EXCLUSIVO – O ano de 2024 para a Wiz Co foi marcado pela solidez: todas as unidades de negócios do Grupo cresceram e tiveram boa rentabilidade. O aumento de receita da corretora neste período não aconteceu de forma linear, pois, desde a pandemia, a Wiz viu chegar ao fim a sua parceria com a Caixa e fez diversas aquisições, além da reestruturação de líderes, funções, pessoas e da área de tecnologia.
Agora, é olhar para frente. “A única dificuldade que enxergamos é a da economia”, comenta Marcus Vinicius Oliveira, CEO da Wiz Co, corretora completa de seguros, especializada em bancassurance, distribuidora de consórcio e crédito.
O Grupo já está preparado para o novo ciclo de 2025. No terceiro trimestre de 2024, obteve lucro líquido de R$ 120,8 milhões, 12,6% a mais do que os R$ 107,3 milhões alcançados no até setembro de 2023. Levando em conta os nove primeiros meses de 2024, os números são ainda melhores, com R$ 323,3 milhões de lucro, 28,9% acima dos R$ 250,8 milhões do mesmo período de 2023.
Hoje, as principais unidades de negócios obtiveram crescimento de 20%. Vale lembrar que, ao completar 51 anos de atuação, o Grupo possui mais de 1.400 colaboradores distribuídos por 10 unidades de negócios: Wiz Concept, Wiz Parceiros, Wiz Conseg, Wiz Corporate, Inter Seguros, BMG Corretora de Seguros, BRB Seguros, Paraná Seguros, Omni1 e Promotiva.
Em 2024, a Wiz conseguiu consolidar bons resultados, com crescimento e proposta de valor potente para os canais, além de uma comunicação mais simples e mais aberta com o mercado.
“Estamos bastante otimistas para 2025”, adianta Marcus, “em que pese ter um cenário macroeconômico bastante desafiador, mas temos esperança de que o Governo não permita o avanço da inflação”. Apesar de ter um segmento específico de bancassurance, algumas nuances são diferentes, porque os produtos estão ligados às coberturas de seguros, com grande variação nas linhas de negócios. A Wiz Co possui parcerias de negócios com bancos como BRB, Inter, Paraná, Omni e BMG.
“A sinergia entre o banco e a corretora propicia uma maior assertividade de produtos, com resultados crescentes no balcões em que atuamos”. Marcus cita alguns exemplos, como o do Banco BMG, que se antecipou e procurou soluções para os clientes não elegíveis, para os quais começaram a encontrar ângulo para facilitar a aquisição de produtos.
Nas outras unidades de negócios, como na Wiz Corporate, é preciso criar condições para manter os excelentes resultados que já foram alcançados. Porém, as soluções não chegam de forma orgânica e natural, dependem do entrosamento do time de líderes. “Não adquirimos nada depois de 2022. O primeiro trimestre de 2023 foi bastante difícil, mas com nossa experiência conseguimos superar os desafios, principalmente depois do final do acordo com a Caixa”, completa Marcus.
AVANÇO NAS PAUTAS IMPORTANTES
O lucro da Wiz Co em 2024 aumentou 29%, mas este não foi o único índice positivo. “Conseguimos aliar resultado com consistên- cia e proposta de valor. Uma empresa precisa ser estável para rece- ber investimentos e ter uma boa relação com os sócios. A Wiz tem 10 subsidiárias, divididas em três verticais: seguros, crédito e consórcio e serviços”, explica Lucas Neves, CFO do Grupo Wiz.
A vertical de seguros é responsável pela maior parte dos negócios, respondendo por mais de 70% da carteira. Ele também é o segmento que mais cresceu em 2024. O Grupo também investiu muito na comunicação com seus steakholders, sejam eles do merca- do de seguros, de capitais, financeiro, colaboradores e sócios, para que as pessoas pudessem entender o negócio da Wiz: uma corretora de seguros especializada no segmento de bancos, que vende seguros, crédito e consórcio.
