Ultima atualização 21 de junho

Saúde suplementar deve apostar na comunicação e verticalização para crescer

1º Café de Negócios do Sindiplanos reuniu especialistas para falarem sobre os desafios do setor e quais ações podem ser adotadas para que o mercado cresça
José Luiz de Oliveira Estevam, Marcos Novais e José Cechin
José Luiz de Oliveira Estevam, Marcos Novais e José Cechin

EXCLUSIVO – Na manhã desta quarta-feira, 20 de junho, aconteceu o 1º Café de Negócios do Sindiplanos, que reuniu em São Paulo assessorias, corretores de seguros, seguradoras, operadoras e representantes de entidades para debater o momento que vive a saúde suplementar. O evento contou com a divulgação da Freela, empresa criada pelas revistas Apólice e Cobertura.

Com tantas dificuldades vividas pelo setor nos últimos anos, os palestrantes falaram sobre quais ações devem ser adotadas para que cada vez mais brasileiros contratem um plano de saúde. “Desde a concepção, o cuidado pré-natal até o cuidado paliativo dos últimos momentos, a saúde suplementar está presente prestando serviço. Hoje não há informação clara, principalmente com o rol ampliado”, disse José Silvio Toni Junior, presidente do Sindiplanos.

Marcos Novais, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), afirmou que investir em uma comunicação transparente com a população é fundamental para o mercado crescer. “É preciso mudar a percepção da sociedade sobre como realmente funciona um plano de saúde. Mudar a imagem que as pessoas têm do nosso setor é importante para que elas entendam o quanto a saúde suplementar ajuda milhares de famílias. Além de investir na comunicação, é dever das entidades do mercado terem um diálogo direto com agentes do Governo para que eles conheçam nosso segmento e adotem medidas que nos favoreçam”.

Segundo o superintendente da Abramge, apesar de transparente, o modelo do índice de reajuste da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para planos individuais e familiares não atende a realidade do mercado. “O preço do produto é um fator determinante para as pessoas contratarem um plano. A receita do setor não cresceu significativamente nos últimos anos, mas as despesas, principalmente com a chegada da pandemia, aumentaram. Vejo a verticalização como uma das soluções para o cenário desafiador que vivemos”.

José Luiz de Oliveira Estevam, Marcos Novais e José Silvio Toni Junior

José Cechin, superintendente do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), abordou como as fraudes nos planos de saúde impactam o setor. As fraudes na saúde suplementar ocasionaram um prejuízo operacional acumulado de R$ 10,7 bilhões em 2022, o maior registrado nas últimas duas décadas de acordo com dados da ANS. ”Os corretores são a interface da operadora e representam o contratante. Eles podem levar o papel educativo, informar e aconselhar sobre a boa utilização do plano, evitando com que ações ilegais prejudiquem nosso segmento”.

Durante sua apresentação, Cechin também comentou sobre outros fatores que influenciam diretamente nos preços e na operação dos planos de saúde. ”A única certeza que temos é o crescimento dos custos da saúde. Há uma tendência de expansão no número de doenças crônicas na sociedade, devido ao aumento da longevidade. Em 2060, o Brasil terá de mais de 28% da sua população com mais de 65 anos. Além disso, o desenvolvimento da tecnologia aplicada à saúde impacta o mercado, pois com a modernização de procedimentos há um avanço da elegibilidade. Devemos pensar em medidas para enfrentar a escalada de despesas do setor”.

O diretor comercial do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica (GNDI), José Luiz de Oliveira Estevam, comentou sobre o momento atual da empresa e seu processo de verticalização. De acordo com o executivo, o desafio da operadora, que adquiriu 32 empresas, é realizar um processo de integração que façam todas funcionarem sob o mesmo sistema. ”A atuação da GNDI é focada em ser rentável com um trabalho focado no cliente, pois nosso objetivo é promover a acessibilidade na saúde suplementar. Para isso, contamos com 84 hospitais, 78 prontos atendimentos, 335 clínicas e 269 unidades de laboratórios espalhados pelas cinco regiões do Brasil”.

Segundo Estevam, desenvolver produtos que criem condições de vendas para o corretor e atendam a necessidade do cliente é fundamental para que o mercado cresça. ”No Brasil, em torno de 20% da população conta com um plano de saúde, enquanto nos Estados Unidos esse índice é de 70%. A manutenção da carteira, a verticalização, a eficiência nas despesas comerciais e a qualificação da oferta podem ajudar o nosso segmento a enfrentar esse momento delicado. Através da inovação e atualização da regulamentação, poderemos seguir cuidando da vida das pessoas”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

AdBlock Detectado!

Detectamos que você está usando extensões para bloquear anúncios. Por favor, nos apoie desabilitando esses bloqueadores de anúncios.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO