Ultima atualização 27 de setembro

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Conseguro 2021: Parcerias devem impulsionar seguros paramétricos

Especialistas abordaram durante o evento a importância da união das seguradoras com os órgãos públicos para mitigar os riscos dos desastres naturais
Crédito: Jonas Oliveira, ANPr
Crédito: Jonas Oliveira, ANPr

EXCLUSIVO – Para esclarecer as experiências na utilização dos seguros paramétricos na proteção dos riscos decorrentes dos desastres naturais, o painel “Parceria Público-Privada: Seguro paramétrico e microsseguro” da Conseguro 2021 abordou na tarde de 27 de setembro a importância da união das seguradoras com os órgãos públicos e a necessidade de contratar o produto. Participaram do debate Carlos Boelsterli, CEO da Micro; Rodrigo Motroni diretor e vice-presidente da Newe Seguros; Mabyr Valderrama, responsável pela agenda de sustentabilidade do setor de seguros da Fasecolda na Colômbia; Paulo Costa, assessor do Diretor do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia); e Fabiano Yasuda, superintendente de Produtos Analytics da B3.

O debate foi moderado por Ivani Benazzi de Andrade, membro da Comissão de Seguros Inclusivos e da Comissão de Integração ASG da CNseg e superintendente de Sustentabilidade da Bradesco Seguros, que afirmou durante o evento que o assunto é relevante na conjuntura global que vivemos atualmente. “Quando falamos de riscos climáticos, todos sabem que é um dos grandes desafios a ser solucionado pela humanidade. Não é mais um problema do futuro, mas sim do presente. O mercado de microsseguros de brasileiro vem se preparando para estruturas inovadoras e foi agraciado recentemente com um novo marco regulatório, com a nova circular CNSP 409, que permitirá desenhar produtos mais flexíveis, diversificados e acessíveis”.

Com a tecnologia como principal aliada, os seguros paramétricos utilizam um parâmetro independente, geralmente um índice meteorológico, para correlacionar fenômenos ambientais com o fluxo de receitas ou a estrutura de custos. Boelsterli comentou sobre a experiência da Micro com o produto na América Latina e como a modelagem da apólice deve estar relacionada entre o sucesso do evento e os danos ocorridos no campo. “No seguro paramétrico, a seguradora toma como referência os eventos climáticos, como as chuvas, terem atingido um índice determinado. Esse parâmetro é acertado entre o produtor e a empresa baseado nas características locais, diferentes em cada região do país”.

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A Newe assinou neste ano um acordo com o INMET para construção de índice paramétrico, no qual um sistema será integrado a outras bases de dados do governo e de companhias privadas, sendo capaz de prever potenciais riscos. Montroni abordou durante sua apresentação um recente caso de operação inédita do seguro paramétrico com os produtores de cacau no sul da Bahia.  “Foi emitida a primeira apólice de seguro rural paramétrico do país, que usou o tratamento de dados e as informações climáticas de estações meteorológicas do Instituto como indicadores de risco para o contrato entre seguradora e agricultores. O prêmio contou com a subvenção federal de 20% implementada no início do ano. Através da mitigação de riscos, eu consigo manter o pequeno agricultor na sua atividade, evitando queimadas e alinhando o produto às práticas ESG”.

Yasuda contou sobre como a B3 apóia as iniciativas relacionadas aos seguros paramétricos, que enxerga neste setor um oceano de oportunidades pois é um segmento novo e que deve despertar cada vez mais a atenção de diversos mercados nos próximos anos. “Uma das parcerias da B3 que tem demonstrado força é a parceria com o INMET. Buscamos informações dos dados climáticos e colocamos num painel de risco e monitoramento. Portanto, conseguimos desenvolver soluções customizadas para alguns clientes”.

Costa afirmou que o Instituto vem trabalhando para deixar o risco de dados cada vez mais baixos, formando parcerias com os provedores de formação meteorológicas e agregando mais informações nos bancos de dados da entidade. “Estamos nos estruturando e fomentando esse mercado, que tem um enorme potencial. É necessário que todo o setor tenha uma visão de gestão compartilhada, pois é nosso dever difundir a cultura do seguro e a importância dos produtos paramétricos”.

A responsável pela agenda de sustentabilidade do setor de seguros da Fasecolda na Colômbia ressaltou no final do painel que o país enxerga os seguros paramétricos como um instrumento valioso, proporcionando a possibilidade de aprofundar a transferência do risco e oferecer um leque de soluções personalizadas. “Contudo, temos um cenário de muitas incertezas econômicas, o que faz com que as pessoas que desejam adquirir um seguro desanimem de comprá-lo. Além disso, há uma preocupação do cumprimento ou não do princípio indenizatório. A parceria pública-privada vai ajudar no desenvolvimento adequado do produto”, disse Mabyr.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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