“Gastamos energia para ter uma proposta tecnológica que seja abrangente para todos os canais”, afirma Neves, ao contar que a empresa aprende muito através de testes e tudo o que foi aprendido foi consolidado na plataforma Wiz Pro, que concentra várias aplicações da Wiz em um lugar apenas.
Esta plataforma foi apresentada como uma proposta de valor perene para os canais dos quais a Wiz é sócia, pois todo o desenvolvimento tecnológico é para entregar a escala de uma corretora que faz bilhões de reais em prêmios, a inteligência de quem distribui cré- dito e consórcio.
O SEGMENTO CORPORATIVO
Uma das unidades mais importantes da operação da corretora é a Wiz Corporate, uma unidade B2B, que consegue fazer vendas de atacado com eficiência. Ela cresceu porque fomentou um modelo diferenciado do mercado, que pensa muito no negócio cliente a cliente. “A Wiz tem um modelo único, criado para a unidade corporativa, que não era comum no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo”, ressalta Anderson Romani, diretor Executivo na Wiz Corporate.
O modelo de distribuição corporativa foi crescendo junto com o aprimoramento das plataformas e tecnologias, segmentando a distribuição de seguros através de mercado bancário de atacado. Nessa esteira há muito valor agregado nas empresas que oferecem crédito junto com o seguro, porque a venda é mais fácil e ele protege o crédito que a empresa está oferecendo.
“O que aconteceu no Sul do País foi muito triste, mas trouxe uma lição a ser aprendida não apenas pela popu- lação, mas também pelas pessoas que fazem seguro e para as que oferecem crédito. Isso porque poucas residências atingidas, ou empresas, tinham seguro completo que incluísse a cobertura de alagamento ou inundação”, comenta Romani.
Como exemplo, ele cita uma empresa que atua na região, que toma crédito com taxa de juros a 13%, em um momento de dificuldade. Se esta em- presa ficou parada por um ou dois meses, o crédito dela acabou, assim como o capital de giro. Ela precisa ir ao banco novamente e, nem sempre, vai encontrar crédito. O risco de quebra é muito grande, mas o seguro não protege apenas a empresa, mas o crédito também.
“Nós temos criado a mentalidade, e essa é a diferença da Wiz Corporate, de não empurrar seguros através de bancos, mas mostrar o valor do seguro na cadeia do crédito que é oferecido por estes bancos”, enfatiza Romani. Para ele, a empresa faz isto muito bem, através das joint ventures, depois indo ao mercado, com outros bancos, como Banco do Brasil. Hoje, a Wiz atende grandes bancos de atacado para desenvolver este mesmo trabalho.
A corretora conseguiu ver esta segmentação do mercado porque está inserida em um sistema de distribuição de seguros completo, no modelo “one stop shop”. “É como uma mutação, em que uma corretora se junta com o DNA de bancassurance, que mostra a proteção tanto para o cliente quanto para o canal, com venda de qualidade e percepção de valor”, pondera Lucas Neves, CFO e RI da Wiz Co.
GENUINAMENTE BRASILEIRA
Outro diferencial da Wiz Corporate é a sua simplicidade para a tomada de decisão. Uma equipe enxuta, que está presente na ponta e que é muito acessível. Os negócios não precisam de aprovação de conselho internacional ou de ajustes nos sistema para tropicalizar as soluções. “Temos um grande capital e somos maiores do que os players internacionais, com mais rentabilidade e poder de decisão rápida, porque é tomada na ponta de acordo com as melhores práticas. Isso nos traz mobilidade e flexibilidade que os nossos pares não têm”, comemora Romani.
“Dentro das grandes empresas internacionais, o Brasil representa pouco em termos de faturamento global, o que limita a capacidade de influência dos negócios nacionais. O Brasil acaba virando um eco junto às suas matrizes. Enquanto isso, a Wiz é uma empresa enorme, com grande estabilidade, listada na B3 (cujos números podem ser seguidos), muito sólida. É uma solução local, com decisões rápidas”, ressalta Romani.
