R$ 149 milhões, sendo R$ 118 milhões no onshore e, no offshore, R$ 31 milhões. Encerramos o trimestre, com um total de ativos sob gestão de R$ 8,9 bilhões. A alocação destes recursos pode ser dividida entre aproximadamente 59% no Brasil e 41% no exterior”, acrescenta Valle.
O IRB(Re) deve observar dois indicadores regulatórios, conforme dispõe normativo da Susep, órgão responsável pela supervisão do setor de seguros e resseguros: Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido (CMR) e o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas. Em 31 de junho de 2025, a companhia apresentou suficiência em ambos os índices.
“A suficiência do Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido, que era de R$ 841 milhões, no 2T24, chegou a R$ 1,4 bilhão, no 2T25. Isso significa uma suficiência de 237%, alta de 51 p.p. em relação ao 2T24. O resultado se deve, principalmente, à estabilidade do capital mínimo requerido e ao aumento do Patrimônio Líquido Ajustado. Já o Índice de Cobertura de Provisões Técnicas encerrou o 2T25 com suficiência de R$ 746 milhões, pós desvinculação de R$ 200 milhões, em junho, para pagar as debêntures vincendas em outubro e dezembro. Pelas nossas estimativas, falta desvincular cerca de R$ 80 milhões”, diz Eduarda de La Rocque, diretora de Controles Internos, Riscos e Conformidade do IRB(Re).
O IRB(Re), além de reportar seus números considerando a Visão Negócio da IFRS 4, utilizada pelo regulador setorial, a Susep, publicou seus resultados do 2T25 em IFRS 17, metodologia adotada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A norma internacional, direcionada ao mercado de seguros e resseguros, traz novos conceitos, incluindo o valor do dinheiro no tempo. Considerando a IFRS 17, o resultado da companhia no 2T25 foi positivo em R$ 107 milhões, ante lucro de R$ 194 milhões no 2T24.
“O resultado da prestação de serviços de resseguros totalizou R$ 196 milhões no segundo trimestre, representando um crescimento em relação ao mesmo período no ano anterior, quando atingiu R$ 151 milhões. Os segmentos Patrimonial e Rural contribuíram de forma relevante para a composição do resultado. O principal fator que explica a variação do resultado no 2T25 é o efeito das taxas de desconto aplicadas aos ativos e passivos dos contratos de resseguro e retrocessão, em razão das curvas de juros futuras”, afirma Frederico Knapp, CFO do IRB(Re).