Ultima atualização 12 de junho

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Conexão Futuro Seguro debate nova legislação e transformação no setor

Evento reuniu autoridades e especialistas em São Paulo para discutir impactos regulatórios e o papel estratégico dos corretores

EXCLUSIVO – Um novo momento pode estar se abrindo para os corretores de seguros, com a possibilidade de comercialização de novos produtos, como a proteção patrimonial mutualista e investimentos. Atenta a esta nova realidade, a Federação Nacional dos Corretores de Seguros realizou mais uma edição da Conexão Futuro Seguro, na sede da Escola de Negócios e Seguros (ENS). O encontro deste ano teve como tema “Nova Legislação, Novos Operadores e Impactos para o Setor de Seguros” e contou com a presença de lideranças do setor, autoridades reguladoras e executivos de grandes seguradoras.ras.

No painel “Connection Talk – Desafios de um Setor em Transformação”, o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, reforçou o papel do seguro para além da lógica comercial. “O seguro não é apenas uma ferramenta de faturamento. Ele é um instrumento de política pública, capaz de penetrar na economia como um todo para o bem coletivo”, disse.

Octaviani destacou ainda que o recente desastre no Rio Grande do Sul mostra como o setor precisa estar preparado para apoiar a recuperação econômica em situações críticas. Ele defendeu a Lei Complementar 15.040/2024 que visa dar mais clareza e proteção ao consumidor.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, afirmou que se surpreendeu positivamente com o dinamismo do setor desde que assumiu a presidência da confederação. “Temos um setor que investe em tecnologia e se transforma constantemente. Mas ainda enfrentamos o desafio de comunicar melhor. As pessoas não compram o que não entendem”, ressaltou.

Ele apresentou dados que apontam que 77% dos brasileiros confiam no seguro, mas 67% ainda desconhecem os produtos oferecidos pelo mercado. Para ele, os corretores são a voz do setor e precisam estar mais envolvidos na missão de traduzir e simplificar a linguagem do seguro.

O presidente da Capemisa, Jorge Andrade, defendeu produtos mais acessíveis e uma atuação mais colaborativa entre os corretores. Já o diretor executivo da Tokio Marine, Marcelo Goldman, destacou os desafios da reforma tributária e elogiou a preparação do mercado para esse novo cenário. “O momento é desafiador, mas otimista. O mercado é forte, está investindo e sabe para onde quer ir”, afirmou Goldman.

Fechando o painel, Armando Vergílio, presidente da Fenacor, comentou a nova regulamentação das Associações de Proteção Veicular (APVs), que passam a ser supervisionadas pela Susep. “Agora temos um mercado legalizado, com regras claras e fiscalização. É isso que dá segurança ao consumidor e fortalece o papel do corretor”, afirmou. 

Armando também ressaltou o prazo final para que essas associações cumpram seu dever de se cadastrar junto ao órgão regulador como empresas autorizadas a atuar no mercado. ‘No dia 16, temos um marco importante para o setor. Quem critica precisa se informar melhor sobre os avanços que estamos conquistando’, completou.

Corretor como protagonista da inovação

O painel “Corretor como Protagonista em Soluções e Inovações”, realizado durante o Conexão Futuro Seguro 2025, reuniu representantes da ENS e especialistas em tecnologia para discutir como os profissionais de corretagem podem se adaptar a um mercado cada vez mais digital e centrado no cliente. A mediação foi feita por Lucas Vergilio, presidente da ENS, e contou com as participações de Ildebrando Neres, Ricardo Villaça e Samy Hazan, todos especialista em seguros e professores da ENS.

Para Ildebrando Neres, o corretor já atua como um cuidador das finanças do cliente e deve assumir também o papel de agente de planejamento. “Relacionamento gera negócios. O corretor precisa estar atento, inquieto, sempre em busca de entender o que está mudando no mercado”, destacou

Ricardo Villaça, afirmou que a inteligência artificial já está presente na análise de riscos e nos processos das seguradoras — e deve ser incorporada também nas corretoras. “Estamos vivendo a quarta revolução industrial. Todo corretor precisa entender o que é IA e como ela pode gerar mais conexão com o cliente”, defendeu. Ele também destacou que muitas empresas já estão utilizando IA para análise de sinistros e subscrição de riscos, e que é hora de os corretores entrarem nesse ecossistema.

Encerrando o painel, Samy Hazan abordou o impacto das novas tecnologias no comportamento do consumidor e no modelo de negócios dos corretores. “O corretor precisa estar em todos os canais digitais e redes sociais, atuando de forma integrada. É preciso falar sobre prevenção, mitigar riscos e estar próximo do cliente”, disse.

Hazan ressaltou ainda que o open insurance e o seguro embarcado (embedded insurance) já são realidade, e exigem que o corretor tenha cada vez mais conhecimento e presença digital. “A capacitação contínua é a única forma de acompanhar a velocidade das mudanças que o mercado está passando”, finalizou.

O evento contou ainda com palestras sobre a participação feminina no mercado de seguros e as novas legislações sobre proteção patrimonial mutualista e contratos de seguros.

Nicholas Godoy, de São Paulo

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