2025 ESTÁ CHEGANDO
As perspectivas para o próximo ano são muito otimistas. Muito por conta dos resultados obtidos em 2024 e a despeito da incerteza econômica do próximo período. A Wiz conta com o lançamento de novos produtos, a venda cruzada de novos produtos financeiros dos quais a empresa é sócia. “Há dificuldades, mas muitas ferramentas capazes de contribuir para o desenvolvimento”, comenta o CFO Lucas Neves.
Marcus Vinicius Oliveira, CEO da Wiz Co, ressalta que a empresa continua em busca de bons negócios no mercado para novas parcerias. “Olhamos na direção de encontrar algum negócio que tenha condição de maturar de forma rápida, com propósito, escala e todos os requisitos que a Wiz busca hoje”.
Novas parcerias podem acontecer também de outras formas além da aquisição. É possível desenvolver novos produtos nos negócios existentes, que podem mudar o patamar dos acordos existentes. Como exemplo, Oliveira cita o Banco BMG, que lançou o produto BMG Med (um seguro de Acidentes Pessoais que inclui prestação de serviços de assistência à saúde), que já comercializou mais de 400 mil unidades e que contribui para a continuidade do negócio. No BRB, a provocação foi trabalhar um novo nicho de consumidores, acima de 70 anos, na esteira de crédito.
“Por vezes, o nosso negócio permite o crescimento através de produtos, com muitas oportunidades a serem trabalhadas. As em- presas estão em um processo de sinergia bastante interessante, com uma troca entre as unidades para criar um viés de novas possibilidades”, comenta Oliveira.
Lucas Neves ressalta que uma empresa de sucesso não precisa lançar dois ou três novos produtos por ano.“Ela precisa fazer o seu melhor, olhando para todos os clientes, de idades diferentes, com preços competitivos. Temos que tornar as coisas mais simples para os clientes, estimulando compras que façam sentido, por exemplo: um seguro de vida pode ser mensal, de pagamento anual, de acidentes pessoais, com assistências etc. Temos que deixar o produto cada vez melhor para o cliente”, pontua.
ESPAÇO PARA INOVAR
O objetivo dos investimentos da Wiz Co é gerar valor para os sócios e dele nasceu o Wiz Pro, uma plataforma que reúne uma série de funcionalidades para os parceiros, que está dividido em vários módulos.
“Vemos mais oportunidades na parte relacional com o cliente: como eu me comunico, como posso usar um bot com Inteligência Artificial, como faço um push, como posso diminuir meu custo de aquisição, descobrir quem tem mais propensão a comprar um consórcio, como fazer uma oferta massificada (mas com certo nível de customização) etc”, exemplifica Neves.
Para ele, tudo o que está relacionado à conversa com o cliente, não apenas na pessoa física como na jurídica, faz parte do que a Wiz Co vê como tendência para aplicação de novas tecnologias. “Hoje não faz mais sentido enviar um formulário em word para o cliente que desconfigura quando ele preenche. Isso é contraproducente”, lamenta Neves. Tudo o que simplifica a relação com clientes e empresas vai merecer o foco do investimento em tecnologia. Depois do Wiz Pro, um sistema voltado para os balcões, a empresa criou o Connect@Wiz, que é uma derivada do Pro voltada para as pessoas jurídicas, tanto para balcões quanto clientes finais. Por exemplo, a empresa consegue realizar a cotação de um seguro garantia em 16 seguradoras diferentes, para todas as modalidades. Isso também pode ser feito nos produtos de ciber, D&O e property. “Ainda conseguimos mostrar para o cliente qual é o orçamento de seguro dele para o ano, quanto ele já consumiu, qual é o limite dele, relacionando todas as apólices, taxas do mercado etc. Trabalhamos este produto nos últimos dois anos e ele será amplamente nos próximos meses”, antecipa Romani. Nos próximos anos a empresa quer trabalhar de forma mais avançada, com a corretagem atuando em negócios maiores. Os negócios massificados devem ficar no sistema, facilitando a atuação dos parceiros.
*matéria originalmente publicada na edição #304 da Revista Apólice